Finalmente, Itália! O cheiro do aeroporto em Roma era diferente, uma mistura de café forte, perfumes sofisticados e o calor de um país vibrante. Enquanto esperava meu táxi, olhei ao redor, quase incrédula. Eu estava aqui. Realmente aqui, no aeroporto sorri vendo Marco se aproximar, ele não estava no mesmo lugar que eu, mas quem pensaria diferente né, esse homem exala poder e riqueza e eu vim na econômica sem vergonha alguma.
— Senhorita Ester, quer carona para o seu destino? — perguntou simpático, mas sem sorrir demais.
— Não sei ao certo, se tivesse mãe diria que ela me ensinou a não pegar carona com estranhos, mas como não tenho, aceito — falei tentando soar engraçada, mas acho que ele não entendeu.
— Estou brincando Marco, agradeço, estou hospedada no Hotel Villa Romana, sabe onde é? — questionei e ele assentiu, entrei no carro super chique que ele tinha e seguimos.
Com o dinheiro que ganhei com meu primeiro best-seller, comprei um pacote turístico para cinco dias. Era o suficiente para explorar um pouco e talvez até me inspirar para meu próximo livro. As ruas de Roma eram tudo o que eu tinha imaginado: uma história em cada pedra, movimento em cada esquina.
Ele me deixou no hotel e seguiu seu caminho. Fiquei mais apaixonada quando vi pessoalmente, o hotel era lindo, pequeno, charmoso, com uma vista adorável de uma pracinha.
Depois de desfazer as malas, decidi sair para explorar. O sol da tarde iluminava tudo, e cada rua parecia saída de um cartão-postal. Parei em uma trattoria e pedi algo que parecia irresistível no cardápio: lasanha alla bolognese. Quando o prato chegou, precisei conter um suspiro. Era perfeito, com camadas generosas de molho e queijo derretido.
Enquanto comia, mandei uma mensagem para Letícia:
"Cheguei! Isso aqui é um sonho! A comida, amiga... Meu Deus, você não faz ideia."
Ela respondeu quase na mesma hora:
"Aproveite, Ester. Só não se esqueça de viver também, tá? Nada de passar o dia todo escrevendo."
Depois do almoço, caminhei mais um pouco até encontrar uma pracinha tranquila. Escolhi um banco próximo a uma lanchonete. De lá, pude observar o movimento enquanto anotava ideias para meu próximo livro.
Coloquei o notebook no colo e comecei a digitar. Precisava de uma ideia forte, algo que prendesse o leitor desde o início. Romance? Claro, mas queria algo mais intenso. Algo realista.
Foi então que me lembrei de uma conversa que tive com Letícia meses atrás. Falávamos sobre mistério, perigo, histórias que envolvem o proibido. A máfia. Meu coração acelerou com a ideia. Era isso.
Abri o navegador e comecei a pesquisar: “Máfia italiana, história”, “Organizações criminosas na Itália”, “Casos reais”. Uma pesquisa levava a outra, e logo eu estava mergulhada em artigos, notícias e documentos. Havia algo fascinante nesse universo: o poder, as traições, os códigos de honra... e as histórias de amor impossíveis que poderiam surgir em meio a tudo isso.
Perdi a noção do tempo. Já estava escuro quando percebi o quanto tinha lido e anotado. Fechei o notebook e respirei fundo. Eu sabia que essa história poderia ser incrível, mas também senti um arrepio ao pensar no quanto parecia perigoso mergulhar nesse mundo se ele fosse real, ainda bem que é tudo ficção.
Peguei meu celular e liguei para Letícia.
— Leh, você não vai acreditar. Tive uma ideia incrível para um novo livro.
— Lá vem você com mais um romance daqueles...
— É diferente desta vez. É sobre a máfia italiana. Algo intenso, perigoso e realista.
— Ester... não sei se isso é uma boa ideia. Você sabe que certas coisas são melhor deixar de lado, né?
