Valentina atravessa o longo corredor iluminado por tochas flutuantes.
Cada passo dela é firme, calculado.
As paredes estão cheias de símbolos flamejantes que reagem discretamente à sua presença.
O bordado prateado em forma de chama em seu peito reflete a luz como se estivesse vivo.
Narração (Valentina):
“A arena… o lugar onde eles vão parar de fingir que não me notam.”
A arena é circular, de pedra antiga, cercada por arquibancadas cheias de alunos de diferentes divisões — cada um com uniforme próprio, todos observando.
Narrador mágico (voz oculta, do sistema arcano da escola):
“Próximo duelo: VALENTINA, classe não atribuída... contra oponente a ser revelado.”
O solo brilha brevemente ao contato com seus pés.
Runas douradas se acendem, reconhecendo sua energia.
Silêncio.
Todos a observam.
Alguns alunos murmuram, tentando lembrar de onde ela veio.
Outros apenas sentem o peso da presença dela.
Um professor sussurra para o outro:
“Essa energia... ela é da Linhagem Ardente?”
“Impossível. Estão extintos.”
As runas no chão brilham em vermelho e azul.
Uma voz profunda, impessoal e arcana ecoa por toda a arena:
Narrador mágico (voz oculta):
“Quem duelará contra Valentina… é a filha da família Luchi.
Classe Safira AYLA.”
Ela olha de lado, entediada. A mão encosta de leve na cintura, relaxada.
Valentina (resmungando):
“Aff... tinha que ser uma dessas patricinhas…”
“Pelo menos vou me divertir.”
O brilho da íris aumenta por um instante.
O cheiro do tecido da maldição volta à mente.
Ela reconhece.
Valentina (pensamento):
“Foi ela que colocou aquela maldição.
Eles têm o mesmo cheiro…”
Ela estala o pescoço levemente, relaxa os ombros.
Ao fundo, Ayla se aproxima da arena com pompa, gestos teatrais, criando cristais flutuantes ao seu redor.
Valentina (pensamento):
“Devo agradecer a ela…
Do jeito que ela merece.”
O uniforme dela brilha, coberto de feitiços defensivos.
Ela sorri para o público — e olha para Valentina com desdém.
Ayla:
“Espero que sua roupa esteja funcionando agora, querida.”
Valentina (seca):
“Tava. Mas você vai rasgar ela toda.”
O campo de proteção é ativado.
As armas são liberadas — Ayla conjura uma lança feita de cristal azulado que pulsa com magia.
Valentina apenas gira um dos dedos e fios prateados em chamas começam a se formar ao redor dela.
Contador de histórias mágico:
“Duelo iniciado.
Nível liberado: Avançado.
Barreiras de contenção ativas.
Registro espiritual em andamento.”
As duas avançam ao mesmo tempo.
Fogo e cristal.
Velocidade e arrogância.
Uma dança prestes a começar.
Ayla avança primeiro.
Ela gira sua lança de cristal no ar e a finca no chão.
Dezenas de espinhos de cristal explodem em linha reta, indo em direção a Valentina.
Efeitos sonoros: SHHHH-KRRRRKK!
Valentina desvia com leveza
Ela gira o corpo em um movimento dançado, os espinhos passando rente ao seu cabelo flamejante.
Seus fios prateados em chamas se esticam no ar — respondem ao movimento como serpentes treinadas.
Valentina (pensamento):
“Rápida. Mas óbvia.”
Valentina estala os dedos.
Seus fios se projetam em alta velocidade em três direções, forçando Ayla a se defender.
Ayla levanta um escudo de cristal ao redor de si, que forma uma cúpula reluzente.
Efeitos sonoros: CLANG! CLANG! FZZZZZ!
Ayla sorri confiante, mas começa a suar.
As bordas do escudo estão ficando vermelhas. Derretendo.
Ayla (pensamento):
“Esse calor… está corroendo meus cristais?!”
Valentina salta com um giro elegante.
Os fios se estendem como asas flamejantes.
Ao mesmo tempo, o símbolo em sua perna brilha intensamente, gerando uma onda de pressão.
Valentina (calma, faz sinais):
“Você acha que pode me conter com vidraria decorada?”
Valentina gira no ar e arremessa os fios como chicotes em cruz.
Eles cortam o escudo cristalino de Ayla em quatro partes perfeitas.
Ayla se protege com o braço, mas a explosão a joga para trás.
Efeitos sonoros: CRACK—BUM!
Ela está ajoelhada, respirando com dificuldade.
A armadura brilhante está lascada.
Os cristais ao redor começam a se desfazer como gelo ao sol.
Valentina (descendo lentamente):
“Você deveria cuidar melhor do que veste.
A próxima vez podem não sobrar nem as joias.”
Todos observam.
A multidão de alunos está muda.
Até os professores mantêm os olhos fixos nela — alguns com medo. Outros... com interesse perigoso.
As runas da arena brilham em vermelho puro — o selo de vitória absoluta.
Contador de histórias mágico:
“Vitória de Valentina.
Classificação: Superior Ardente.
Promoção direta: Unidade VERMELHA.”
Ela não sorri.
Apenas se vira e sai da arena.
A chama no seu peito ainda brilha — e a marca na perna continua acesa.
Valentina (em pensamento):
“A guerra real ainda nem começou.”
Valentina caminha sozinha por um dos corredores externos da escola, onde jardins floridos disfarçam a energia mágica que circula sob o solo.
Tudo parece calmo.
Mas o ar… não está normal.
Valentina (pensamento):
“Silêncio demais. Até para cá.”
Algo distorce a realidade. Do lado direito do corredor, uma estátua treme levemente — como se estivesse fora de foco.
O chão sob ela se deforma, como um espelho líquido.
Pétalas de flores flutuam… e depois queimam no ar sem motivo.
Efeitos sonoros: ZZZZZZZH—KRRRK
Seus olhos brilham.
A marca na perna acende como fogo pressionando a pele.
Ela sente antes de ver.
Valentina (pensamento):
“Não. Aqui não.
Aqui é sagrado...”
A realidade rasga em uma rachadura vertical, flutuante, com bordas tremeluzentes e negras, como vidro quebrado no espaço.
De dentro, uma sombra começa a sair rastejando, sem forma definida — apenas fome.
Narração:
“O Véu… rompeu.”
Dois alunos percebem tarde demais.
Um deles tenta conjurar um escudo, mas o feitiço se distorce, e a energia vira contra ele mesmo.
Gritando.
Pânico.
Ela dá dois passos à frente.
Estala os dedos.
Fios flamejantes surgem como chicotes da ponta dos dedos, e ela os lança para prender a rachadura.
Valentina (em voz baixa):
“Não enquanto eu estiver aqui.”
A criatura do Véu ataca com velocidade e sons indecifráveis, mas Valentina gira no ar, desviando com precisão, dançando entre ataques invisíveis.
Ela finca os fios na fenda e os puxa, selando temporariamente.
A fenda range, lutando para ficar aberta
Efeitos sonoros: CHRRRRRRRR—KKRRAAAAK
A rachadura vibra.
O chão ao redor racha.
Mas Valentina empurra com os dois braços cruzados, ativando o segundo selo — o da sua marca no ombro, que começa a brilhar agora também.
Valentina (gritando):
"FECHA"
A fenda se fecha com uma explosão de energia inversa.
O ar volta ao normal.
Folhas caem. Os alunos ainda estão paralisados.
Valentina está de pé no centro — em silêncio, respirando devagar.
Narração:
“Nem o sagrado é seguro.
O Véu já não respeita limites.”
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Atualizado até capítulo 21
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