O Despertar do Inimigo.

Na escuridão de seu escritório, cercado por mapas e telefones silenciosos, Don Vercetti observava as notícias sobre a Salvatore. Cada relatório que chegava falava da mesma coisa: territórios conquistados, operações perfeitas, lealdade absoluta dos aliados. E no centro de tudo, Liara e seu braço direito, Lorenzo.

— Impossível… — murmurou ele, os dedos tamborilando na mesa. — Uma mulher, e ainda assim… eficiente, fria, mortal.

Seus homens haviam tentado provocá-los, testá-los, criar pequenos conflitos internos. Resultado? Todos esmagados com precisão. Sem falhas. Sem chance. Don Vercetti sentiu pela primeira vez algo que não sentia há anos: medo.

— Essa garota… — continuou, encarando a foto de Liara no relatório — não é apenas chefe. Ela é predadora. E o irmão… o braço direito… eficiente demais. Não posso subestimar nenhum dos dois.

Ele apertou os punhos, e o silêncio do escritório se tornou tenso, pesado. Cada decisão que tomava agora precisava ser milimetricamente calculada. Uma falha, uma hesitação, e o império Salvatore se fortaleceria ainda mais.

— Preparem os nossos melhores homens — ordenou, a voz baixa, mas firme. — Quero saber cada movimento deles, cada aliado, cada ponto fraco. Se vamos derrubá-los, será perfeito. Sem erros.

Enquanto ele planejava nas sombras, não sabia que Liara já esperava por cada passo, cada falha, cada tentativa de desafiar seu poder.

E eu, ao lado dela, sabia: qualquer inimigo que ousasse tentar um movimento imprudente não sobreviveria.

O jogo estava apenas começando. Mas a diferença já era clara: onde Don Vercetti via rivais, nós víamos presas. E ninguém escapa de uma Salvatore quando o braço direito está sempre atento.

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Eu observava o mapa espalhado sobre a mesa de mogno, cada marca, cada ponto, cada território rival iluminado pelo brilho frio das lâmpadas penduradas no teto. Palermo parecia pequeno diante dos meus olhos, mas eu sabia que o mundo da máfia não se limitava a ruas ou becos. Cada decisão, cada movimento, cada aliado ou inimigo, era uma peça em um tabuleiro que eu controlava.

Ao meu lado, Lorenzo, meu braço direito, analisava os mesmos relatórios que eu. Seus olhos estavam concentrados, precisos, calculando cada ponto fraco, cada possibilidade, cada erro que nossos inimigos poderiam cometer. Eu confiava nele mais do que em qualquer outro homem na face da terra. Ele não era apenas meu irmão; ele era a extensão de meu punho, a mente que executa minhas ordens sem falhar.

— Eles subestimaram a Salvatore — murmurei, a voz fria e mortal, sem levantar os olhos do mapa. — Acham que podem desafiar nossa força.

Lorenzo assentiu, a expressão firme.

— E eles estão errados. Mas precisamos ser meticulosos. Cada passo deles deve ser antecipado. Cada aliado comprado ou conquistado deve servir ao nosso propósito.

Sorri levemente. Ele sempre entendia sem eu precisar explicar muito. E era exatamente isso que tornava ele indispensável.

— Quero que cada movimento de Vercetti seja previsível — continuei, inclinando-me sobre o mapa — Quero que sinta que está no controle, enquanto na verdade já está cercado. Cada aliado dele que duvidar, cada ponto vulnerável que ele ignorar, será explorado antes mesmo que perceba.

Lorenzo marcou pontos estratégicos com o dedo, cada linha de infiltração, cada contato leal que poderíamos manipular, cada operação silenciosa que enviaria nossa mensagem sem derramamento de sangue imediato. A guerra não começa com tiros. A guerra começa na mente. A guerra começa com medo.

— Ele acha que tem poder real — eu disse, minha voz gélida — Mas quando começar a perceber o que é realmente uma Salvatore, já será tarde demais.

Os detalhes eram importantes. Cada passo precisava ser calculado. Eu tracei alianças sutis, ofereci oportunidades que pareciam vantajosas, e tudo isso era uma armadilha. Cada movimento de Don Vercetti seria monitorado, manipulado, e utilizado contra ele. Eu queria que ele sentisse medo antes mesmo de qualquer confronto. Esse era o tipo de poder que realmente me satisfazia.

Enquanto organizávamos as operações, pensei no que significava liderar. Não era apenas comandar, não era apenas violência ou riqueza. Era controlar mentes, controlar territórios, controlar o medo. E Lorenzo, como sempre, era meu braço direito. Ele tornava minhas decisões reais, transformava estratégia em ação, e garantia que nada saísse do meu controle.

— Prontos para lembrá-lo de quem governa Palermo? — perguntei, olhando para ele com olhos frios e certeiros.

— Sempre — respondeu, com a mesma frieza e lealdade absoluta que eu esperava.

Eu respirei fundo, sentindo o peso e o prazer da antecipação. Cada aliado leal, cada traidor prestes a cometer um erro, cada ponto de infiltração — tudo já estava sob meu comando. Don Vercetti acreditava que podia desafiar a Salvatore. Mal sabia ele que estávamos vários passos à frente.

— A primeira mensagem deve ser clara — continuei, traçando as linhas finais no mapa — Ele precisa perceber que nenhum movimento é seguro. Nenhum aliado é confiável. Nenhum território está livre. Quero que o medo se espalhe antes mesmo do primeiro tiro. Que ele olhe para as ruas de Palermo e sinta minha presença em cada sombra.

Lorenzo fez um gesto, sinalizando que tudo estava pronto. Cada operação silenciosa já tinha equipes posicionadas, cada informante leal já estava em seu lugar, cada rota de fuga rival já estava cercada. Nós não precisávamos de pressa. Precisávamos de perfeição.

E eu queria que fosse doloroso. Não apenas para Don Vercetti, mas para todos que ousassem desafiar o império que reconstruí com sangue, dor e estratégia.

— Inicie — ordenei, a voz firme, mortal. — Quero que cada passo deles seja calculado. Quero que ele sinta a Salvatore antes mesmo de perceber que está sendo derrubado.

Lorenzo assentiu, e como sempre, transformou minhas ordens em ação. Cada detalhe que planejei, cada medo que eu queria incutir, agora se tornava realidade. Ele era mais que meu braço direito; era meu reflexo no mundo real, garantindo que o caos e a ordem que eu desejava fossem cumpridos à perfeição.

Enquanto observávamos os primeiros movimentos da operação se desenrolarem, senti uma satisfação silenciosa. Não era emoção. Não era prazer. Era certeza.

Certeza de que onde Liara decide, o mundo se curva.

Certeza de que onde eu atuo, a vontade dela se torna lei.

Certeza de que Don Vercetti estava prestes a descobrir que a Salvatore não perdoa, não hesita e não falha.

E, no coração de tudo, eu sorri, fria e calculista: Palermo já sabia que a nova ordem havia chegado.

E o mundo inteiro logo sentiria o punho de ferro de uma Salvatore comandada por mim… e executada pelo meu braço direito.

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