O relógio marcava três da manhã quando Jimin acordou com um barulho seco vindo da sala.
Ele pegou a arma, respiração pesada, cada passo ecoando no corredor escuro.
A sala estava vazia. A janela aberta deixava o vento balançar as cortinas, e em cima da mesa repousava um envelope preto.
Ele não lembrava de ter deixado nada ali.
Com cuidado, abriu. Dentro havia apenas uma fotografia.
Era ele mesmo, dormindo em sua cama na noite passada.
O coração de Jimin disparou.
No verso da foto, uma frase escrita em tinta vermelha:
“Você é mais lindo quando não percebe que está sendo observado.”
Ele deixou a foto cair. O ar parecia mais pesado, como se o próprio apartamento tivesse se tornado uma armadilha.
Jimin correu até a porta, verificou as trancas — todas intactas. Como ele havia entrado? Como havia saído?
O telefone vibrou em sua mão. Número restrito.
✦ 𝐉𝐢𝐦𝐢𝐧 ☾ — 「 Detetive」
—📱 … Alô? — sua voz soou rouca.
Uma risada suave respondeu.
⛧ 𝐉𝐮𝐧𝐠𝐤𝐨𝐨𝐤 𖤐 — 「 Serial Killer
— 📱Eu gosto quando você se assusta, Jimin. Seu corpo inteiro treme… é tão perfeito.
Jimin fechou os olhos, tentando manter a voz firme.
✦ 𝐉𝐢𝐦𝐢𝐧 ☾ — 「 Detetive」
—📱 O que você quer de mim?
Silêncio por alguns segundos, até a resposta vir, baixa, quase carinhosa:
⛧ 𝐉𝐮𝐧𝐠𝐤𝐨𝐨𝐤 𖤐 — 「 Serial Killer
— 📱Quero tudo
A ligação caiu.
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No dia seguinte, Jimin foi até a delegacia ainda abalado. Ele não contou a Namjoon ou Jin sobre a fotografia. Não dessa vez. Algo dentro dele dizia que aquele recado era apenas dele, e dividir isso seria como quebrar um pacto secreto.
Mas Jungkook não havia terminado.
Quando entrou no seu carro, ao fim do expediente, encontrou outro presente no banco do passageiro: uma caixa pequena, cuidadosamente embrulhada em papel preto e fita vermelha.
As mãos suaram antes mesmo de abrir.
Dentro havia um espelho de bolso, antigo, rachado no meio.
Na borda, em letras gravadas:
“Um dia você vai se enxergar como eu te enxergo.”
Jimin o deixou cair sobre o banco, o peito queimando em uma mistura de raiva, medo e algo que não ousava nomear.
Ele sabia que Jungkook estava perto.
Ele sabia que estava sendo observado.
E o mais perturbador…
era que, em algum canto obscuro da mente, começava a se perguntar o que aconteceria quando finalmente se encontrassem.
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