Luna passou a noite inteira em claro. As palavras de Dante ecoavam em sua mente como um martelo implacável: “Ou aceita… ou destruo sua vida.”
Ela se revirava na cama, apertando o travesseiro contra o peito. Sentia-se sufocada, encurralada entre a dignidade e a necessidade. Sua mãe precisava de um tratamento urgente, e os recursos já tinham acabado há meses. O desespero batia à sua porta todos os dias, e agora, de repente, havia uma solução. Mas a solução vinha com o rosto de Dante Vasconcelos.
Na manhã seguinte, uma limusine preta a esperava na porta do pequeno apartamento. O motorista apenas disse:
— Senhorita Moreira, o senhor Vasconcelos pediu que a levasse até ele.
Luna hesitou, mas acabou entrando. O coração disparava a cada quilômetro que a levava para mais perto dele.
O encontro aconteceu no escritório de Dante, no último andar de uma das torres mais imponentes da cidade. A sala era ampla, moderna, com janelas enormes que ofereciam uma vista panorâmica da metrópole. Tudo ali refletia poder, controle e frieza.
Dante estava sentado atrás da mesa de mogno, elegante em seu terno impecável. Quando ela entrou, ele ergueu os olhos do contrato que já repousava sobre a mesa.
— Está pronta para decidir, Luna? — sua voz era calma, mas carregada de autoridade.
Ela respirou fundo, tentando reunir coragem.
— Você realmente acha que pode comprar qualquer coisa com dinheiro, Dante? Até mesmo um casamento?
Ele sorriu de canto, frio e calculista.
— Eu não compro qualquer coisa. Eu escolho o que me interessa… e faço questão de ter.
Luna sentiu o estômago revirar. A raiva e o medo se misturavam, mas junto deles havia também uma estranha sensação de familiaridade. Como se uma parte dela já soubesse que, no fundo, não teria como escapar daquele destino.
Dante empurrou o contrato na direção dela, junto com uma caneta dourada.
— Leia com calma, se quiser. Mas não perca tempo.
Luna percorreu as cláusulas com os olhos trêmulos: casamento válido por dois anos, obrigações sociais como esposa do CEO, total sigilo sobre o acordo… e, em troca, uma quantia suficiente para garantir a vida de sua mãe e muito mais.
Ela fechou os olhos por um instante. Lembrou-se da mãe sorrindo, apesar das dores, sempre dizendo que Luna merecia ser feliz. As lágrimas ameaçaram escapar, mas Luna as conteve.
Segurou a caneta com as mãos trêmulas e, com um suspiro pesado, assinou.
O silêncio foi absoluto. Dante a observou atentamente, como se registrasse cada segundo daquela rendição. Quando ela finalmente pousou a caneta, ele se levantou e caminhou até ela.
— Bem-vinda ao nosso contrato de amor, Luna. — Sua voz soou como um selo final.
Ela o encarou, tentando encontrar nos olhos dele algum traço de humanidade. Mas tudo o que viu foi determinação.
— Não se engane, Dante — respondeu com firmeza. — Isso pode ser um contrato, mas eu não sou sua propriedade.
Um brilho diferente passou pelo olhar dele, quase como se as palavras dela o desafiassem de uma forma inesperada.
— Vamos ver até onde consegue manter essa postura, minha esposa — retrucou ele, com ironia.
Naquela noite, houve uma recepção para anunciar oficialmente a união deles. A imprensa foi convidada, os flashes das câmeras quase cegavam Luna, e as palavras “casamento por amor” ecoavam como uma farsa dolorosa.
Ela se sentia uma atriz em uma peça cruel, enquanto Dante sustentava a imagem perfeita do homem poderoso que finalmente havia encontrado uma parceira.
Quando a festa terminou, Luna pensou que finalmente teria um momento de paz. Mas, ao entrar no quarto reservado para eles na mansão Vasconcelos, o silêncio foi quebrado pela presença dele.
Dante estava lá, apoiado contra a janela, observando a noite pela vidraça. O reflexo das luzes da cidade iluminava seu rosto, tornando-o ainda mais enigmático.
— Achei que cada um teria seu espaço — disse ela, tentando manter distância.
Ele a olhou com um meio sorriso.
— Um contrato pode definir regras… mas algumas coisas simplesmente acontecem.
Antes que ela pudesse protestar, Dante caminhou em sua direção. Havia algo diferente no olhar dele agora, menos calculista, mais intenso.
O coração de Luna disparou. Ela sabia que deveria resistir, mas o magnetismo que sempre existira entre eles voltou com força. Quando Dante a tocou, a defesa dela desmoronou.
E naquela noite, o contrato deixou de ser apenas papel.
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✨ Uma noite inesperada une Luna e Dante além do acordo frio que haviam assinado, e nada mais será igual.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Margarida Machado Castanheira Lievore
espero que além do início, está história tenha fim!
2025-09-16
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