O carro preto de luxo deslizou silenciosamente pelas ruas iluminadas de Nova York. Lá fora, a cidade pulsava em neons e faróis, mas dentro do veículo havia apenas o silêncio carregado de tensão e expectativa. Helena sentia seu coração martelar contra o peito como se quisesse escapar. Cada segundo parecia dilatar, tornando a espera dolorosamente doce.
Ela não conseguia parar de pensar em Dante Salvatore. Nos últimos dias, ele tinha ocupado cada fragmento de sua mente. A lembrança de seu olhar cinza, profundo e impenetrável, ainda a perseguia. Seus pensamentos giravam entre medo e fascínio, e ela se via impotente diante de uma atração que não compreendia.
— Está nervosa? — perguntou Dante, a voz grave e rouca, quase provocante.
— Um pouco… — respondeu Helena, a voz trêmula, tentando controlar a ansiedade. — É… tudo muito diferente para mim.
Ele inclinou ligeiramente o corpo em sua direção, um sorriso enigmático brincando em seus lábios.
— Diferente não significa ruim — disse ele. — Às vezes, o desconhecido é mais excitante do que qualquer certeza.
Helena desviou os olhos, sentindo o rubor subir ao rosto. Cada palavra dele parecia atravessá-la, invadir seus pensamentos, penetrar em cada nervo. Ele falava como quem tinha controle absoluto, como quem sabia exatamente o efeito que causava.
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O carro finalmente parou diante de uma mansão imponente. Helena sentiu o ar faltar em seus pulmões. A construção era grandiosa, antiga e restaurada com perfeição: colunas altas de mármore, janelas gigantescas que refletiam as luzes do lago artificial que cercava a propriedade, e uma entrada que parecia saída de filme. Guardas uniformizados observavam cada movimento com atenção, suas expressões sérias tornando a atmosfera ainda mais intimidante.
— Essa… é sua casa? — murmurou ela, incapaz de esconder a surpresa e o fascínio.
— Sim — respondeu Dante, com a serenidade e autoridade que só ele parecia possuir. — Mas não pense que é apenas minha. É meu mundo. E agora, você faz parte dele, mesmo que ainda não perceba.
Ele abriu a porta para ela e a guiou pelo corredor longo, iluminado por lustres de cristal e quadros de ancestrais que pareciam observá-los com olhos severos. Cada passo que ela dava a deixava mais consciente do poder dele, da distância entre a vida que conhecia e o mundo ao qual estava sendo introduzida.
— Sente-se — disse Dante, conduzindo-a à sala de jantar.
O salão era uma obra de arte: teto alto com molduras douradas, lustres de cristal reluzentes, velas estrategicamente posicionadas sobre mesas laterais, e uma longa mesa de madeira escura polida que parecia projetar autoridade. O ambiente era luxuoso e intimista, carregado de poder e mistério, e Helena sentiu o peso daquela opulência pesar sobre seus ombros.
Dante sentou-se à sua frente, mantendo a postura impecável. Seus olhos não a deixavam em paz, percorrendo cada detalhe dela, cada movimento. Helena sentiu-se simultaneamente fascinada e vulnerável, percebendo que, naquele momento, estava completamente sob o domínio dele.
— O que… o que devo fazer? — perguntou, a voz baixa e hesitante.
— Apenas aproveite — respondeu Dante, com aquele sorriso que misturava ameaça e promessa. — Não há regras aqui, exceto confiar em mim.
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O jantar começou com entradas sofisticadas, pequenas obras de arte culinárias que pareciam feitas para impressionar. Helena, acostumada a refeições simples, sentiu-se intimamente observada a cada garfada, e o toque do olhar de Dante a deixava nervosa.
Ele falava sobre negócios, sobre sua família, sobre as pessoas que comandavam o império ao qual pertencia. Cada palavra dele carregava poder e domínio, mas havia também um toque de charme calculado. Helena se via cativa não apenas pelo luxo, mas pelo homem em si — pela presença que dominava todos os espaços.
A cada instante de silêncio, Dante a observava. Não apenas a via, mas a estudava, como se pudesse ler seus pensamentos. Helena sentia o calor subir pelo corpo, e a cada gesto dele — um sorriso de canto, um olhar demorado, um leve inclinar da cabeça — seu coração disparava.
Ele se aproximou sutilmente durante o jantar e sussurrou:
— Você não imagina o quanto pode ser minha, principessa…
Helena corou profundamente e desviou o olhar. A mistura de medo e excitação era inebriante. Ela nunca havia sentido algo tão intenso e confuso. Parte dela queria fugir, mas outra parte queria ceder, explorar o perigo e o desejo que Dante despertava nela.
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O jantar terminou com um leve sorvete de frutas vermelhas. Dante levantou-se primeiro e ofereceu a mão a Helena. Ao tocar a dela, o calor da pele dele percorreu seu braço, deixando-a elétrica. O toque era firme, seguro, mas carregado de uma promessa implícita — ele não a deixaria escapar.
— Vamos para o jardim — disse ele, guiando-a para fora.
O jardim era um espetáculo à parte: caminhos de pedras iluminados por pequenas lâmpadas, fontes borbulhantes que lançavam reflexos prateados, árvores altas cujas sombras dançavam ao vento. O perfume das flores misturava-se ao aroma de Dante, criando um ambiente que era sensual e perigoso ao mesmo tempo.
— Está gostando do meu mundo? — perguntou ele, a voz baixa e grave.
— É… impressionante — respondeu Helena, ainda ofegante. — Mas é… intimidante.
Dante sorriu, e a intensidade de seu olhar fez o coração dela disparar novamente. Ele se aproximou lentamente, um passo de cada vez, e sussurrou perto de seu ouvido:
— Não há nada a temer. Comigo, você está segura.
O vento da noite passou entre eles, trazendo o aroma das flores e do perfume dele, e Helena sentiu o calor subir pelo corpo. Cada palavra, cada gesto, cada olhar tornava a tensão entre eles quase insuportável. Ela percebeu que aquela noite não seria apenas um jantar: seria o início de uma jornada da qual não havia mais retorno.
Ela sabia, com cada fibra de seu ser, que estava começando a desejar o impossível. Que o perigo e o desejo estavam misturados de forma irrevogável. E que, no fundo, já não queria escapar.
Ela já estava começando a se tornar dele.
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Atualizado até capítulo 31
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