GREGORIO
Fui criado pra matar. Pra não ter piedade.
“Ser um líder poderoso na máfia é sobre ser implacável. Nunca confie em ninguém, Gregorio.”
Meu pai repetia essa frase mais vezes do que consigo lembrar.
Ele me transformou no homem que eu sou hoje.
Fui ensinado a tratar mulheres como objetos descartáveis. Nunca saí em um encontro, nunca me envolvi emocionalmente. Sempre foi só sexo.
Pra meu prazer. Só o meu.
Nunca pensei em dar prazer a elas. Eu sou egoísta.
Satisfazer uma mulher? Por quê?
Todas querem a mesma coisa: dinheiro.
Fui treinado pra torturar.
Era isso que me dava satisfação.
Ver o medo nos olhos das minhas vítimas, ouvir elas implorando pela própria vida... ter o controle total do destino delas.
Elas sabem a quem pertencem.
Sabem quem é o chefe.
Sabem que comigo não se brinca.
Nesse mundo, quem não tem coração é respeitado. Tem poder. Domínio.
E o que mais um homem poderia querer?
Dinheiro traz mulher.
Todas se aproximam, piscando os olhos, prontas pra fazer qualquer coisa só pra ganhar um pouco da sua atenção... alguns minutos do seu tempo.
Pra mim, todas eram iguais. Interesseiras. Falsas.
Todas prostitutas disfarçadas.
Foi isso que me ensinaram.
Foi isso que me programaram pra acreditar.
Até o dia em que eu vi ela.
Alina D’Amico.
Foi há dois anos. Um dia de primavera, céu limpo, sol brilhando.
Ela estava no jardim — o que presumi ser da casa dela — regando as flores com uma calma que me irritou e me fascinou ao mesmo tempo.
Eu passava por ali de carro, indo resolver um assunto com um conhecido, quando bati os olhos nela.
E naquele instante...
Ela tirou meu ar.
A pele clara, lisa, parecia de porcelana, reluzindo sob o sol.
Ela usava um vestido branco leve, colado no corpo nos lugares certos. Um vestido que parecia feito pra ela.
Pedi pro motorista parar o carro.
Eu precisava olhar mais.
Mesmo de longe, consegui ver cada detalhe.
O rosto delicado, os olhos cor de mel marcantes, os lábios vermelhos que ela mordia, concentrada no que fazia.
Tava cercada por flores, mas nenhuma se comparava a ela.
Ela era a mais bonita.
Aquele tipo de beleza que hipnotiza.
O tipo de corpo que sempre me atraiu.
O vestido apertado no busto, leve nas coxas.
Era impossível ignorar.
Mas o que mais me chamou atenção... foi o cabelo.
Castanho, liso, sedoso, descia até o fim das costas.
Duvido alguém olhar pra ela e não se apaixonar na hora.
Uma beleza rara. Inacreditável.
E, claro, um homem egoísta como eu quis ela só pra mim.
Era linda. Diferente de tudo que eu já vi.
Aquela beleza que não envelhece. Que marca. Que fica.
Quis ter ela. Talvez usar... e depois soltar.
Mas tinha algo nela.
Algo que me fazia querer mais.
E até hoje... eu não sei explicar.
Mas eu preciso descobrir.
Aquele dia passou e tudo o que eu conseguia pensar... era no rosto dela.
Cada traço. Cada detalhe. Como se ela tivesse grudado na minha mente.
Assim que cheguei em casa, chamei o Levi — meu homem de confiança — e mandei que ele investigasse tudo sobre ela.
Descobri que ela tinha 17 anos e morava com uma família adotiva.
A mãe morreu quando ela tinha nove. O pai... ainda está vivo, mas não mora com ela.
Talvez ela nem saiba que ele é o pai.
Naquele momento, eu já tinha decidido.
Ela seria minha. Só minha.
Mas não de imediato. Eu precisava de paciência.
Ela ainda era jovem.
E eu podia esperar.
Não tinha medo de perdê-la. Um dos meus homens já a observava de longe todos os dias.
Pra proteger.
Pra garantir que nada tirasse ela de mim antes da hora.
Um ano depois, descobri que ela se mudou pra um apartamento em Nova York.
Aparentemente, a mãe deixou o imóvel pra ela.
Começou a trabalhar como garçonete num restaurante qualquer.
Foi quando passei a observá-la de perto.
Analisava cada passo.
Cada rotina.
Nos fins de semana, ela se voluntariava num orfanato.
Aquilo me confundia.
Por quê?
O que ela ganha com isso?
Não era por dinheiro, com certeza.
Hmm...
Notei tudo.
O jeito que ela preparava almoço pro morador de rua que sentava na escada do prédio aos domingos.
Como ajudava senhoras com sacolas pesadas do mercado.
Ela era... um anjo. Um anjo de verdade.
