Capítulo 5

A porta da luxuosa suíte se abre, revelando um quarto imenso, iluminado levemente por um grupo de velas em copos com pétalas de rosa.

O cheiro invade o nariz de Ginevra e seu rosto se enternece diante do que seus olhos veem.

—Surpresa, principessa —sussurra em seu pescoço, fazendo com que seu hálito quente provoque o eriçar dos pelos do seu corpo.

A garota não consegue evitar o sorriso e os olhos marejados, sua primeira surpresa e é algo majestoso.

—Isto... Isto é para mim —titubeia um pouco, e o tremor ao dizer faz com que Matteo sorria.

—Para quem senão para você, amor? —murmura, atraindo a jovem para seu peito, sentindo o palpitar do seu coração como galopes de cavalos sem rédeas.

A proximidade faz com que um calafrio a percorra, e embora o cérebro grite que não está bem, seu coração e seu corpo gritam que fique e enfrente o que vai acontecer.

Dois anos de namoro, atrasando o momento que chegou como um raio que irrompe na noite; interrogantes dançam em sua cabeça que parecem mais acusações em um julgamento injusto.

«Seu pai vai te odiar mais se o decepcionar desta maneira?... Embora isso não possa ser possível porque você sozinha presenciando já o faz».

Um debate interno começa que não a deixa aproveitar o momento que tanto almejou, e hoje que por fim está palpável, por alguma razão não consegue aproveitá-lo plenamente.

Matteo se apodera de seus lábios delicados, que para ele são o sabor mais doce e viciante que pode existir.

Ao se separar dela, pega sua mão e, depois de beijá-la como um verdadeiro cavalheiro, a guia pelo lugar. Os olhos de Ginevra não deixam de detalhar cada coisa que vê; os balões vermelhos no teto e as pétalas espalhadas por todo lado chamam sua atenção.

Então assim se sente ser amada, pensa, ao mesmo tempo que um sorriso radiante tatua seu rosto. Seus olhos ardem e quer expressar cada uma das emoções que está experimentando.

—Bem-vinda à nossa noite, meu amor... —leva seus lábios até sua orelha e morde com delicadeza seu lóbulo.

Abre a cadeira que está junto à mesa vestida de gala, e com um prato para dois esperando para ser comido.

—Obrigada, Matt... Isto é... —para para não chorar e não parecer mais patética do que já sente que é.

—O melhor para minha menina linda —responde com um sorriso seguro e tão sensual que faz com que ela deva apertar as pernas.

Ele pega o talher e começa a dar-lhe comida na boca; cada gesto desse homem faz com que ela queira se beliscar. Foram anos de maus tratos e desprezos, e este simples ato enche sua alma.

—Esta noite será inesquecível, minha rainha. Quero que se lembre deste momento e de mim como seu único homem —leva seu olhar verde até seus olhos gris azulado e morde seu lábio diante da beleza que tem em frente.

—Matt... Não acha que o melhor é esperar? Depois de falar com o papai poderemos nos casar e... —o rosto dele se distorce e uma ruga cruza sua testa, fazendo com que ela pare suas palavras ao ver essa reação.

—Às vezes sinto que você não quer nada comigo, sempre atrasa isto sem motivos. Estamos destinados, e isso ninguém há de mudar —aperta seu punho ao mesmo tempo que formula suas palavras, com um tom severo e um olhar desdenhoso.

O rosto da garota se entristece e nega com uma dor em seu peito ao tê-lo feito sentir assim a única pessoa que a amou.

—Não, amor... Isso não é verdade, te amo e não imagina o quanto, é só que... —tenta buscar as palavras adequadas para acalmá-lo.

—Mas nada, não confia em mim e se nega a me dar algo que é meu, porque você é só minha —suas palavras a fazem sentir mais tranquila e relaxa os ombros.

—De acordo, meu amor, esta noite é nossa —Matteo sorri triunfante e se aproxima para pegá-la pela mão e levantá-la de um puxão. Embora continue preocupada, tenta ocultá-lo. Entre beijos e murmúrios dele a leva até a cama, a qual também está repleta de pétalas de rosa. Para ela, está em algum conto que não quer que acabe.

O cheiro das pétalas se entrelaça com o perfume caro do homem. Ele a deixa diante dos pés da cama e leva suas mãos até o zíper em suas costas.

Ginevra abre seus olhos com surpresa e ele dedica um sorriso tranquilizador. Abaixa o zíper com uma habilidade impressionante e o tecido cai, deixando diante de seus olhos o que, de longe, é o corpo mais belo e sensual que seus olhos já apreciaram.

