Capítulo 2

 O Início

Ponto de Vista: Gregori

Dizem que todo império nasce do sangue. E nós… nascemos no centro do caos.

A primeira lembrança que tenho de Valentim Mikhailov-Petrov é dele me olhando como se já soubesse que um dia eu seria dele.

Eu tinha doze. Ele, quatorze.

Nos jogaram no campo de treinamento da Fronteira Norte da Rússia como se fôssemos apenas peças. Dois garotos moldados para matar. Mas desde o primeiro olhar, havia algo mais. Algo que queimava, silencioso.

Hoje, sete anos depois, eu estava no salão principal da mansão, cercado de cristais, terno sob medida… e com a mão de um estranho encostando no meu ombro.

— “Você é Gregori, não é?” — a voz do filho de Robert De La Cruz tinha charme, mas me causava náusea. — “Ouvi dizer que os russos têm um gosto especial para o prazer…”

Antes que eu pudesse responder, senti a temperatura do ambiente cair.

Todos os presentes congelaram. Como se um predador tivesse acabado de entrar.

Valentim.

Terno preto impecável. Olhos azuis de gelo. Maxilar travado. E um olhar que prometia sangue.

— “Tira a mão.” — ele disse, com a calma mais ameaçadora que eu já vi.

O cubano riu, nervoso. Mas não tirou.

Ruído.

Segundos depois, o braço do bastardo foi torcido, e ele estava de joelhos no chão, gemendo de dor.

O salão todo silenciou.

Vi nossos pais — Alexei, Demitire, Aline e Nikolai — se levantarem com expressão tensa.

Mas ninguém interferiu.

Valentim não gritava. Ele não precisava.

— “Se você encostar nele de novo… Cuba vira cinzas.” — sussurrou, antes de soltar o rapaz como se fosse nada.

Ponto de Vista: Aline

— “Olha a expressão dele…” — falei, baixinho para Nikolai. — “O olhar de um homem que mataria pelo que ama.”

— “Já é tarde demais pra impedir o que eles sentem.” — respondeu Demitire. — “Eles só estavam esperando a hora certa.”

— “Eles são filhos do caos.” — murmurou Alexei. — “E o caos... nunca espera permissão.”

Ponto de Vista: Valentim

Enquanto todos murmuravam, me aproximei de Gregori.

Ele me olhou de forma direta. Sem medo. Sem hesitação.

— “Você sempre vai fazer isso?” — ele perguntou. — “Marcar território com sangue?”

— “Se for preciso.” — respondi. — “Porque você é meu, Gregori. Desde sempre.”

Ele não recuou.

— “Então queime o mundo, Valentim. Mas não me deixa.”

E ali, no meio do salão, com todos observando, com as famílias mais perigosas do mundo como testemunhas silenciosas…

Ponto de Vista: Gregori

Depois daquele aviso silencioso ao mundo, Valentim me levou para fora do salão. As luzes, os olhares, as máscaras sociais... tudo ficou para trás.

Subimos os degraus da mansão principal em silêncio, nossos passos ecoando como tiros abafados. Eu podia sentir a tensão dele, a raiva ainda queimando sob a pele. Mas também havia algo mais ali.

Medo.

Medo de me perder. Medo de alguém me tocar antes dele.

Quando chegamos à varanda do terceiro andar, ele fechou a porta com força. Ficamos a sós. A neve caía lá fora, tingida pelo brilho avermelhado das luzes externas, como se até o céu soubesse o que estava prestes a acontecer.

— “Você não pode sair quebrando braços por minha causa.” — falei, cruzando os braços, tentando soar firme.

— “Posso sim.” — ele respondeu de imediato. — “E vou fazer muito pior se alguém ousar tocar no que é meu.”

— “Você fala como se eu fosse um objeto.”

Ele avançou. Devagar. Como um lobo que encurrala a presa… mas sem intenção de ferir.

— “Você não é um objeto, Gregori. Você é meu lar.” — murmurou, parando tão perto que eu podia sentir o calor do corpo dele. — “A única parte do caos onde eu encontro paz.”

Aquilo me desmontou.

Minhas mãos tremiam. Meu peito doía.

Eu esperei anos pra ouvir algo assim. Anos pra ver esse olhar nos olhos de Valentim.

— “Você não acha que estamos indo rápido demais?” — minha voz saiu fraca.

— “Esperei sete anos. Isso pra você é rápido?”

— “E se a gente estragar tudo?” — sussurrei.

Ele aproximou o rosto do meu, os olhos azuis queimando.

— “A gente já nasceu quebrado, Gregori. O que temos... não é pra ser perfeito. É pra ser nosso.”

Então ele encostou a testa na minha. Um gesto tão íntimo quanto um beijo. Mas cheio de contenção.

Ponto de Vista: Alexei

Observei tudo de longe. Através da janela da sala de segurança. Aquele toque. Aquele olhar.

Não havia mais dúvidas.

— Eles são como nós, Aline — murmurei. —

Indomáveis. Destinados ao caos.

Aline abaixou a cabeça e encostou em Nicolai e suspirou

— E agora?— perguntou ela.

— “Agora… a gente apenas observa. Porque impedir esse tipo de amor… seria como tentar parar uma tempestade com as mãos.”

— Não tem o que fazer, Valentim desde que o Gregori nasceu ele o proteger, já sabíamos que isso iria acontecer mais cedo ou mas tarde — disse Demitre sentado no colo de Alexei

— eu sempre soube do amor deles, eu já vi eles se beijando quando era mais novos, e eu apoio esse amor eles já são maiores de idade a única coisa que podemos fazer é apoiar e destruir quem ousar tocar neles e tentarem destruir o que eles tem — disse Nicolai

Ponto de Vista: Valentim

Gregori se afastou alguns centímetros. Os olhos verdes estavam marejados.

— Eu te amo, Valentim. — ele confessou, enfim.

— Desde quando?— perguntei, com a voz rouca.

— Desde o dia que eu descobri como se ama, você sempre esteve comigo, Desde o meu nascimento você sempre esteve comigo, eu achava que te amava como um irmão, mas não, eu te amo como homem

Sorri. Foi um sorriso real, raro, que só ele tirava de mim.

— Então fica.— pedi. — Aqui. Comigo. No caos.

Ele sorriu também.

— Eu nunca quis sair.

Naquela noite, os Herdeiros do Caos deixaram de ser apenas lendas.

E o mundo, mesmo sem saber… começou a contar os dias para ruir.

O que eles ainda não sabiam era que Valentim e Gregori são piores que seus pais e o mundo ainda não estava preparado para ter os Herdeiros do Caos nele, e seus inimigos vão ser apenas insetos para eles esmagarem

A história dos Herdeiros do Caos começou.

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Comments

Gabi Barbosa

Gabi Barbosa

amei autora você tá de parabéns que histórias incríveis

2025-07-29

0

Gabi Barbosa

Gabi Barbosa

esse tem a lábia do pai

2025-07-29

0

Gabi Barbosa

Gabi Barbosa

Valentim esperando ele completa os 18 homem de respeito olha que a diferença de idade é pequena só 2 anos

2025-07-29

1

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