O CEO Escarlate

O CEO Escarlate

Capítulo 1 - O Monarca Escarlate da Montfleur

[Nota da Autora: Este trabalho é fictício. As pessoas, grupos, lugares, nomes de países e etc... que aparecem nesta obra não tem relação com a vida real.ヾ(^Д^*)/]

...***...

O vermelho não era apenas uma cor para Yaruan Montfleur; era um presságio. Era a primeira e a última coisa que as pessoas notavam. Naquela noite, em meio ao oceano de smokings pretos e vestidos que cintilavam como joias derramadas, ele era uma anomalia calculada, um ponto de interrogação rubro no topo do mundo. O evento, um leilão de caridade para alguma causa nobre que ele mal se dera ao trabalho de memorizar, acontecia na cobertura do Edifício Apex, um monólito de vidro e aço que perfurava o céu noturno de São Paulo. De lá, a cidade se estendia como um tapete de diamantes quebrados, um reino de concreto e luz que Yaruan via não com admiração, mas com o olhar analítico de um general sobre seu mapa de batalha.

Ele não usava um terno vermelho. Seria óbvio demais, um grito onde um sussurro bastava. Seu traje era de um profundo azul-noite, cortado com uma precisão cirúrgica que parecia moldado em seu corpo alto e atlético. A audácia estava nos detalhes, sempre nos detalhes. Quando ele gesticulava, um movimento fluido e contido, o forro de seu paletó revelava um lampejo de seda carmesim, um segredo sangrento costurado no interior. Suas abotoaduras, dois rubis quadrados e intensos, capturavam a luz artificial do salão e a devolviam com um brilho malévolo. Eram como olhos em seus pulsos, observando, registrando.

Yaruan movia-se pela multidão com uma graça predatória. As pessoas abriam caminho instintivamente, como se sentissem a gravidade de sua presença antes mesmo de o verem. Ele era o filho mais novo, mas inegavelmente o mais brilhante da geração Montfleur, e essa reputação o precedia como uma onda de choque. Ele trocava acenos de cabeça, sorrisos que não alcançavam seus olhos e apertos de mão firmes que duravam exatamente o tempo necessário. Cada interação era uma transação, uma coleta de dados. Ele notava o suor na testa de um CEO cuja empresa estava à beira do colapso, a forma como uma herdeira segurava sua taça de champanhe com os dedos trêmulos, a aliança de casamento que um magnata girava nervosamente no dedo.

— Yaruan, querido! Que bom te ver por aqui.

A voz era de Fernanda Prado, uma socialite cujo rosto era uma máscara de porcelana esticada por procedimentos estéticos. Ela usava um vestido roxo, uma tentativa ousada de se destacar que, ao lado dele, parecia desbotada. O tom de lavanda doentio do tecido o fez pensar brevemente em campos de flores, um pensamento estranhamente suave que ele descartou no mesmo instante.

— Fernanda. Você está deslumbrante como sempre — ele respondeu, sua voz um barítono suave e controlado. Ele roçou os lábios no ar, perto da bochecha dela, sem fazer contato. Um gesto de intimidade oca.

— Ah, pare com isso. Ouvi dizer que seu projeto de energia solar na África superou todas as projeções. Papai não para de falar sobre como você é um gênio.

Papai não para de falar sobre como eu sou uma ameaça, ele pensou, mas o sorriso em seus lábios não vacilou.

— Tivemos sorte. O mercado estava receptivo.

Ele a observava. Os olhos dela famintos por mais atenção, por um fragmento de seu tempo que a validasse perante os outros convidados. Era um jogo que ele conhecia bem. Ele permitiu que seu olhar se demorasse no dela por um segundo a mais, uma pequena dose de validação que a fez corar. Era fácil, quase entediante. Ele era um criador de tendências, não apenas na moda, mas nas emoções alheias. Ele sabia exatamente quais cordas puxar para fazer a melodia que desejava.

Seu olhar varreu o salão novamente, passando por cima do ombro de Fernanda. E então ele os viu. Do outro lado do vasto espaço, perto do bar, estavam seus irmãos. Gael, o mais velho, era uma versão mais bruta e menos refinada do pai. Sua presença era pesada, seu terno parecia sempre um pouco apertado demais nos ombros largos. Ele segurava seu copo de uísque como se quisesse esmagá-lo, e seus olhos, pequenos e escuros, estavam fixos em Yaruan com uma intensidade que era pura inveja não diluída. Ao lado dele, Sérgio, o irmão do meio, era o oposto. Esguio, pálido, com um sorriso fino permanentemente gravado no rosto. Ele era a serpente na grama. Enquanto a hostilidade de Gael era um incêndio florestal, a de Sérgio era um veneno de ação lenta.

