Primeira noite

Pov's Layla.

ARÁBIA SAUDITA / Meca.

22:00 PM.

Os dois vão dormir juntos pela primeira vez. Samira e Khadija, tentam ouvir atrás da porta. 

Me mantenho mais afastada, com os braços cruzados. 

— Será que Aisha vai querer dividi-ló conosco?— a terceira esposa questiona.

— Teremos que dá-lo filhos.— Samira afirma.— Principalmente você Khadija, que é seca como areia do deserto.

— Ei, não fale assim com ela.— me manifesto.— Yalla, vão pros seus quartos! — mando.— Deixa o casal dormir em paz.

— Está com ciúmes Layla?— escuto a pergunta. E viro-me.

— Se eu tivesse ciúmes, Muhammad não teria casado com nenhuma de vocês. Como é que eu vou ter ciúmes, de um muçulmano que não me pertence. 

— É um haram o que você faz com ele, Layla.— Samira contesta.— Renega-ló como esposo, é como renegar o Alcorão.

— La, La, La! Não escolhi esse casamento. 

— Como se tivéssemos o direito de escolha, Layla.— Khadija emite.— O casamento com Muhammad também foi arranjado. 

— Mas eu o amava.— declaro.— E eu sinto muita falta de habibi.— sôo, com o tom triste.

— Nós também.— as duas dizem.

*************************************************

Quarto.

Pov's Farid.

— Não, não lave os meus pés Aisha.

A impeço, quando ajoelha-se, e ao seu lado uma macia cheia d'água. 

—Marido, faz parte da tradição. 

— Venha, sente aqui.— estendo a mão, e a própria fica tímida, quando há um contato.

Ela fica na beirada da cama, cabisbaixa. E o silêncio ensurdecedor predomina. 

— Quais são os seus gostos, Aisha?— a pergunto.

E seu olhar parece confuso quando se guia até mim.

— Não entendi, marido.

— O que gosta de fazer no seu tempo livre?

— Não tenho tempo livre, marido. Eu cumpro com as minhas obrigações que é cuidar das minhas filhas, fazer comida e varrer a casa.

—Hum... você nunca viajou?

— La.— ela nega.

— Não pretende?

— La.— Aisha responde que "não ".

— Então você não quer ir comigo a Istambul, na Turquia?

Na hora presencio-a abrir um sorriso meigo. Retribuio ao seu sorriso, ao vê o brilho nos seus olhos ingênuos.

— Está me convidando, marido?

— Nanhim.— confirmo, positivamente. — A viagem será daqui há uma semana, irei fechar negócios comerciais com os turcos.— explico.

— Você é comerciante, marido?

— Sou.

Seguro em sua mão exposta, acariciando levemente. Encaramos o gesto. 

— Quero que possamos nos conhecer melhor, Aisha.— a digo, alisando sua pele— Não se sinta forçada a nada.

— Eu quero.— sorri.

Ela fecha os olhos, e retiro o seu hijab lentamente, fazendo o véu descer pelo seu rosto. Seus cabelos são tão lindos; castanhos claros. 

Carinhosamente a toco. Quando seu rosto se aproxima do meu, a interrompo:

— Não beijo na boca.— falo.

Minha esposa se frustra, engolindo em seco. Deito-a sobre a cama, unindo os nossos corpos.

***********************************************

Na manhã seguinte....

Pov's Layla.

— São já 9 horas. — reclamo.

— E nada deles.

 Samira espia, com a atenção voltada  para escada.

— Será que devemos acordá-los?— Khadija sugere. 

— La.— recuso.— Leve isso— entrego a bandeja, com vários pães.— Coloque na mesa.

Entrego a quarta esposa. E de repente, faço uma careta, sentindo uma tontura forte.

— Está bem, Layla?

— Acordei com um mal estar.— minto— Deve ter sido alguma coisa que comi.

Khadija se retira da cozinha, para ir arrumar a mesa do café. 

E Samira fala:

— Não poderá enganar a todos por muito tempo, Layla, daqui a pouco a barriga começará aparecer.

— Shiuu.– a peço pra fazer silêncio.– Ninguém pode descobrir. 

A voz de Aisha ecoa:

— Salameico!

— Wa aleikum salam.

Inspiro fundo, fechando os olhos com raiva dessa naja.

— Não vai retribuir, Layla?

— Samira já respondeu por mim.— sem encará-la, sôo com indiferença.

— Layla, eu não quero que me trate desse jeito.

— Você traiu Muhammad. — a acuso.— Você se vendeu para ser a primeira esposa. Pois tome.— estendo as chaves da cozinha.— A partir de hoje, dará a função para cada esposa.

— Por Alláh, Layla, você é dona desta casa. Farid deixou bem claro, e eu não vou contrariar o nosso marido.

— Que marido? — revindo– Aquele lá está roubando tudo que era de Muhammad. 

Termino de falar; e Aisha resolve me ignorar, preferindo conversar apenas com Samira.

— Farid e eu iremos viajar para Istambul.— ela conta, toda contente.— Estou tão feliz! Ele é um ótimo homem.

Reviro os olhos, ouvindo o comentário.

— Quando é que vocês irão viajar?— a quarta esposa a pergunta.

— Daqui a uma semana.

— Ah é.– me intrometo na conversa.— E passarão quantos dias?

— Por que está interessada, Layla, você quer ir junto?

— La. Imagine Aisha.— me aproximo dela.— É apenas curiosidade.

Entreolho para outra muçulmana, que me encara desconfiada.

— Passaremos apenas 10 dias fora, foi o que marido disse.

— Que ótimo!— finjo um sorriso.

Aisha se retira da cozinha, após ser chamada por ele.

— É a minha chance, Samira.— sôo.

— O que irá aprontar, Layla?

— Eu vou fugir. 

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Comments

Rosilene Santos

Rosilene Santos

Que Laila consiga fugir mesmo que situação horrível que essas mulheres passam

2025-09-08

3

Marilena Yuriko Nishiyama

Marilena Yuriko Nishiyama

essa Layla dá mais dores de cabeça do que o resto das esposas........se ela conseguir fugir,quero ver até onde ela irá,pois além de grávida e nunca ter trabalhado

2025-09-07

4

Rosilene Santos

Rosilene Santos

Parabéns à autora tô gostando do seu livro

2025-09-08

2

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