TENTAÇÃO OBCESSIVA CAPÍTULO:4_ NÃO SERIA O ÚLTIMO

Katherine

O corredor da mansão parecia maior e mais silencioso do que nunca. Katherine segurava o celular com força, o corpo ainda trêmulo, o coração martelando como se quisesse escapar do peito. Cada som da casa — o vento nas cortinas, o eco de seus próprios passos — fazia sua respiração acelerar. — Sebastian! — ela gritou, a voz cheia de desespero. — Dois homens… dois homens de preto invadiram a mansão! Eles tinham armas! Eu… eu achei que iam me machucar!

Sebastian

Do outro lado da linha, a voz firme e assustada de Sebastian surgiu imediatamente: — O quê?! Onde você está? Está bem?

Sebastian

Eu… eu estou na sala de estar, mas não sei se a casa está segura! — Katherine mal conseguia falar, tentando controlar a respiração. — Eu fiquei com tanto medo… parecia que poderiam entrar a qualquer momento!

Sebastian

Fica calma, Katherine! — Sebastian respirou fundo, tentando passar segurança. — Eu estou indo para aí. Não vai acontecer nada, eu prometo.

Katherine

Passou as mãos pelo rosto, apertando as têmporas. Ainda sentia a adrenalina correndo pelo corpo, os dedos tremiam, e a imagem dos dois homens de preto invadindo a mansão ainda queimava sua memória.

Katherine

Sebastian… eu nunca senti tanto medo. Eles… eles apontaram armas para mim! — ela engoliu em seco. — Eu não conseguia pensar direito… achei que a qualquer segundo…

Sebastian

Engoliu, sentindo o aperto no peito. O que a fez respirar fundo foi perceber que os dois homens estranhos agora estavam no chão, os ladrões neutralizados. Katherine não sabia como — ela não sabia quem os havia salvo — mas de algum jeito, os invasores já não representavam mais ameaça. — Você está bem agora? — Sebastian perguntou, preocupado.

Katherine

— Eu… sim, estou viva. Mas… — Katherine olhou ao redor da sala, ainda percebendo a desordem deixada pelos ladrões. — Eu… não sei… a casa não está segura, Sebastian. Pode acontecer de novo. Eu… sinto medo só de pensar que alguém pode entrar aqui a qualquer momento. Ela apertou o celular contra o peito, tentando controlar a voz trêmula. Mas seu olhar involuntariamente se dirigiu ao corredor, ao ponto exato onde tudo havia acontecido. Ela não sabia quem eram os homens que apareceram de repente, neutralizando os ladrões com precisão, mas havia algo neles que a fez sentir segura mesmo sem reconhecê-los. Algo poderoso, perigoso, e impossível de ignorar.

Sebastian

Katherine… — Sebastian falou com firmeza do outro lado. — Eu estou quase chegando. Só fique onde está, não tente sair, não mexa em nada.

Katherine

Tudo bem… — murmurou, respirando fundo, tentando recuperar o controle. — Eu… vou ficar aqui, esperando você.

Katherine

Depois de desligar, Katherine se deixou cair no sofá, ainda com as mãos trêmulas. O corredor estava vazio, mas a sensação de que algo ou alguém ainda pairava na mansão era intensa. Os ladrões estavam fora, mas a presença misteriosa daqueles que a salvaram parecia permanecer ali, invisível, quase palpável. Ela fechou os olhos, tentando acalmar a respiração. — Quem eram vocês? — sussurrou para o silêncio da mansão. — Por que apareceram?

Katherine

O sol entrava pelas janelas da tarde, iluminando o chão e o hall, mas dentro de Katherine, a tensão e o medo ainda estavam vivos. Aqueles homens haviam salvado sua vida, mas o mistério sobre quem eram e por que estavam ali só aumentava sua inquietação. Katherine sabia de uma coisa: aquele dia não terminaria facilmente. O medo, a adrenalina e a presença enigmática dos que a ajudaram permaneceriam com ela — e algo dentro dela dizia que aquele encontro não seria o último.

vicenzo

O carro avançava pelas ruas tranquilas, Vicenzo ao lado, com a expressão séria, enquanto Dorian permanecia em silêncio, os olhos fixos na estrada à frente. — Chefe… você realmente se envolveu naquele lugar só para ajudar a garota? — Vicenzo quebrou o silêncio, a voz baixa, quase incerta.

Dorian

Dorian desviou o olhar por um instante, lembrando-se da cena: Katherine, assustada, quase descontrolada, tremendo enquanto tentava se proteger. Dois ladrões armados, a mansão vulnerável… e no meio de tudo, ele e Vicenzo intervindo, neutralizando a ameaça com precisão. — Não era apenas ajudar. — Dorian murmurou, a voz carregada de intensidade. — Eu tinha assuntos para tratar com ela… precisava falar de coisas importantes, relacionadas à empresa. Mas não deu tempo.

vicenzo

Vicenzo franziu a testa. — E ainda assim, você… parece… diferente. — disse, hesitando. — Nunca vi você tão interessado em alguém assim.

Dorian

Dorian permaneceu em silêncio, os pensamentos ainda voltados para Katherine. A imagem dela em choque, o medo estampado no rosto, mas a dignidade e presença firme mesmo em vulnerabilidade… algo dentro dele se acendeu. Uma obsessão silenciosa começou ali, naquele instante em que seu olhar encontrou o dela por alguns segundos, sem que ela percebesse quem a havia salvado. — Ela é diferente. — Dorian finalmente disse, a voz baixa, quase um sussurro. — Forte e vulnerável ao mesmo tempo. Perfeita em maneiras que não sei explicar.

vicenzo

Vicenzo balançou a cabeça, sabendo que qualquer comentário sobre a intensidade do chefe seria inútil. — Está certo, chefe. Mas você vai deixar por isso mesmo?

Dorian

Dorian sorriu de leve, mas era um sorriso controlado, frio, carregado de intenção. — Por enquanto… sim. Preciso ir, não posso me atrasar com os compromissos da empresa. Mas não vou esquecê-la. Nem por um instante. O carro avançou, deixando para trás a mansão silenciosa, a adrenalina ainda fresca na memória de ambos. Dorian sabia que Katherine nunca entenderia o que realmente aconteceu naquele dia, que jamais saberia que ele e Vicenzo haviam salvado sua vida. E, por mais que tivesse negócios e contas para resolver, aquela imagem dela permaneceria gravada em sua mente. — Você realmente se importa demais por alguém que nem sabe que existe… — Vicenzo comentou, ainda surpreso. — Ainda não sabe. — Dorian respondeu, olhos fixos na estrada. — Mas vai descobrir, cedo ou tarde. O silêncio voltou a ocupar o carro, mas Dorian permaneceu alerta, pensando em Katherine, no medo dela, na coragem que nem ela mesma sabia que possuía, e na sensação estranha, intensa, de que precisava conhecê-la mais — e fazê-la saber, de algum jeito, que nada nem ninguém poderia afastá-la dele.