capítulo 4 Em busca da verdade

Na manhã seguinte, o sol ainda timidamente filtrava suas primeiras luzes por entre as janelas do apartamento de Aurora. Ela acordou com a determinação firme: não podia mais esperar.

Com o envelope que Enzo lhe dera em mãos, ela decidiu que o primeiro passo seria encontrar uma mulher chamada Sofia Russo, uma antiga conhecida do jornalista e uma figura que, segundo Enzo, tinha ligações profundas com a história dos Bellucci.

O endereço levava a um prédio antigo na periferia da cidade, um lugar discreto e esquecido, onde ninguém parecia reparar quem entrava ou saía. Aurora subiu as escadas de concreto com passos silenciosos, o coração batendo forte.

No último andar, uma porta semiaberta revelou uma sala simples, iluminada por uma lâmpada fraca. Uma mulher de cabelos grisalhos e olhos vivazes olhou para ela com curiosidade.

— Você deve ser a Aurora — disse ela com um sorriso cansado. — Enzo falou de você.

Aurora sentiu um alívio momentâneo, mas sabia que precisava ser cautelosa.

— Preciso entender minha história. O que puder me contar sobre os Bellucci e sobre mim.

Sofia a observou por um instante, como avaliando se podia confiar.

— Eles são mais perigosos do que você imagina — começou ela. — Mas também há verdades que poucos querem que você saiba.

E assim, Aurora iniciou mais uma etapa da sua busca, mergulhando cada vez mais fundo na teia complexa e sombria da sua família verdadeira.

Sofia fechou a porta atrás de Aurora e indicou uma cadeira perto da pequena mesa de madeira.

— Sente-se — disse, com a voz baixa. — Vou te contar o que sei. Mas antes, saiba que essas informações podem mudar tudo que você acredita sobre si mesma.

Aurora assentiu, pronta para ouvir.

— A família Bellucci não é apenas uma família mafiosa qualquer. Eles são uma das linhagens mais antigas da Itália, com raízes que remontam ao século XVII. Durante séculos, mantiveram seu poder escondido nas sombras, manipulando governos, economias, até a justiça.

Sofia puxou um álbum antigo, cheio de fotografias em preto e branco.

— Esse é Don Vittorio, o patriarca atual — ela disse, apontando para o homem sério, de olhar frio, numa foto em preto e branco. — Ele construiu o império com sangue e fogo.

Aurora olhou fixamente para a foto, sentindo um calafrio.

— Mas há uma coisa que você precisa saber — continuou Sofia — o que aconteceu com você foi uma jogada desesperada. Sua infância foi protegida do mundo porque havia uma guerra dentro da família.

Ela respirou fundo e continuou.

— Don Vittorio teve três filhos, mas entre eles havia uma disputa brutal pelo controle. Quando você desapareceu, parte da família queria que você sumisse para sempre, para garantir que um dos irmãos assumisse o poder sem contestação.

Aurora apertou o anel no bolso, sentindo o peso da revelação.

— E seus pais adotivos? — perguntou, a voz falhando um pouco.

— Eles salvaram sua vida — disse Sofia. — Mas não podiam te proteger para sempre. Agora que você voltou, está no centro desse conflito.

Aurora sentiu a responsabilidade crescer dentro de si.

— O que eu faço agora?

Sofia olhou profundamente em seus olhos.

— Você deve estar pronta para enfrentar tudo. Eles vão vir atrás de você, seja para te proteger ou para te controlar. Você precisa estar forte, e precisa de aliados.

Aurora sabia que sua vida jamais seria a mesma.

Ela era uma Bellucci — e o jogo estava só começando.

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