A Proposta Inesperada

[Olívia]

Passei o final de semana estudando termos técnicos, me preparando mentalmente para a reunião. Escolhi um vestido discreto, cabelos presos, maquiagem leve. Não era sobre chamar atenção. Era sobre mostrar que eu pertencia àquele lugar. Imponente, e respeitosa ao mesmo tempo.

Às 7h59, estava de pé na recepção. Leo apareceu, impecável como sempre, e fez um leve gesto com a cabeça.

Leo: Pronta?

Olívia: Sempre. — Entramos no elevador. O silêncio era pesado, mas não desconfortável. Quase… respeitoso.

Durante a reunião, fiquei à direita de Leo, anotando tudo. Observei sua postura, sua fala segura, a maneira como lidava com pressão. Era admirável.

Quando terminou, um dos investidores se aproximou.

Investidor: Bela escolha de secretária, Walker. Leo não respondeu de imediato. Depois, apenas disse:

Leo: Ela é eficiente. E leal.

[Leo]

Era verdade. Eu não gostava de elogios vazios, e aquele comentário me irritou. Mas Olívia não reagiu. Nem sorriu. Apenas agradeceu, com educação — o que é uma das coisas que passei a admirar nela, não 'sai do salto' por 'pouca' coisa. — Na volta, dentro do carro, olhei para ela.

Leo: Foi bem. Melhor do que esperava.

Olívia: Por que esperava pouco?

Leo (olhando pela janela): Porque quase ninguém me surpreende.

Ela não respondeu. Mas vi, de relance, o canto da boca dela subir num quase sorriso. Na segunda-feira seguinte, chamei Mabel em minha sala.

Leo: A partir de hoje, você vai assumir funções externas. Preciso de alguém com mais flexibilidade no atendimento direto comigo.

Mabel (tensa): Está me substituindo?

Leo: Estou promovendo a senhorita Cooper a secretária pessoal.

[Olívia]

Ser promovida a secretária pessoal de Leo Walker me colocava bem no centro do furacão — e mais próxima dele do que eu jamais imaginei (pelo menos por agora). A nova sala ficava ao lado da dele, separada apenas por uma porta de vidro fosco (quem diria, não é mesmo?).

No primeiro dia na nova função, Mabel passou por mim sem ao menos me olhar. Mas não precisava disso, e nem me importava. O silêncio dela era mais afiado que qualquer palavra.

[Leo]

Ela estava ali. A poucos passos. Discreta, mas presente. Com o tempo, fui me acostumando ao som leve dos dedos dela no teclado, às anotações rápidas durante as reuniões, à forma como lia meus e-mails antes mesmo que eu pedisse.

Mas havia algo estranho naquela manhã.

Leo: Olívia, quem agendou essa visita com o Sr. Brenson?

Olívia: Ninguém. Ele apareceu sem marcar.

Leo (cerrando os olhos): Inaceitável.

Brenson era um investidor antigo. E um homem perigoso.

[Brenson]

Quando entrei na sala, Leo levantou devagar.

Brenson: Ouvi dizer que tem uma nova assistente. Bonita.

Leo (frio): Estamos em reunião de negócios, não em um clube social.

Brenson (olhando para mim): E você? É sempre tão calada ou só na frente do chefe?

Olívia (séria): Só falo quando tenho algo relevante a dizer. O que nem sempre acontece em visitas inesperadas. — Leo desviou o olhar, mas um canto da boca dele se curvou. Sutil. Como se dissesse: “Boa garota”.

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