Eles não o confrontariam ali. Eram mestres em manter as aparências. Mas Yaruan sentiu o peso de seus olhares. Era uma pressão física, uma promessa de conflito. Eles o odiavam por sua facilidade, por seu brilho, por ter nascido com o instinto para os negócios que eles tentavam desesperadamente imitar com brutalidade e subterfúgios. Um político local, com um terno mal ajustado, tentava puxar conversa com eles, se achando o maioral por estar na presença dos Montfleur. Yaruan quase riu da cena patética.

— Se me der licença, Fernanda. Preciso pegar uma bebida.

Ele se afastou antes que ela pudesse protestar, deixando-a no vácuo de sua partida. Ele não foi em direção ao bar, onde seus irmãos estavam. Em vez disso, caminhou para a parede de vidro que oferecia uma vista de tirar o fôlego da metrópole. As luzes dos carros formavam rios de ouro e rubi nas avenidas lá embaixo. Era uma visão de poder, de movimento incessante, de ambição. Ele se sentia em casa naquele topo, destacado da confusão, observando as engrenagens do mundo girarem.

Aquele mundo era dele para conquistar, mas a vitória parecia cada vez mais vazia. Ele era o Monarca Escarlate, como uma revista de negócios o apelidara uma vez, um título que ele achava tanto lisonjeiro quanto ridículo. Um rei em um castelo de vidro, cercado por súditos bajuladores e traidores da própria família.

Ele se afastou da janela e se aproximou de uma mesa de sobremesas que quase ninguém tocava, peças de arte de açúcar e chocolate. Seus dedos ágeis pegaram um pequeno quadrado de chocolate amargo, setenta por cento cacau, com um único floco de sal marinho no topo. Ele o colocou na boca, deixando o sabor complexo e amargo derreter em sua língua. Era um prazer simples, real, em meio a um mar de falsidade.

Enquanto o chocolate se dissolvia, seus olhos pararam em seu próprio reflexo no vidro escuro da janela. Um homem negro, imponente, vestido para a guerra em um traje de festa. O brilho vermelho de suas abotoaduras parecia pulsar suavemente, em sincronia com seu coração. O presságio. Vermelho era a cor da paixão, do poder, da vida. Mas também do perigo, do sangue e do sacrifício. E Yaruan Montfleur, naquela noite, sentia que estava dançando na linha tênue entre todos esses significados. E, por enquanto, ele estava no controle da dança.

...***...

Se está gostando não deixe de curtir pra mim saber e me segue no coraçãozinho, bjs.

❤⃛ヾ(๑❛ ▿ ◠๑ )

