Após a conversa com a amiga, Mariana saiu determinada a resgatar seu casamento. Saiu mais cedo e passou na empresa do marido. Decidiu que precisava sair da rotina e criar um momento só para ela e Arthur. Fazia um tempo em que ela não ia a fazenda de sua família, e lá tinha uma cabana onde Arthur e ela costumavam fazer planos, após momentos de amor.
- Quando me falaram eu nem acreditei\, que minha esposa estava me esperando em minha sala- Arthur disse com uma certa surpresa e animação em sua voz. Apesar de tudo no fundo Mariana era o amor de sua vida.
- Resolvi passar para ver meu maridinho lindo\, e propor uma loucura – Mariana falou ajeitando o terno de seu esposo e gravata.
Arthur levantou a sobrancelha surpreso.
-Qual loucura seria essa?
- Um fim de semana só nosso. Sem trabalho\, sem preocupações\, só nós dois. O que você acha? - disse Mariana\, com um sorriso que misturava ansiedade e empolgação.
Arthur pareceu hesitar um pouco, mas logo abriu um sorriso que só ele tinha.
-Acho que estou precisando disso.
Naquele mesmo dia a noite o casal seguiu para uma viagem só os dois, para a fazenda da família.
A viagem de carro foi tranquila, com conversas leves e músicas antigas no rádio. Ao chegar à cabana Arthur parecia relaxado, e Mariana sentiu uma ponta de esperança.
Na manhã seguinte o casal caminhou por trilhas, explorando cachoeiras e almoçaram na cabana um almoço feito pelos dois. Arthur estava mais presente do que há meses, rindo e até fazendo planos para o futuro.
-Você se lembra da nossa viagem ao interior? Quando decidimos que queríamos uma casa com varanda só para ver o pôr do sol? – Ele disse segurando a mão de Mariana.
- Como eu poderia esquecer? Você me fez procurar aquela casa por semanas! – Respondeu ela rindo
Por um momento Mariana sentiu que tudo estava como deveria ser.
A noite eles improvisaram um jantar, acenderam a lareira, abriram um vinho, e tudo parecia perfeito. Mas, enquanto conversavam, algo no olhar de Arthur mudou. Era como se um peso o atingisse, ainda que ele tentasse esconder.
-Você está bem? – Mariana perguntou, tocando de leve sua mão.
Arthur hesitou, desviando o olhar por um instante antes de sorrir.
- Estou pensando em como você é incrível\, Mari. Como eu tenho sorte de ter você. Sinto que as vezes eu nem te mereço
-Não fala bobagem Arthur, você é um cara incrível e não é à toa que eu me apaixonei e decidi me casar com você.
Eles ficaram em silêncio, um silencio confortável, onde só conseguiam ouvir o barulho da lareira o que tornava o ambiente quente e acolhedor. Mariana observava as chamas dançando segurava sua taça de vinho, sentindo o calor se espalhando pelo corpo. Arthur estava sentado no sofá, com uma manta cobrindo ambos.
-Eu estava pensando - falou Arthur quebrando o silencio - como deixamos a vida nos engolir desse jeito?
Mariana virou-se para ele, surpresa com sua pergunta.
-Não sei. Acho que é fácil perdermos o foco quando estamos tão ocupados tentando fazer tudo funcionar – respondeu ela, com honestidade.
Arthur a olhou, e por um momento parecia haver algo verdadeiro em seu olhar, algo que Mariana não via muito tempo, como se ele quisesse gravar esse momento para sempre. Ele colocou uma taça de lado e segurou a mão dela.
- Estou sendo sincero Mari\, quando digo que muitas vezes me questionei como tive tanta sorte de te encontrar. Você é incrível e tem que acreditar verdadeiramente nisso.
As palavras dele a tocaram. Nos últimos meses, Mariana se perguntou se Arthur ainda a enxergava do jeito que via no início. Naquele momento, sentiu como se a resposta fosse sim.
Ela se moveu e segurou o rosto dele com delicadeza,
- E eu sinto que te amo mais do que posso expressar. Mesmo quando estamos distantes\, eu só quero que você saiba disso.
Arthur a beijou, com um beijo diferente dos que trocaram nos últimos meses, mais profundo e honesto.
A noite avançou enquanto eles entregavam um ao outro. O mundo fora do chalé parecia ter desaparecido, e tudo o que importava eram os toques, os gemidos e as emoções que compartilhavam. Era como se aquela noite os levasse de volta ao começo, ao tempo e, que nada mais importava além deles dois.
Arthur a segurou com delicadeza, como se quisesse memorizar cada detalhe de sua pele, cada curva de seu corpo. Mariana sentiu um calor que há muito não experimentava, não apenas pelo toque dele, mas pela forma como ele parecia realmente presente. Seus movimentos de vai e vem eram lentos, cuidadosos, como se o tempo tivesse desacelerado apenas para que aquele momento perpetuasse.
As luzes da lareira lançavam sombras suaves pelas paredes da cabana, envolvendo-os em uma aura de intimidação quase mágica. Mariana olhou nos olhos do esposo enquanto ele traçava linhas imaginárias em sua pele com a ponta dos dedos, e naquele momento, ela creditou que estavam em sintonia perfeita.
- Eu sinto como se nunca mudamos o que éramos- sussurrou Mariana\, seus olhos brilhando com uma mistura de emoção.
- É exatamente onde eu quero estar. – Respondeu ele\, sem hesitação.
Enquanto a noite os envolvia, eles entregaram aquele momento como se fosse o único que importava. Era uma mistura de paixão e ternura, um encontro de almas que se dispunham, mas que agora tentavam se reencontrar.
Para Mariana, aquela noite foi um renascimento, um símbolo de que o amor deles ainda tinha uma chance. Para Arthur, era um lembrete de que as escolhas poderiam destruir tudo o que estavam reconstruindo.
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Atualizado até capítulo 56
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