Capítulo 5 – Choque do CEO

O relógio da mansão marcava quase meia-noite. Luna andava de um lado para o outro em seu quarto, os dedos entrelaçados nervosamente. A revelação ainda estava presa em sua garganta, e, embora já tivesse soltado as palavras, o medo da reação de Dante a corroía por dentro.

"Estou grávida."

A frase ecoava sem parar em sua mente.

No corredor, passos firmes ecoaram contra o mármore. O som fez o coração de Luna acelerar. Não demorou até a porta se abrir com força, revelando Dante. Ele estava sem a gravata, a camisa parcialmente aberta, mas o olhar… esse era afiado como uma lâmina.

— Repita o que disse. — Sua voz não era um pedido. Era uma ordem.

Luna respirou fundo, tentando encontrar forças.

— Eu… estou grávida.

O silêncio pairou por alguns segundos. Dante parecia imobilizado, como se o mundo tivesse desmoronado ao redor dele. A mão deslizou pelos cabelos, nervosa, e um riso curto, incrédulo, escapou de seus lábios.

— Grávida… — repetiu, como se testasse a palavra. — Você tem certeza?

Ela engoliu em seco.

— Fiz o teste. Não uma, mas dois. Não há dúvidas, Dante.

Os olhos dele se estreitaram. Havia incredulidade, mas também algo mais: um turbilhão de emoções que ele parecia lutar para esconder.

— Isso… não estava no contrato. — Ele disse finalmente, sua voz grave, quase um sussurro.

Luna sentiu as pernas fraquejarem.

— Eu sei. Mas aconteceu.

— Aconteceu? — Ele deu um passo em direção a ela, e a intensidade em seus olhos a fez recuar instintivamente. — Você acha que pode simplesmente acontecer algo assim comigo, Luna?

— Eu não planejei! — retrucou, a voz embargada. — Não é como se eu quisesse que isso acontecesse, Dante. Mas não posso ignorar o fato de que estou esperando um filho.

Ele passou alguns segundos em silêncio, respirando fundo, como se tentasse controlar o ímpeto de explodir. Então, aproximou-se ainda mais, tão perto que Luna sentiu o calor de sua respiração.

— De quem é? — a pergunta veio fria, cortante.

O choque da acusação fez o rosto dela arder.

— Como pode perguntar isso? — as lágrimas começaram a se acumular em seus olhos. — Você sabe muito bem a resposta.

— Eu preciso ouvir da sua boca — respondeu, cada palavra firme como pedra.

Ela fechou os olhos por um instante, sentindo o peso esmagador da desconfiança dele.

— É seu, Dante. Esse filho é seu.

O silêncio voltou a reinar. Ele a encarava como se buscasse a verdade além das palavras. O olhar de Luna, cheio de dor e dignidade, não vacilou.

Por fim, Dante se afastou um passo, passando a mão pelo rosto. Caminhou até a janela, encarando a escuridão da cidade. O CEO imbatível, acostumado a controlar tudo, agora parecia perdido.

— Um filho… — murmurou. — Isso muda tudo.

Luna sentiu o coração apertar. Não sabia se aquela frase significava algo bom ou ruim.

— Eu não espero nada de você, Dante. — Sua voz saiu baixa, mas firme. — Só quero ter essa criança.

Ele se virou bruscamente, os olhos faiscando de fúria e… medo.

— Não diga isso! Você acha que pode simplesmente ter esse filho e me excluir da equação?

— Eu não disse isso! — retrucou, a voz embargada. — Mas não vou permitir que use essa criança como parte de seus jogos de poder!

A tensão entre os dois era palpável. Dante se aproximou de novo, cada passo pesado, até que parou diante dela. O silêncio era tão denso que parecia cortar o ar.

De repente, ele agarrou o braço de Luna com firmeza, os olhos cravados nos dela.

— Esse filho é meu, Luna. Você ouviu bem? — Sua voz era um misto de raiva e posse. — Esse filho é meu.

O coração dela disparou, não apenas de medo, mas de algo mais profundo, algo que misturava dor, confusão… e um sentimento que não queria admitir.

✨ O olhar de Dante não deixava dúvidas — ele não estava disposto a abrir mão dela nem do filho que crescia em seu ventre. Mas seria isso proteção… ou controle absoluto?

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