— Relaxa, amiga. É só uma história. Nada vai acontecer. — falei para ela, minha amiga me contou que o namorado dela é de uma organização criminosa de onde moramos, e que é difícil sair disso, e olha que ela não tinha envolvimento com nada, uma advogada quase formada excelente com palavras, feliz e com uma boa vida, mas que tem medo de não conseguir se desvencilhar disso, enfim entendo o medo dela e quis logo acalmar seu coração.
Quando voltei para o hotel, dormi rapidamente e nem vi nada.
No dia seguinte, acordei com o som do sino de uma igreja próxima. Estava ansioso para continuar explorando Roma, mas minha mente ainda girava em torno do que descobri na noite anterior.
Tomei o café da manhã no hotel, um cappuccino perfeito acompanhado de um cornetto doce, e saí com meu notebook na mochila.
Minha ideia era simples: encontrar um lugar calmo para continuar minhas anotações. A pracinha onde estive no dia anterior parecia o lugar ideal. O sol estava brilhando, e os cheiros das padarias e cafés enchiam o ar. Escolhi um banco sob a sombra de uma árvore e comecei a organizar o que havia encontrado.
Eu já tinha uma extensa lista de nomes de famílias mafiosas, casos que dizem ser reais e até detalhes sobre como as organizações se estruturam. Mas preciso de mais. Decidi me aprofundar.
Conectei-me ao Wi-Fi gratuito da praça e continuei. Passei de artigos históricos para fóruns obscuros, clicando em links que levam a páginas cada vez mais desenvolvidas. Meus dedos voavam pelo teclado, enquanto eu absorvia tudo: métodos de operação, alianças políticas, até os mesmos rumores sobre famílias específicas que ainda dominavam certas regiões da Itália.
Eu estava tão envolvida em minha pesquisa, mas mesmo assim notei quando dois homens vestidos de terno observaram meus movimentos à distância.
Eles estavam parados perto da entrada da praça, falando discretamente enquanto me olhavam.
Depois de um tempo, senti um desconforto estranho. Levantei os olhos e percebi os dois ainda ali. Talvez fosse paranoia, mas algo não parecia, como me olharam me deixava inquieta. Tentei ignorar e continuar escrevendo.
Algum tempo depois, uma garçonete da lanchonete próxima se aproximou. Ela parecia nervosa enquanto conversava:
— Signorina, com licença... você está bem?
Olha para ela, confusa.
— Sim, estou. Por quê?
Ela hesitou antes de responder.
— Só... tome cuidado com o que está fazendo. Não é seguro pesquisar certas coisas por aqui.
Meu coração disparou. Como ela sabia o que eu estava pesquisando?
— Desculpe, eu não entendo...
Ela apenas balançou a cabeça e se afastou, como se já tivesse dito aqui demais. Fiquei olhando para ela, tentando processar suas palavras. Seria coincidência? Ou realmente havia algo errado?
Fechei o notebook e decidi que era melhor voltar para o hotel. Enquanto caminhava de volta, senti como se estivesse sendo seguida. Olhava discretamente por cima do ombro, mas não via ninguém. Ainda assim, a sensação de que algo estava fora do normal era impossível de ignorar.
Quando cheguei ao quarto, tranquei a porta e respirei fundo. Talvez estivesse exagerando, mas o aviso da garota ecoava na minha mente.
Pensei na Letícia. Talvez devesse ligar para ela, contar o que estava acontecendo. Mas o medo de parecer loucura me impediu. Então, fiz o que sempre faço: escrevi. Abri o notebook e comecei a descrever a sensação de estar sendo observada, o peso de um olhar desconhecido.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Irene Saez Lage
Eita mulher será que vai mexer em vespeiro cuidado onde coloca a mão ✋
2025-08-02
0
Marilia Carvalho Lima
🤔🤔
2025-08-01
1