Sua lingerie não é provocativa, embora também não seja antiga. Suas calcinhas são brancas e cobrem muito bem cada parte devida, e seu sutiã é de tecido fino, sem enchimento nem aros; tampouco precisa de nada disso para o quão perfeitas estão.

O volume em suas calças se pressiona, ameaçando fazer voar o botão. Ele lambe seus lábios e seus olhos se escurecem de desejo.

—Não entendo sua ânsia por cobrir tal obra de arte e tê-la me negado durante tanto tempo —sua voz é grave e rouca, perdida em seus desejos carnais.

Sem atrasar mais o momento que tanto almeja, tira a casa peça que cobre seu corpo, fazendo com que ela, além de envergonhada por estar nua, se enrubesça mais ao vê-lo simplesmente com uma cueca que ela pode apostar que nem sequer é do seu tamanho.

—Linda não é uma palavra que te faça justiça —comenta e se atira em cima dela, fazendo com que ambos caiam na cama. Sua delicadeza desaparece e a luxúria se apodera dele.

Beija cada canto da sua delicada pele, tão branca como a neve, deixando marcas possessivas, testemunhas de que ele aprofundou em seu corpo.

A jovem só fecha seus olhos, silenciando a culpa que sente. Ele, enquanto isso, começa a percorrer com suas mãos cada parte dela e tira o tecido faltante, deixando-a ainda mais exposta do que está. Termina de tirar sua cueca, provocando que seu coração esteja à beira de um colapso nervoso. Jamais divisou um e tê-lo ao vivo causa estragos em sua mente.

—Esta noite deve se cravar em sua cabeça sempre —murmura em seu ouvido. Ela só é um conjunto de terminações nervosas.

Abre suas pernas com seu joelho e, sem prorrogações, o introduz nela de um puxão, o qual lhe tira um grito entre surpresa e dor.

—Shhh, não acontece nada, é normal... —começa a beijá-la e a se mover dentro e fora dela.

A sessão para Ginevra é algo incômodo; no princípio uma ardência a invade, depois isso o substitui mais dor, até que por fim começa a sentir certa sensação de prazer.

—A puta glória, vê? Não era tão difícil depois de tudo —murmura entre investidas desmedidas, e ela não entende suas palavras, mas é tanto o que experimenta que não presta atenção.

—Olhe bem para mim, Ginevra, e se lembre de quem pertence sua cona —a pega pelo pescoço sem deixar seus movimentos frenéticos.

—Oh, Matt... —murmura sem parar até que sente que suas pernas não aguentam mais e ele a banha com os resíduos de prazer.

A euforia se detém e ela fica com um sentimento de vazio; o prazer desmedido não chegou, ou talvez foi isso que sentia há momentos atrás.

—Minha pequena Ginevra —beija seus lábios uma vez mais e se levanta até o banheiro com suas costas retas e com um orgulho que não cabe em seu peito.

Ela fica na cama sem saber o que fazer. Se deita e cobre seu corpo com um lençol, e a mancha da sua virtude a acusa, recordando sua falha. Se perde em seus pensamentos e em seus remorsos, e não se dá conta de que Matteo já está parado ao seu lado.

—Tenha... —lhe estende um comprimido e seu olhar já não é suave.

—O que é isso?... —percorre seu corpo e se dá conta de sua roupa.— Por que se vestiu? —seu entrecenho está enrugado e não entende o que acontece.

—É um comprimido de emergência e vai tomá-lo agora —o mete na boca, deixando-a gelada por sua brusquidão, e se vira para pegar um copo e enchê-lo com a jarra que está em uma mesa próxima.— Tenha, não tenho a noite toda... —A pobre continua de pedra, não tem ideia alguma do que lhe sucede e por que atua assim.

—Matt... —tenta, mas ele empurra o copo em seus lábios e não lhe resta outra que fazê-lo.

—Por que fez isso? O que te ocorre? —se senta melhor para poder ordenar suas ideias.

—Abra a boca... —seu tom é tão frio que fácil pode criar um sorvete.

—Para quê? —Está fora de lugar.

—Ginevra, abra —ordena, e ela obedece e levanta sua língua para demonstrar que engoliu essa medicina.

—Bem... Agora se vista. Me chamaram e devo regressar —se senta na cama e começa a mover seus dedos sobre seu telefone. O homem doce desapareceu e em seu lugar está um totalmente diferente.

Ela se veste com uma punhalada em seu peito. Depois de estarem juntos mal e a vê, não abre a porta ao sair e a deixa um quarteirão antes da mansão, e assim o que devia ser agradável se converteu em um pesadelo.

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