Capítulo 5

Cassandra

Renan: Vou direto ao ponto Cassandra.

- Sua mãe me ligou de noite e hoje fui até sua casa convidado por ela e juntos descobrimos que você fugiu de casa. E depois de muito pensar em tudo que ocorreu, sua mãe e eu chegamos a uma conclusão.

- Você tem duas opções Cassandra. Uma opção é voltar pra mim agora, e fingir que nada aconteceu e nos casaremos assim como planejamos, afinal, não é segredo pra você que meu pai quer que eu me case pra continuar me mantendo e me mantendo na empresa.

Cass: Pode falar a outra opção porque essa esta fora de cogitação.

Falei revirando os olhos por tamanha cara de pau dele.

Renan: Ok, sua mãe e eu já achavamos que não aceitaria, então estamos certos de que se você sofrer um pouco voltará pra casa e pra mim com o rabinho entre as pernas.

Ri de forma cínica.

Cass: Isso nunca vai acontecer.

Renan: Veremos.

- Está demitida Cassandra. Aqui estão os papéis da sua demissão.

Ele jogou aqueles papéis sobre a mesa.

Renan: Assine e estará livre da empresa e de mim, mas lembre-se só te aceitarei de volta quando você vier rastejando aos meus pés me implorando pra voltar.

Fiquei furiosa com suas palavras peguei os malditos papéis e assinei mesmo sabendo que estarei ferrada sem emprego.

Quando vi o valor da rescisão fiquei um pouco aliviada pois esse dinheiro embora não seja muito me ajudará a me instalar e me acomodar por algum tempo até arranjar outro emprego.

Assinei tudo e devolvi a ele e fiquei parada esperando meu dinheiro, já que mesmo lendo tudo por cima vi que dizia que meu acerto seria pago em dinheiro no momento em que eu estivesse assinando os papéis.

Oque eu não sabia era que não podia ter sido tão idiota, deveria ter exigido o dinheiro primeiro, antes de assinar qualquer porcaria de papel. Mas a raiva fez com que não pensasse direito.

A verdade é que não esperava que ele fosse tão canalha.

Renan: Oque está esperando, pode ir.

Cass: E o meu dinheiro do acerto?

Renan: Aqui diz que você recebeu o valor acordado e você assinou, portanto não te devo nada.

Cass: Oque?

Renan: Relaxa, não estou te passando a perna, como sua mãe e eu sabíamos que você jamais aceitaria a primeira proposto ela tomou a liberdade de ficar com seu acerto, dessa forma não te devo nada, o acerto já foi pago.

Cass: Você só pode estar de brincadeira comigo Renan, seu canalha desgraçado.

Fui pra ir pra cima dele, mas ele chamou os seguranças que me arrancaram da sala dele e me arrastaram pela empresa, me jogando na rua como se eu fosse uma criminosa sendo atirada na sarjeta.

E agora? Como eu ia continuar? Eu não tinha onde dormir, não tinha do que viver, minhas contas estavam zeradas, não teria nem oque comer.

Foi nesse momento que meu celular tocou, achei ser minha mãe de novo, afinal, haviam no mínimo trinta chamadas perdidas dela, algumas de meu irmão, e uma de Renan, todas eu ignorei com maestria. Porém assim que olhei para tela, se tratava de um número ao qual não estava em minha lista telefônica.

Sequei minha lágrimas e atendi a ligação do número misterioso. Mesmo estando pronta pra chingar minha mãe, caso tivesse tido a cara de pau de me ligar de outro número.

Cass: Alô.

Moça: Oi, bom dia, por gentileza, a senhorita Cassandra.

Cass: Cassandra sou eu, quem fala?

Moça: Olá Cassandra, me chamo Magdalena, falo em nome do hospital Loftware, estou entrando em contato referente a uma vaga que surgiu no hospital.

Não acreditei no que ela dizia, meus olhos se arregalaram tanto que achei que iriam saltar de meu rosto a qualquer momento, meu coração disparou, minha boca ficou seca, não posso crer que surgiu uma nova oportunidade na minha vida, ainda mais agora, que é tudo que eu mais preciso.

Moça: Antes que venha até o hospital pra conversarmos preciso alertá-la que a única vaga disponível que temos é de faxineira, se interessar a senhorita podemos conversar pessoalmente.

Cass: Claro que sim moça, me interessa muito.

Magdalena: Ok, nos encontramos no hospital às dez e meia tudo bem pra você?

- Está vaga é para início imediato, portanto se não comparecer daremos oportunidade a próxima candidata.

Cass: Não, as dez e meia está perfeito.

Magdalena: Ok, estarei aguardando.

Ela desligou, e eu fiquei chocada.

O hospital Loftware é o hospital mais renomado da cidade quiçá do país e está entre os melhores do mundo. Será uma honra trabalhar naquele lugar, mesmo que de faxineira, jamais tive medo de pegar no pesado e sinceramente, com a situação que estou aceitaria qualquer emprego desde que fosse digno e correto.

Me levantei, bati um pouco a roupa que estava um pouco suja por ter me sentado na calçada.

Dei a volta na empresa de fininho e entrei pelos fundos, por sorte meu cartão ainda abria as portas, não havia sido desativado.

Consegui chegar ao vestiário sem que ninguém me visse, então peguei minha mala, troquei de roupa rapidamente e sai pelo menos lugar que entrei.

Saindo dali fui direto pro ponto de ônibus e agradecendo por ainda ter passagens em meu cartão transporte, porque se não fosse isso não sei nem como chegaria no local da entrevista.

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