Capítulos
1 Capítulo 1 - O Monarca Escarlate da Montfleur
2 Capítulo 2 - A Missão do Amor (Superficial)
3 Capítulo 3 - O Império de Silício e Aço
4 Capítulo 4 - A Semente da Inveja – Gael
5 Capítulo 5 - A Astúcia Oculta – Sérgio
6 Capítulo 6 - O Primeiro "Acidente"
7 Capítulo 7 - A Armadilha Financeira
8 Capítulo 8 - O Jogo de Xadrez Corporativo
9 Capítulo 9 - O Santuário Pessoal de Yaruan
10 Capítulo 10 - O Presentimento
11 Capítulo 11 - A Noite Chuvosa na Galeria
12 Capítulo 12 - Clara e o Azul Profundo
13 Capítulo 13 - A Conversa Inesperada
14 Capítulo 14 - Uma Conexão Genuína
15 Capítulo 15 - O Amanhecer e o Vazio
16 Capítulo 16 - O Vazio Doloroso
17 Capítulo 17 - O Detetive do Coração
18 Capítulo 18 - A Intensificação da Guerra
19 Capítulo 19 - A Armadilha de Sérgio
20 Capítulo 20 - A Contratramo de Yaruan
21 Capítulo 21 - A Queda de Sérgio
22 Capítulo 22 - Uma Pista Fragrante
23 Capítulo 23 - O Reencontro na Floricultura
24 Capítulo 24 - A Confissão de Clara
25 Capítulo 25 - O Protetor Apaixonado
26 Capítulo 26 - A Fúria de Gael
27 Capítulo 27 - O Plano Diabólico de Gael
28 Capítulo 28 - A Intuição de Yaruan
29 Capítulo 29 - A Descoberta da Sabotagem
30 Capítulo 30 - O Confronto Final
31 Capítulo 31 - A Reunião Patriarcal
32 Capítulo 32 - O Veredito de Arthur
33 Capítulo 33 - A Distorção do Amor Familiar
34 Capítulo 34 - A Rejeição e o Banimento
35 Capítulo 35 - O Adeus Amargo
36 Capítulo 36 - A Luz no Fim do Túnel
37 Capítulo 37 - O Santuário do Amor Verdadeiro
38 Capítulo 38 - O Fim de Uma Era
39 Capítulo 39 - O Novo Horizonte
40 Capítulo 40 - A Promessa
41 Capítulo 41 - O Recomeço Humilde
42 Capítulo 42 - Aura: O Nome da Nova Empresa
43 Capítulo 43 - O Primeiro Grande Contrato
44 Capítulo 44 - A Inovação Contínua
45 Capítulo 45 - O Reflexo do Passado
46 Capítulo 46 - A Construção de Um Lar
47 Capítulo 47 - O Vermelho e Seu Novo Significado
48 Capítulo 48 - O Legado de Yaruan
49 Epílogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 49

1
Capítulo 1 - O Monarca Escarlate da Montfleur
2
Capítulo 2 - A Missão do Amor (Superficial)
3
Capítulo 3 - O Império de Silício e Aço
4
Capítulo 4 - A Semente da Inveja – Gael
5
Capítulo 5 - A Astúcia Oculta – Sérgio
6
Capítulo 6 - O Primeiro "Acidente"
7
Capítulo 7 - A Armadilha Financeira
8
Capítulo 8 - O Jogo de Xadrez Corporativo
9
Capítulo 9 - O Santuário Pessoal de Yaruan
10
Capítulo 10 - O Presentimento
11
Capítulo 11 - A Noite Chuvosa na Galeria
12
Capítulo 12 - Clara e o Azul Profundo
13
Capítulo 13 - A Conversa Inesperada
14
Capítulo 14 - Uma Conexão Genuína
15
Capítulo 15 - O Amanhecer e o Vazio
16
Capítulo 16 - O Vazio Doloroso
17
Capítulo 17 - O Detetive do Coração
18
Capítulo 18 - A Intensificação da Guerra
19
Capítulo 19 - A Armadilha de Sérgio
20
Capítulo 20 - A Contratramo de Yaruan
21
Capítulo 21 - A Queda de Sérgio
22
Capítulo 22 - Uma Pista Fragrante
23
Capítulo 23 - O Reencontro na Floricultura
24
Capítulo 24 - A Confissão de Clara
25
Capítulo 25 - O Protetor Apaixonado
26
Capítulo 26 - A Fúria de Gael
27
Capítulo 27 - O Plano Diabólico de Gael
28
Capítulo 28 - A Intuição de Yaruan
29
Capítulo 29 - A Descoberta da Sabotagem
30
Capítulo 30 - O Confronto Final
31
Capítulo 31 - A Reunião Patriarcal
32
Capítulo 32 - O Veredito de Arthur
33
Capítulo 33 - A Distorção do Amor Familiar
34
Capítulo 34 - A Rejeição e o Banimento
35
Capítulo 35 - O Adeus Amargo
36
Capítulo 36 - A Luz no Fim do Túnel
37
Capítulo 37 - O Santuário do Amor Verdadeiro
38
Capítulo 38 - O Fim de Uma Era
39
Capítulo 39 - O Novo Horizonte
40
Capítulo 40 - A Promessa
41
Capítulo 41 - O Recomeço Humilde
42
Capítulo 42 - Aura: O Nome da Nova Empresa
43
Capítulo 43 - O Primeiro Grande Contrato
44
Capítulo 44 - A Inovação Contínua
45
Capítulo 45 - O Reflexo do Passado
46
Capítulo 46 - A Construção de Um Lar
47
Capítulo 47 - O Vermelho e Seu Novo Significado
48
Capítulo 48 - O Legado de Yaruan
49
Epílogo

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