E foi aí que minha obsessão ficou ainda mais forte.
Eu não tava mais atraído só pelo corpo dela.
Era a alma. O espírito gentil.
E foi nesse ponto que eu entendi:
Ela não era uma garota qualquer.
E por isso... nunca se apaixonaria por um monstro como eu.
Eu tinha tudo. Dinheiro, poder, influência.
Mas ela não ligaria pra nada disso.
Uma garota tão pura e bondosa... só enxerga o coração das pessoas.
E eu? Eu não tenho coração.
Mas eu queria que ela me quisesse.
Queria que ela fosse minha.
E a única forma de conseguir isso... seria pela força.
Sim, eu sabia que era errado.
Mas eu sou egoísta.
A vida inteira, nunca ouvi um “não”.
Sempre consegui o que quis.
Então, quando percebi que ela nunca se interessaria por mim...
Essa ideia simplesmente não me agradou.
Ela seria minha. Pra proteger. Pra cuidar.
Durante dois anos... nunca a vi sair em um encontro.
Sempre me perguntei o motivo.
Ela podia ter quem quisesse.
Homens brigariam por um simples olhar dela.
Mas... nada.
A inocência dela. A pureza.
Me deixavam louco.
Eu queria ser o único capaz de fazê-la corar.
O primeiro.
E eu amava o fato de ela ainda ser virgem.
Porque isso significava que eu seria o primeiro.
O único.
Quero trancar a porta da nossa casa, carregá-la nos braços até o quarto...
e fazer ela minha.
A noite toda.
Ouvir ela gemer meu nome, estremecer debaixo de mim, implorar pelo toque que só eu posso dar.
E foi ali... naquele pensamento, que pela primeira vez na vida, eu quis dar prazer a uma mulher.
A ela.
Meu Deus... só de imaginar ela ofegante, mordendo os lábios enquanto se agarra em mim buscando segurança... enquanto eu a penetro, sem parar, acertando exatamente onde faz ela perder o fôlego...
— só essa imagem — já me deixa duro.
Imaginar ela tentando fechar as coxas porque o prazer é demais.
O quanto eu desejo ouvir ela gritar meu nome.
Eu vou protegê-la de tudo.
Não passou despercebido pra mim o quanto a vida dela foi difícil.
Ela mora sozinha. Se sustenta sozinha.
Não se vende, não sai por aí mendigando atenção ou dinheiro.
Ela tem orgulho. E isso... eu admiro.
Quando ela for minha de verdade, não vai precisar trabalhar nunca mais.
Vai ter tudo o que quiser. Tudo.
Vai ter a mim.
Vou comprar tudo o que ela desejar.
Ela não vai precisar mover um dedo.
Todo mundo vai servi-la. Porque ela será minha rainha.
A Sra. Scarpani.
Respeitada. Intocável.
Tudo o que ela precisa fazer... é ficar ao meu lado.
E eu vou dar o mundo pra ela.
Saio dos meus pensamentos quando ouço Levi me chamando.
Levi é meu homem de confiança. Somos como irmãos. Crescemos juntos e hoje ele trabalha pra mim.
— Chefe — ele chama.
— O que foi, Levi?
— Julian tá aqui.
— Que porra ele tá fazendo aqui?
— Veio com sua mãe.
— Merda... justo hoje.
— Meio pesado falar assim do seu irmão mais novo, não acha? — ele provoca.
— Tenho coisas mais importantes pra pensar — resmungo sem tirar os olhos do notebook.
— Ele só quer sair pra almoçar.
— Diz que eu tô ocupado com negócios. E manda uma das empregadas acomodar minha mãe no quarto — ordeno.
— Ele insistiu, chefe. Disse que fez reserva em um restaurante.
— Última vez que chequei, você trabalha pra mim, Levi. Isso significa que você faz o que eu mando... ou leva uma bala na testa.
— Você não teria coragem de me matar, Gregorio — ele ri.
— Cai fora daqui e me deixa trabalhar em paz — lanço um olhar frio.
— Você quem manda. Mas, caso mude de ideia, a reserva é no Le Clair de Lune — ele diz, provocando.
No momento em que ele fala o nome do restaurante, ele conquista minha atenção.
Ele sabe.
Sabe que é lá que ela trabalha.
— Por que caralhos não começou dizendo isso, seu desgraçado? — me levanto da cadeira de couro e pego meu paletó.
— Tá todo caidinho, chefe — ele debocha.
— Cala essa boca, Levi — rosno, lançando um olhar mortal enquanto saímos do meu escritório.
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Comments
Millyp1 Santiago
kakakka na vd real eles nem liga pra isso 🤡
experiência própria
2025-08-01
0
Marta Monteiro
Está apaixonado 😍e ela nem sabe de nada 🤔
2025-07-30
0
Sonia Bezerra
Tô amando e vamos lá.01-08-25.
2025-08-02
0