AMELIE
O Austin me ligou naquele mesmo dia e combinamos de sair para jantar.
Mabel _ Você está pronta?
Amelie _ Já troquei de roupa três vezes, estou muito nervosa.
Mabel_ Nervosa porque é o seu primeiro encontro ou nervosa porque é o Austin?
Amelie_ Porquê é o Austin. Preciso perguntar qual é o sobrenome dele agora, acho que o avô mudou, pois, não o encontrei nas redes sociais.
Mabel_ Vista o azul, você fica linda com ele.
Amelie _ Obrigada mãe.
Termino de me arrumar e ouço a buzina do carro dele, desço as escadas correndo.
Mabel_ Ele não vem te buscar na porta?
Amelie_ Mandou mensagem que está com pressa.
Mabel_ Certo.
Eu saio ao seu encontro e penso que ele deveria ter chegado mais cedo e entrar para conhecer a minha mãe.
Entro no seu carro e ele mal me cumprimenta e já sai a toda.
Amelie _ Está com medo de perder as reservas?
Austin _ Não, porquê?
Amelie _ Você mal me cumprimentou.
Austin _ Ah, desculpe, fui criado na França, acho que não sou um cavalheiro. kkkk
Amelie _ Achei que os franceses fossem mais cavalheiros que os americanos.
Austin_ Creio que o meu tio era um homem rude.
Amelie_ Você mudou de sobrenome? Nunca encontrei você nas redes sociais.
Austin_ Eu era um ninguém, sem sobrenome, mas agora uso o sobrenome da minha família materna.
Amelie _ Você tinha o sobrenome do seu pai, eu é que nunca tive, nem parentes, nem sobrenome.
Austin _ Fale-me de você, o que tem feito esses anos todos.
Amelie _ Depois que a minha professora de música me adotou, eu basicamente estudei. Ganhei uma bolsa para a Juilliard e viemos para Nova York, ela continua sendo professora de música e eu consegui uma vaga na orquestra. E você quando chegou da França?
Austin _ Há alguns meses.
Ele para o carro e entramos no restaurante. É um lugar simples, mas, eu não me importo.
Jantamos e conversamos, mas ele não toca no assunto do passado.
O estranho é que não temos conexão nenhuma quando estamos perto um do outro.
Austin _ Porquê está me olhando assim?
Amelie _ Eu não sei, você parece diferente.
Austin_ Você também parece diferente, nós crescemos.
Amelie _ Você se casou?
Austin_ Não, estava esperando a minha princesa.
Ele segura na minha mão e sorri, me causa estranheza novamente, mas o sorriso é o mesmo. Então resolvo deixar isso de lado e pensar só no reencontro.
Amelie _ Me conte como foi a sua vida na França.
Ele conta da infância com o tio, sempre enfatizando o quanto são ricos e que ele viveu muito bem. Se vangloria das coisas que tem. Não que eu me importe, mas se é tão rico assim, porque dirige um carro popular e me trouxe a um lugar com o padrão abaixo do que ele está acostumado?
Ele sempre fala que ele merece a família que ele tem. Eu não entendo o porquê disso. Será que é para jogar na minha cara que eu não dei a mesma sorte?
Terminamos o jantar e ele me convida para dar uma esticada.
Amelie _ Não posso amanhã levanto cedo, preciso ir para casa.
A cara que ele faz emburrado, me lembra o velho Austin e eu sorrio me sentindo melhor.
Ele me leva até em casa e tenta me beijar.
Amelie _ Austin, não! Nós acabamos de nos reencontrar.
Austin _ E daí? Você sempre gostou de mim, soube que chorou muito depois que eu fui embora.
Amelie _ Quem te contou isso?
Austin _ A Isis, eu a reencontrei também. Sabe que ela sempre teve uma queda por mim.
Amelie _ Ela gostava é de infernizar a minha vida.
Austin_ Éramos todos crianças! Posso pelo menos beijar o seu rosto?
