O sol da manhã ainda estava baixo quando Isabella desceu para o café da manhã na mansão. Cada passo pelo corredor ecoava, lembrando-a da distância que existia entre seu antigo mundo e o atual. O cheiro de café fresco e pão recém-assado preenchia o ar, mas mesmo isso parecia insuficiente para afastar o peso de tudo que estava acontecendo.
Leonardo estava sentado à mesa, impecável como sempre. A expressão séria, olhos fixos em uma xícara de café, mãos entrelaçadas sobre a mesa. Isabella sentiu novamente aquela mistura de tensão e fascínio ao vê-lo.
— Bom dia. — ela disse, tentando soar natural, embora a voz traísse nervosismo.
— Bom dia. — respondeu ele, sem levantar os olhos. — O jantar de ontem foi apenas uma amostra. Hoje, você precisará aprender rapidamente como lidar com pessoas que podem ter interesses ocultos.
Isabella engoliu em seco. A frase parecia simples, mas carregava um peso enorme. Ela sabia que o mundo de Leonardo era feito de estratégias e alianças, e ela, agora, fazia parte disso.
Antes que pudesse responder, o mordomo entrou com a correspondência do dia. Entre cartas e envelopes, Isabella notou um cartão elegante, com letras douradas: um convite para uma reunião de negócios, marcada para aquela manhã, com vários investidores de destaque.
— Então, a primeira lição do dia: manter a postura mesmo quando tudo dentro de você quer fugir. — Leonardo disse, observando cada reação dela. — E, por favor, lembre-se de que qualquer deslize será notado.
Isabella respirou fundo. Ela não tinha escolha. Cada passo precisava ser calculado, cada palavra medida. E ela ainda tinha que enfrentar Helena.
Ao chegar ao local da reunião, o ambiente era imponente. Uma mesa oval enorme, cadeiras de couro preto e grandes janelas que davam para a cidade. Diversos executivos já estavam presentes, conversando discretamente entre si. Alguns olhares se voltaram imediatamente para Isabella, que sentiu o frio subir pela espinha.
E então ela a viu: Helena. A ex-noiva de Leonardo estava lá, elegante, sorridente e cercada por outros convidados. O olhar de Helena atravessou Isabella como uma lâmina. Um sorriso de escárnio desenhou-se em seus lábios.
— Então essa é a nova esposa… — Helena murmurou, audível apenas para si, mas suficiente para que Isabella sentisse a hostilidade.
Isabella respirou fundo e manteve a cabeça erguida. Cada passo, cada gesto precisava demonstrar confiança, mesmo que o coração batesse rápido demais. Ela não podia mostrar medo.
Leonardo percebeu a tensão e aproximou-se, sussurrando:
— Apenas sorria e siga as regras. Nada mais.
O jantar começou, ou melhor, a reunião de negócios transformou-se em um jantar formal. Isabella foi apresentada a cada executivo com uma cortesia precisa e sorriso contido. Ela percebia que, embora estivesse no centro das atenções, qualquer falha poderia ser explorada por Helena ou por alguém interessado em prejudicá-la ou ao próprio Leonardo.
Helena, como era de se esperar, não deixava passar uma oportunidade para provocar. Aproximou-se de Isabella com um sorriso falso:
— Que bom ver você aqui. Imagino que ainda esteja se acostumando com este mundo, não é?
Isabella engoliu em seco e respondeu com firmeza:
— Estou aprendendo.
Helena arqueou uma sobrancelha, claramente insatisfeita com a resposta.
— Aprender é bom… mas adaptar-se é ainda melhor.
Leonardo interveio, observando Helena com frieza:
— Isabella está fazendo exatamente o que deveria.
Helena sorriu de canto, mas não insistiu. Isabella sentiu um alívio momentâneo, mas sabia que aquela guerra silenciosa estava apenas começando.
Enquanto o jantar avançava, Isabella percebeu algo curioso: ela não estava apenas sendo julgada, mas também protegida. Leonardo tinha um jeito sutil de intervir, de desviar olhares ou comentários inoportunos, sem que ninguém percebesse. Cada gesto dele demonstrava controle, poder e atenção constante.
Quando o serviço terminou, e os convidados começaram a se dispersar, Helena aproximou-se novamente.
— Cuidado, querida. Este mundo é cheio de pessoas que sorriem para você enquanto planejam sua queda. — disse com um tom venenoso.
Isabella sentiu o estômago embrulhar, mas manteve a postura.
— Obrigada pelo conselho. — respondeu, com um sorriso forçado.
Leonardo passou ao lado dela, sussurrando:
— Ela não é apenas inimiga, Isabella. É um teste. E você está passando… até agora.
Ela engoliu em seco. Cada palavra dele parecia carregar um aviso, mas também uma proteção silenciosa. A noite ainda estava longe de terminar, e ela já sabia que cada passo a partir daquele momento exigiria coragem, astúcia e determinação.
Ao saírem do prédio, Leonardo a acompanhou até o carro. Isabella olhou para ele, ainda impressionada com o poder de presença que ele tinha, e uma pergunta surgiu em sua mente:
"Será que algum dia vou conseguir confiar completamente nele, ou este contrato frio sempre nos manterá como estranhos?"
O carro deslizou pela rua iluminada, e Isabella percebeu que, por mais desafiador que fosse, ela estava aprendendo a jogar o jogo de Leonardo. Mas também sabia que Helena não desistiria facilmente, e que a batalha silenciosa havia apenas começado.
"E naquela noite, Isabella Monteiro percebeu que não apenas os investidores observavam cada movimento dela… mas também inimigos invisíveis que poderiam destruir tudo que ela e Leonardo estavam construindo juntos."
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Elisangela Libano
estar repetindo mais estar bom
2025-09-11
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