capítulo 02

12 horas antes da festa – Escritório de Dante

Irina nem bateu. Empurrou a porta como se fosse dona do lugar — e, na cabeça dele, talvez fosse mesmo. Dante estava sentado à mesa, óculos de leitura sobre o nariz, analisando os números de uma nova remessa de cocaína prestes a atracar pelo mar Báltico. O som dos saltos dela o fez erguer o olhar, mas ele não disse nada.

— Até que você fica bem com esses óculos — ela provocou, encostando na porta. — Mas se fosse um ruivo, ficaria melhor.

Ele ergueu a cabeça devagar, sem tirar os olhos dela. O canto da boca se curvou num meio sorriso preguiçoso.

— Hoje não tem nada que você faça que vá me tirar do sério, Irina.

Ela caminhou até ele com aquele ar de desafio que só ela tinha. Parou atrás da cadeira dele, se inclinou e, antes que ele pudesse reagir, se sentou no colo dele. As mãos dele foram direto para a curvas da bunda dela, firmes, como se ela fosse propriedade. O rosto dele encostou no pescoço dela, e ele respirou fundo ali, como se memorizasse o cheiro.

— Tá animado pro velório de logo mais? — ela sussurrou com sarcasmo.

— Eu não vejo a hora — ele respondeu, a voz rouca. — O cheiro da pólvora fica ainda melhor quando é você quem acende o pavio.

Ela riu, mas se levantou, ajeitando o vestido com a elegância de quem esconde uma granada na bolsa. Se virou para ele e disse:

— Vou sair. Resolver uns detalhes da festa. Volto logo.

Ele arqueou uma sobrancelha, devagar.

— Eu não sou tolo, Irina. Já imagino o que você vai fazer. Mas não vou impedir. Na verdade… — ele se levantou também, aproximando-se sem pressa — eu adoro uma caçada.

Chegou bem perto dela e murmurou:

— Só espero que se esconda bem… porque quando eu te encontrar, não vou te deixar correr nunca mais.

O olhar dela tremeu por uma fração de segundo. Aquela ameaça, dita quase como promessa, cravou fundo. Mas ela se virou sem dizer nada, saindo do escritório com a cabeça erguida.

Dante a observou ir embora, com a língua passando devagar pelos dentes, o sorriso crescendo.

— Que comecem os jogos.

Noite do noivado — Mansão costa

O luxo escorria pelas paredes da mansão. Do hall às escadarias douradas, tudo gritava opulência. Carros importados reluziam na entrada — Lamborghinis, Bentleys, Bugattis. Segurança em cada canto, mas sem excesso. Afinal, era uma noite de celebração. Uma noite histórica.

A elite inteira estava ali. Empresários, políticos, influenciadores, mafiosos de terno sob medida. E todos sabiam o que estavam presenciando: um dos solteiros mais cobiçados do país, Dante costa, estava noivando. Oficializando uma aliança entre duas das máfias mais perigosas e influentes do continente.

Era um evento tão estratégico quanto simbólico.

Dante circulava pela festa com a naturalidade de quem domina o jogo. copo de uísque na mão, cumprimentando aliados, flertando com inimigos. Ria fácil, mas os olhos não sorriam. Já sabia que Irina tinha ido. Que a rainha fez sua jogada. E ao invés de se irritar... ele deixou.

Ela queria brincar? Ele também.

Deixa ela pensar que pode fugir, ele pensou. Isso virou uma brincadeira. Um passatempo com gosto de sangue.

Amor? Não. Dante não amava. Homens como ele não sabiam o que era isso. Mas obsessão? Possessividade? Isso corria nas veias. E com ela… era diferente. Irina mexia com ele de um jeito que ninguém jamais ousou.

Ela era fogo. E ele? Um poço de gasolina, prestes a explodir.

Na varanda da mansão, ele parou por um instante, olhando as luzes refletirem na piscina. E lembrou. Aquele loiro do noivado de Nikolai. Irina o levou só para provocá-lo. Sorrisos, toques, olhares.

Idiota.

O corpo do garoto foi enterrado em caixão fechado. Dante fez questão de arrancar as mãos e o cabelo antes — mandou os fios tingidos de loiro num embrulho de veludo para Irina, com um bilhete escrito à mão:

“Já que gosta tanto de loiros… pode fazer uma peruca.”

Ela nunca respondeu. Mas ele sabia que ela entendeu o recado.

Agora… era a vez dela entender de novo. Que pode correr, fugir, explodir o mundo se quiser — mas no fim das contas, ela ainda é dele.

E quando a bomba explodisse naquela festa, a caçada de verdade começaria.

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Comments

Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

Gente, fiquei com dó do rapaz kkkkkkkk kkkkkkkk

2025-09-04

0

Júlia Caires

Júlia Caires

meu Deus quem é mais louco? 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

2025-09-01

0

euzinha

euzinha

amo os 2 🥹💞

2025-09-02

0

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