Capítulo 3 O Duelo de Seleção.

Valentina atravessa o longo corredor iluminado por tochas flutuantes.

Cada passo dela é firme, calculado.

As paredes estão cheias de símbolos flamejantes que reagem discretamente à sua presença.

O bordado prateado em forma de chama em seu peito reflete a luz como se estivesse vivo.

Narração (Valentina):

“A arena… o lugar onde eles vão parar de fingir que não me notam.”

A arena é circular, de pedra antiga, cercada por arquibancadas cheias de alunos de diferentes divisões — cada um com uniforme próprio, todos observando.

Narrador mágico (voz oculta, do sistema arcano da escola):

“Próximo duelo: VALENTINA, classe não atribuída... contra oponente a ser revelado.”

O solo brilha brevemente ao contato com seus pés.

Runas douradas se acendem, reconhecendo sua energia.

Silêncio.

Todos a observam.

Alguns alunos murmuram, tentando lembrar de onde ela veio.

Outros apenas sentem o peso da presença dela.

Um professor sussurra para o outro:

“Essa energia... ela é da Linhagem Ardente?”

“Impossível. Estão extintos.”

As runas no chão brilham em vermelho e azul.

Uma voz profunda, impessoal e arcana ecoa por toda a arena:

Narrador mágico (voz oculta):

“Quem duelará contra Valentina… é a filha da família Luchi.

Classe Safira AYLA.”

Ela olha de lado, entediada. A mão encosta de leve na cintura, relaxada.

Valentina (resmungando):

“Aff... tinha que ser uma dessas patricinhas…”

“Pelo menos vou me divertir.”

O brilho da íris aumenta por um instante.

O cheiro do tecido da maldição volta à mente.

Ela reconhece.

Valentina (pensamento):

“Foi ela que colocou aquela maldição.

Eles têm o mesmo cheiro…”

Ela estala o pescoço levemente, relaxa os ombros.

Ao fundo, Ayla se aproxima da arena com pompa, gestos teatrais, criando cristais flutuantes ao seu redor.

Valentina (pensamento):

“Devo agradecer a ela…

Do jeito que ela merece.”

O uniforme dela brilha, coberto de feitiços defensivos.

Ela sorri para o público — e olha para Valentina com desdém.

Ayla:

“Espero que sua roupa esteja funcionando agora, querida.”

Valentina (seca):

“Tava. Mas você vai rasgar ela toda.”

O campo de proteção é ativado.

As armas são liberadas — Ayla conjura uma lança feita de cristal azulado que pulsa com magia.

Valentina apenas gira um dos dedos e fios prateados em chamas começam a se formar ao redor dela.

Contador de histórias mágico:

“Duelo iniciado.

Nível liberado: Avançado.

Barreiras de contenção ativas.

Registro espiritual em andamento.”

As duas avançam ao mesmo tempo.

Fogo e cristal.

Velocidade e arrogância.

Uma dança prestes a começar.

Ayla avança primeiro.

Ela gira sua lança de cristal no ar e a finca no chão.

Dezenas de espinhos de cristal explodem em linha reta, indo em direção a Valentina.

Efeitos sonoros: SHHHH-KRRRRKK!

Valentina desvia com leveza

Ela gira o corpo em um movimento dançado, os espinhos passando rente ao seu cabelo flamejante.

Seus fios prateados em chamas se esticam no ar — respondem ao movimento como serpentes treinadas.

Valentina (pensamento):

“Rápida. Mas óbvia.”

Valentina estala os dedos.

Seus fios se projetam em alta velocidade em três direções, forçando Ayla a se defender.

Ayla levanta um escudo de cristal ao redor de si, que forma uma cúpula reluzente.

Efeitos sonoros: CLANG! CLANG! FZZZZZ!

Ayla sorri confiante, mas começa a suar.

As bordas do escudo estão ficando vermelhas. Derretendo.

Ayla (pensamento):

“Esse calor… está corroendo meus cristais?!”

Valentina salta com um giro elegante.

Os fios se estendem como asas flamejantes.

Ao mesmo tempo, o símbolo em sua perna brilha intensamente, gerando uma onda de pressão.

Valentina (calma, faz sinais):

“Você acha que pode me conter com vidraria decorada?”

Valentina gira no ar e arremessa os fios como chicotes em cruz.

Eles cortam o escudo cristalino de Ayla em quatro partes perfeitas.

Ayla se protege com o braço, mas a explosão a joga para trás.

Efeitos sonoros: CRACK—BUM!

Ela está ajoelhada, respirando com dificuldade.

A armadura brilhante está lascada.

Os cristais ao redor começam a se desfazer como gelo ao sol.

Valentina (descendo lentamente):

“Você deveria cuidar melhor do que veste.

A próxima vez podem não sobrar nem as joias.”

Todos observam.

A multidão de alunos está muda.

Até os professores mantêm os olhos fixos nela — alguns com medo. Outros... com interesse perigoso.

As runas da arena brilham em vermelho puro — o selo de vitória absoluta.

Contador de histórias mágico:

“Vitória de Valentina.

Classificação: Superior Ardente.

Promoção direta: Unidade VERMELHA.”

Ela não sorri.

Apenas se vira e sai da arena.

A chama no seu peito ainda brilha — e a marca na perna continua acesa.

Valentina (em pensamento):

“A guerra real ainda nem começou.”

Valentina caminha sozinha por um dos corredores externos da escola, onde jardins floridos disfarçam a energia mágica que circula sob o solo.

Tudo parece calmo.

Mas o ar… não está normal.

Valentina (pensamento):

“Silêncio demais. Até para cá.”

Algo distorce a realidade. Do lado direito do corredor, uma estátua treme levemente — como se estivesse fora de foco.

O chão sob ela se deforma, como um espelho líquido.

Pétalas de flores flutuam… e depois queimam no ar sem motivo.

Efeitos sonoros: ZZZZZZZH—KRRRK

Seus olhos brilham.

A marca na perna acende como fogo pressionando a pele.

Ela sente antes de ver.

Valentina (pensamento):

“Não. Aqui não.

Aqui é sagrado...”

A realidade rasga em uma rachadura vertical, flutuante, com bordas tremeluzentes e negras, como vidro quebrado no espaço.

De dentro, uma sombra começa a sair rastejando, sem forma definida — apenas fome.

Narração:

“O Véu… rompeu.”

Dois alunos percebem tarde demais.

Um deles tenta conjurar um escudo, mas o feitiço se distorce, e a energia vira contra ele mesmo.

Gritando.

Pânico.

Ela dá dois passos à frente.

Estala os dedos.

Fios flamejantes surgem como chicotes da ponta dos dedos, e ela os lança para prender a rachadura.

Valentina (em voz baixa):

“Não enquanto eu estiver aqui.”

A criatura do Véu ataca com velocidade e sons indecifráveis, mas Valentina gira no ar, desviando com precisão, dançando entre ataques invisíveis.

Ela finca os fios na fenda e os puxa, selando temporariamente.

A fenda range, lutando para ficar aberta

Efeitos sonoros: CHRRRRRRRR—KKRRAAAAK

A rachadura vibra.

O chão ao redor racha.

Mas Valentina empurra com os dois braços cruzados, ativando o segundo selo — o da sua marca no ombro, que começa a brilhar agora também.

Valentina (gritando):

"FECHA"

A fenda se fecha com uma explosão de energia inversa.

O ar volta ao normal.

Folhas caem. Os alunos ainda estão paralisados.

Valentina está de pé no centro — em silêncio, respirando devagar.

Narração:

“Nem o sagrado é seguro.

O Véu já não respeita limites.”

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