ARÁBIA SAUDITA. - Meca.
Pov’s Layla.
—Terá que pedir desculpas, Layla.— Samira sugere.
— Não farei isso. Lá, lá, lá.— recuso, consecutivas vezes.— Esse muçulmano é um impostor, tomou tudo que era de Muhammad.
— Faz parte dos costumes. — escuto-a, enquanto a encaro, com os olhos lacrimejados.— Quando o marido falece, primeiro do que as esposas, os parentes próximos a ele terá que cuidar. São as tradições.
— Não aceitarei que outro homem me toque.— afirmo, com tom indignado. — Em nome de Alá e o profeta, irei embora daqui com o meu bebê.
— Layla, não faça nenhuma loucura. É haram.— a quarta esposa aconselha, soando preocupada— A obrigação é de Farid cuidar do seu bebê, você não tem direito nenhum sobre a criança. Porque é obrigação do homem: cuidar, alimentar e sustentar.
Sinto as lágrimas descerem momentaneamente pelo meu rosto.
— Mas eu sou a mãe.— minha voz sai triste.
— Não custa nada se desculpar, se quiser continuar aqui.
— Tem razão, farei isso não por aquele muçulmano, mas sim pelo meu bebê.
— Está pensando com a cabeça Layla. Yalla, vamos descer! Tire esse niqab, coloque apenas o hijab, assim é uma forma de insulta-ló menos e uma maneira de pedir desculpas.
Faço o que ela manda, apesar de eu não me sentir confortável mostrando o meu rosto.
Descemos juntas, e quando estou quase chegando no final da escada da sala de estar, ouvimos vozes.
As três esposas estão lado a lado; Aisha está com suas duas filhas, as filhas de Samira também estão presentes. Khadija não possui filhos ainda, é a única das esposas que nunca conseguiu engravidar.
Quando a minha presença é notada, todos os olhares se direcionam para mim. E o silêncio ocorre junto.
Os olhos do homem que está bem no centro me analisa minuciosamente, acabo o desafiando por meio do olhar. Ele não está sozinho, ao seu lado está a muçulmana no qual mencionei.
— Como todos ainda não conhece, essa é a minha esposa, Hadassa.
— Ela ficará com as chaves da cozinha, marido?— Aisha questiona.
Logo o clima fica mais pesado.
— Não sei, talvez.— ele dá resposta.— Hadassa que decide.
— Shurkran, habibi.— a outra se alegre.— Darei a função a cada uma das suas esposas dos afazeres domésticos.
Então retiro de dentro da minha abaya, as chaves, que sempre pertenceu a mim como primeira esposa.
— Tome. — entrego.— Pode ficar.
Naquele momento, me sinto tão humilhada. Porque para nós muçulmanas, ficar com as chaves da cozinha, significa ser a dona da casa.
O irmão do Muhammad entreolha para mim, se arrependendo. Em seguida, ele toma uma atitude inesperada de frente a todos:
— Hadassa devolva a Layla.
Ergo o rosto para cima, sem entender a postura dele.
— Por que tenho que devolver, habibi? Eu sou sua primeira esposa! Nenhuma dessas outras, foram suas escolhidas.
E não machuca só em mim, como também em Aisha, Khadija e Samira sentem o peso das palavras.
Farid rebate:
— Não importa que elas não tenham sido as minhas escolhidas, elas são as minhas esposas e as tratarei igualmente.— ele verbaliza, tomando as chaves e estendendo para mim.– Enquanto Layla permanecer nesta casa, as chaves pertencem a ela.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Vera F Strombeck
Hadassa se é tradição da primeira esposa ficar com as chaves,não devolva mostre pra esse traste de marido que vc é a primeira esposa e ponto final.
essa uma aí tá querendo tomar o lugar seu Hadassa não dê moleza..
2025-09-06
1
Syl Gonsalves
parece uma narrativa bem interessante
2025-09-07
2
Marilena Yuriko Nishiyama
Farid a Hadassa é sua primeira esposa e não a Layla....é capaz de vc perder a Hadassa isso sim,já não gostei do Farid 😡por mais que seja tradição da cultura deles,ele não deveria levantar a voz para a esposa verdadeira dele,pois ele só está com as outras 4 porque o irmão dele pediu .........e pelo visto ele irá se apaixonar pela Layla,já sinto pena da Hadassa......minha opinião
2025-09-06
3