Amelie _ Claro!
Nos abraçamos, ele beija o meu rosto e eu saio do carro, novamente ele não me acompanha até a porta.
Vou deitar com uma sensação estranha, mas sonho com ele, cuidando do meu joelho ralado, me ensinando a andar de bicicleta, cada vez que eu caia, ele beijava o meu machucado.
Acordo renovada e vou para a Juilliard, assim que entro na sala de aula, me mandam chamar no conselho. Vou com o meu coração acelerado, sempre esperando pelo pior. Não consigo ser positiva, a minha atuação foi ótima ontem, não pode ser notícia ruim.
Entro na sala com o coração nas mãos. Estão todos reunidos, o meu professor, que é o meu mentor, no conservatório, o maestro da orquestra, o reitor e o outro homem que já vi, mas não me recordo de onde.
Amelie _ Mandaram me chamar?
Maestro _ Sim, querida, entre deixe-me apresentá-la a um dos maiores compositores da atualidade. Esse é Carl Hoffmann.
Eu olho para o homem que está totalmente pálido, fala algo em alemão, que eu não entendo.
Carl_ Desculpe, prazer senhorita Muller, o seu sobrenome também é alemão?
Amelie _ Sim, minha mãe é descendente de alemão.
Carl_ Ele ainda vive? Gostaria de conhecê-la.
O maestro estranhando aquela conversa, tanto quanto eu, já pula para o assunto
Maestro_ O Sr. Hoffmann mandou te chamar, pois, gostou muito da sua apresentação de ontem.
Carl_ Gostar é um eufemismo! Eu amei, você é verdadeiramente talentosa.
Amelie _ Obrigada Sr. Hoffmann, o elogio vindo do senhor, tem um peso enorme, já que é tão talentoso e brilhante no seu trabalho.
Carl_ Pode me chamar de Carl, tenho certeza que poderemos trabalhar juntos. O seu professor me mostrou o seu vídeo de inscrição na escola, era uma adolescente e já tinha tanto talento!
Amelie _ Obrigada. Aprendi muito aqui no Instituto.
Professor _ Ela toca violino como há muito tempo não ouvia alguém tocar.
O Carl olha para ele e parece se sentir mal.
Ele estava de pé e eu o seguro pelo braço, quando ele cambaleia.
Maestro _ Você está bem Carl? Sente-se aqui.
O homem senta e coloca a cabeça no joelho respirando, e diz algo em alemão, o reitor parece entender e olha-me com atenção.
Carl_ Podem arrumar um violino? Eu gostaria de a ouvir tocar.
Acho aquilo tudo muito bizarro, mas concordo em tocar para ele.
O professor me dá o violino e eu começo a tocar uma peça antiga, de uma das alunas do conservatório. O homem chora de soluçar e eu fico angustiada e paro de tocar. Ele me diz para continuar. Eu toco a peça inteira.
Novamente ele diz algo em alemão, chorando.
Carl_ Porquê escolheu essa música?
Amelie _ Eu gosto dela, a ouvi pela primeira vez aqui no conservatório, por isso resolvi aprender a tocar violino, eu só tocava piano, por causa dessa música, ela toca o meu coração.
Carl_ Não foi sua mãe quem te ensinou?
Amelie _ Não, a minha mãe não toca violino, só piano.
Carl_ Eu não entendo! Tem que ser ela!
Reitor _ Não é Carl, nós também pensamos isso.
Professor _ Foi uma perda inestimável, mas infelizmente não é ela!
Carl_ Preciso ver por mim mesmo!
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Adriana Neri
Eu acho que o Austin tinha um irmão, pois quando ele sofreu o acidente ele chamava por outro bebê.
2025-07-15
6
Fátima Ribeiro
Nossa...
Muito comovente este capítulo. Este sr Carl, será o pai dela?
2025-07-15
3
Diane Fariass
acho que o mal caráter é irmão do Austim por isso sabe sobre ela
2025-07-15
2