Ela assentiu lentamente, ainda o observando.
— Agradeço sua preocupação, Eduardo. Mas eu não vou me afastar. Só preciso aprender com meus erros… e garantir que nunca mais os repita.
Fez-se um breve silêncio. Elisa então se levantou com calma, ajeitou a bolsa no ombro e lançou um último olhar firme a ele.
— Agora, se me dá licença… — disse com naturalidade — preciso me apressar. Não quero me atrasar.
— Atrasar? Pra onde você vai? — perguntou Eduardo, surpreso.
— Tenho uma reunião importante — respondeu, sem entrar em detalhes. — Algumas decisões precisam ser tomadas. Por mim.
Eduardo forçou um sorriso, mas seus olhos revelavam frustração. Ele já não conseguia controlá-la como antes.
— Você está certa em cuidar de si — disse, tentando manter a fachada. — Só não se esqueça de quem realmente está do seu lado.
— Não se preocupe. Eu não esqueço mais nada — respondeu, antes de sair.
Assim que fechou a porta atrás de si, Elisa inspirou fundo. Cada passo dali em diante seria mais firme. Pela primeira vez em muito tempo, sentia que estava retomando o controle da própria vida.
Depois de se afastar, Elisa respirou aliviada. Encarar Eduardo, sabendo do que ele era capaz, tinha exigido dela um esforço enorme.
Virou-se, ainda tomada pela tensão, e murmurou para si mesma:
— Eu preciso me livrar desse canalha o quanto antes… e já sei exatamente como e quem pode me ajudar com isso.
Entrou no carro e seguiu por um caminho que não percorria há muito tempo. Quarenta minutos depois, estava diante de uma casa. Estendeu a mão para tocar a campainha, mas a porta se abriu antes que ela pudesse agir.
A pessoa à frente dela permaneceu em silêncio, apenas a encarando, à espera de alguma explicação. Elisa hesitou, o coração acelerado.
— Gabriele… — disse por fim, com um tom envergonhado.
Gabriele franziu a testa, surpresa.
— O que você está fazendo aqui? Da última vez que nos vimos, você disse que não queria me ver nunca mais.
Elisa abaixou o olhar.
— Gaby, me perdoa… eu fui uma idiota. Nunca deveria ter brigado com você por causa daquele canalha. Você estava certa, ele não presta.
O rosto de Gabriele se iluminou com um sorriso sincero. Ela deu um passo à frente e, sem pensar duas vezes, abraçou Elisa com força.
— Ah, amiga… você não sabe como eu esperei ouvir isso. Eu só queria que você enxergasse quem ele realmente é. O importante é que agora você está livre para se livrar dele de vez — disse, afastando-se para encará-la nos olhos. — E, se precisar de mim, eu estou aqui. Sempre estive.
Elisa, emocionada, chorava. Com lágrimas nos olhos, perguntou:
— Você não está com raiva de mim? Eu disse coisas horríveis pra você…
Gabriele suspirou.
— Fiquei muito magoada, sim. Mas vou relevar… sei que você foi enganada.
— Você não imagina como estou feliz por me perdoar, mesmo depois de tudo… — disse Elisa, aos prantos.
Gabriele enxugou as lágrimas da amiga e sorriu.
— Entra. Quero saber o que aconteceu pra você finalmente tirar a venda dos olhos.
Elisa, agora mais leve, segurou o braço de Gabriele. As duas entraram e subiram direto para o quarto dela. Na cozinha, os pais de Gabriele tomavam café. Ao vê-las passar, o pai comentou:
— Essas duas não tinham cortado relações?
A mãe deu um sorriso de canto.
— Elas não conseguem viver uma sem a outra. Brigam, mas depois fazem as pazes. Mas confesso que, dessa vez, achei que não iam se entender.
No quarto, Gabriele foi direta:
— Você terminou com o Eduardo?
— Não.
— Ah, então foi só uma brigazinha… logo vocês vão estar juntos de novo.
— Não, não foi só isso.
— Então por que não terminou?
Elisa suspirou.
— Porque ele não sabe que eu descobri que é um canalha. Ele e minha prima estão tentando destruir minha reputação, fazendo as pessoas acreditarem que sou louca. Na frente de todos, ele age como se eu fosse um tesouro inestimável. Se eu terminar assim, vou parecer maluca.
Gabriele arqueou a sobrancelha.
— E como pretende se livrar dele sem parecer maluca por dispensar um “partido” como esse? — fez aspas com os dedos e depois encenou colocar o dedo na boca, fingindo ânsia de vômito.
Elisa sorriu.
— Já tenho um plano… e vou precisar da sua ajuda.
Antes mesmo que Elisa explicasse, Gabriele deu um salto animado.
— Pode contar comigo! Eu sei de um veneno perfeito.
— Não, veneno não!
— Então eu conheço uns caras que podem se livrar dele de forma bem dolorosa… — disse, esfregando as mãos e sorrindo como se já assistisse à cena.
— Nada disso, maluca. Eu não vou matar ninguém.
Gabriele fez cara de decepção.
— Sério? Poxa, já tinha imaginado várias torturas…
Elisa balançou a cabeça, exasperada, e contou seu plano.
Ao ouvir, Gabriele riu.
— Não era o que eu tinha em mente… mas também serve. Pode contar comigo.
— Ótimo. Eu vou preparar tudo, e você fica responsável por chamar todo mundo. Não se esqueça: quanto mais gente, melhor.
— Pode deixar comigo. Mas, Elisa… você só comentou que descobriu que o Eduardo é um canalha, não explicou como.
— Você não acreditaria de qualquer jeito. E, além disso, isso não importa agora. O que importa é que ele nunca mais vai me enganar. Eu vou destruir, peça por peça, a imagem de bom moço que ele construiu com tanto cuidado.
Depois de planejar cada detalhe, Elisa se despediu da amiga e foi embora. Já dentro do carro, fechou os olhos e agradeceu pela nova chance de corrigir os erros que havia cometido na vida passada. Renovou a promessa de que cada pessoa que, de alguma forma, a prejudicou, pagaria caro por isso.
Com esse pensamento firme, seguiu para a empresa fundada por sua mãe — agora alvo de cobiça das mesmas pessoas que um dia chamou de família.
Ao entrar, notou imediatamente o olhar de desdém da recepcionista. Elisa esboçou um sorriso amargo; sabia que quase ninguém ali a respeitava, e tudo graças a Marcela, sua prima, que ao longo dos anos se dedicou a espalhar boatos maliciosos sobre ela.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Elenita Muniz Coelho Silva
está mek prendendo no enredo /Drool//Drool//Drool/
2025-08-22
3
Deise
Gaby não via a hora de se livrar desse encosto para ter tantos planos bons assim 🤣🤣🤣🤣
2025-09-01
0
Solaní Rosa
estou com tanto ódio dessa Marcela e Eduardo se pudesse esmagava eles, seres desprezíveis
2025-08-26
0