A música no salão mudou para um ritmo mais lento, elegante, quase hipnotizante. Os convidados começaram a se aproximar para dançar, e eu permaneci por um momento observando a cena, ajustando meu vestido e sorrindo para os amigos ao meu lado. Valentina me puxou levemente pelo braço:
— Isa, vamos dançar? — disse, com aquele brilho animado nos olhos que só ela tem.
— Claro — respondi, sorrindo de leve, sem perder a postura. — Mas primeiro, deixe-me pegar algo para beber.
Enquanto me dirigia ao bar, percebi Alessandro ao longe. Ele me olhava de maneira diferente agora: não apenas medindo, mas curioso, quase desafiador. Senti aquela pontada de interesse — não que eu demonstrasse.
Quando passei por ele, ele se adiantou:
— Isabella, poderia me conceder esta dança? — perguntou, com a voz baixa e controlada, que só reforçava sua presença poderosa.
Sorri de maneira educada, mantendo o tom leve e polido:
— Alessandro… claro, mas apenas uma dança social. Não quero que ninguém pense que estou cedendo a qualquer provocação.
Ele arqueou a sobrancelha, divertido, e estendeu a mão. Aceitei. O toque foi breve, mas firme. Quando dançamos, percebi o quanto ele controlava o corpo, mas sem parecer arrogante. Seus olhos escuros mantinham os meus presos, mas não de forma ameaçadora — apenas intensa.
— Então, CEO misterioso — disse, sorrindo levemente — parece que os eventos sociais não são apenas números e contratos para você.
— Não mesmo — respondeu, mantendo a leveza da conversa. — Embora, devo admitir, contratos me interessam mais… mas certas pessoas despertam interesse genuíno.
Mantive a expressão neutra, educada, mas não recuei. — Interessa-me mais descobrir se quem dança bem consegue manter a mesma postura fora da pista.
Ele sorriu, um sorriso contido que não revelava nada. — Então teremos muitas oportunidades de descobrir isso, imagino.
Senti um arrepio discreto, mas mantive a calma. Ele não me tocava de maneira invasiva, mas cada gesto dele parecia medir meus limites. Não que eu estivesse desconfortável — apenas curiosa, como quem observa uma peça de arte rara, tentando entender a técnica por trás da perfeição.
Quando a música acabou, nos afastamos educadamente, cada um retornando ao seu grupo. Valentina me abraçou rapidamente:
— Então? Como foi? — sussurrou, sorrindo.
— Interessante — respondi, elegante. — Mas nada que me surpreenda além do esperado.
Enquanto observava Alessandro se afastar, notei que ele permanecia atento a cada movimento meu, mas ainda assim respeitando meus limites. Uma combinação rara de poder, controle e mistério que, sem eu saber, marcava o início de um jogo muito maior.
O baile continuou com risadas, brindes e conversas animadas, e eu me mantive ao lado dos amigos, rindo, conversando e desfrutando da noite. Alessandro, por sua vez, permanecia como uma sombra elegante e intrigante, sempre observando, nunca se aproximando de forma invasiva — pelo menos por enquanto.
E eu, Isabella Salvatore, sabia que aquela dança de olhares e palavras era apenas o começo de algo que ninguém poderia prever.
O final do desfile trouxe uma energia diferente ao salão. Os flashes ainda piscavam, mas agora os holofotes se concentravam nos corredores que levavam aos bastidores do baile beneficente. Eu, Isabella Salvatore, ajustava meu vestido e sorria para os amigos, mantendo o equilíbrio entre postura e descontração. Valentina não parava de comentar sobre cada detalhe do evento, enquanto Lorenzo e Enzo observavam, meio divertidos, meio protetores. Eu adorava essa companhia: eles conheciam minha faceta pública e minha faceta mais humana — e nunca julgavam nenhuma das duas.
Enquanto caminhava, senti novamente os olhos de Alessandro sobre mim. Ele estava em pé perto do bar improvisado nos bastidores, conversando com alguns convidados, mas não tirava os olhos de mim. A tensão era palpável, mas eu não demonstrava nada além de educação. Aproximei-me com calma:
— Alessandro — disse, com leve inclinação de cabeça e um sorriso controlado — espero que a noite esteja sendo agradável para você.
— Isabella — respondeu, a voz firme, mas com uma suavidade rara — mais do que eu esperava. Você transforma qualquer sala em palco próprio, não é mesmo?
Sorri, mantendo a postura elegante. — Apenas cumpro meu papel, como todos aqui.
Ele deu um passo em minha direção, mantendo certa distância, respeitando os limites que eu impunha. — É fascinante como consegue ser tão… presente e ainda assim tão controlada.
— A prática ajuda — respondi, em tom neutro, mas deixando escapar uma ponta de charme calculado. — Desde muito jovem aprendi que postura e disciplina fazem parte da imagem que queremos transmitir.
Enquanto falávamos, Valentina me chamou para ir até a área das mesas, e eu me afastei educadamente de Alessandro, sentindo seu olhar me seguir. A tensão que surgia entre nós era como um jogo silencioso, mas altamente carregado de significado.
Ao me sentar, cercada pelos amigos, percebi o quanto Alessandro tinha impacto apenas estando presente. Ele não precisava interagir diretamente para gerar curiosidade, interesse e até um certo desconforto — de forma fascinante. Enquanto conversava com Valentina sobre o desfile e brincava com Lorenzo e Enzo, pude notar que ele observava cada gesto meu, registrando tudo.
E eu, Isabella Salvatore, não podia negar que aquilo despertava algo que ia além da simples curiosidade. Mas, fiel à minha postura, mantive a frieza mesclada à educação, me permitindo apenas um leve sorriso quando ele ergueu discretamente a taça em minha direção. Um brinde silencioso, como se apenas nós dois compreendêssemos a intensidade daquele momento.
O baile seguia seu ritmo, entre conversas, danças e risadas, mas no fundo, eu sabia que a presença de Alessandro anunciava que minha vida estava prestes a entrar em um território onde charme, poder e perigo se misturariam de forma inevitável.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Maria Ivone Amaral
casal mistério kkkkkk
2025-08-24
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