Ginevra já é uma mulher feita. Aos vinte anos, é uma das estudantes mais brilhantes; por isso ingressou na universidade com dezessete, um caso incomum. Hoje, aos vinte anos, está prestes a terminar a faculdade de Economia e Gestão Empresarial. Embora deixe todos boquiabertos na universidade, para sua família isso não é importante. Sua irmã Elena tem tido dificuldades para passar em cada semestre, mas para Ginevra sai naturalmente.
Ela ignorou os avisos das “bruxas”, como chama sua madrasta e meia-irmã, e se empenhou em conquistar o amor de Matteo. Ele não para de lhe dar atenção e fazê-la se sentir amada como nunca havia sido. O único problema é que não quer tornar o relacionamento público, “por enquanto”, até falar com seu pai, ou é o que ele lhe diz.
Ginevra se olha no espelho: o vestido azul que está vestindo acentua cada uma de suas curvas. Não tem mangas e tem um decote em V não muito pronunciado; seu cabelo está solto e usa apenas um brilho labial.
Está mais do que pronta para sair com seu namorado Matteo para comemorar que praticamente já se formou; o que falta é pura burocracia. Ela espia pela janela para ver quando o carro de seu adorado chega e poder descer sem ter que dar tantas explicações. Normalmente não sai para lugar nenhum, apesar de já ser adulta, mas como não quer problemas com sua madrasta e Elena, faz isso às escondidas, aproveitando que seu pai não está.
Avista o carro entrar e as luzes do mesmo soltarem reflexos pelo caminho. Sorri e desce as escadas procurando que ninguém a veja. Seu motorista e amigo a observa e desvia o olhar; ele não gosta nem um pouco desse relacionamento que só ele sabe que existe.
Ginevra levanta a mão e se despede com uma piscadela. Quando chega à entrada da mansão, Matteo sorri para ela e ela sobe o mais rápido que pode.
—Você está linda —a elogia com um sorriso amplo. Inclina-se por um momento e deixa um beijo em seus lábios antes de ligar o carro.
Como é muito amigo da família, não é estranho que saia com alguma das garotas, mas mesmo assim ela não gosta que possam chegar a vê-la e começar a dificultar o relacionamento.
Enquanto o carro percorre as ruas da Itália, ele pega uma de suas mãos e a leva à boca.
—Estou louco para comemorar com você. O dia todo não parei de pensar em você —sua voz é baixa e rouca. Aquilo mexe com cada fibra da pele da jovem, e seus olhos brilham com um brilho emocionado.
—Eu também queria te ver. Foram semanas sem poder sair porque meu pai estava em casa —faz um pequeno beicinho, e enquanto estão parados em um semáforo, ele aproveita e deixa um beijo em seu nariz.
—Por isso te chamei para nos vermos hoje. Seu pai está resolvendo alguns negócios e não acho que volte até o fim de semana —diz galante, levando sua mão até a perna da jovem, a qual não consegue tocar diretamente por causa do tecido do vestido.
—Quando você vai falar com ele? Você me disse que depois da faculdade; essa era a condição que você tinha me imposto —diz baixando um pouco a voz para soar mimada, embora não saia muito bem.
—Sim, querida, eu sei o que disse, mas temos que esperar. Você sabe como é seu pai com esses temas —Matteo se desculpa e muda de assunto rapidamente—. E você já decidiu o que vai fazer depois de sair da faculdade, vai continuar estudando ou vai procurar algum trabalho? —A jovem suspira diante de sua pergunta e depois desvia o olhar ao perceber que é sempre a mesma coisa: cada vez que toca no assunto de falar com seu pai, ele se desculpa com qualquer coisa.
—Eu já te disse que quero trabalhar em alguma empresa. Talvez nas empresas do papai, não sei —responde já com menos ânimo.
—Não acho que seja o momento para você pedir para entrar nas empresas. O tema dos russos o tem preocupado —aperta suas mãos no volante. Ginevra franze a testa e presta atenção.
—E o que tem isso? Pensei que papai já tinha feito negócios há um tempo com esse pessoal —comenta, mas Matteo nega imediatamente.
—Não é assim. Por mais reuniões que seu pai tenha tentado consolidar, eles se negam. —Ela ri e franze a testa.
—Não me diga que são daqueles retrógrados que, porque papai é italiano, não farão negócios com ele. —O jovem encolhe os ombros e gira o volante para estacionar no lugar que reservou.
—Não sei. Tentei falar com eles e se negam; seu pai fez e também se negaram. Fizemos um jantar, mas não há poder humano que os faça fazer negócios conosco —ela fica pensando um momento, mas não diz nada. Depois suspira e endireita as costas.
—Bom, já vamos parar de falar de trabalho e vamos aproveitar a noite —propõe, e o homem assente. Sai do carro e abre a porta para ela. A primeira coisa que faz ao pegar sua mão é apertá-la e envolvê-la pela cintura. Seus olhos escurecem de desejo e solta um grunhido em seu ouvido.
—Você está mais bela do que nunca. Não me cansarei de te dizer que você me deixa louco —sussurra colado aos seus lábios, e morde levemente o inferior.
—Sim, você já me disse mil vezes e eu adoro que você me diga —diz com o rosto avermelhado. Depois, de mãos dadas, entram no lugar. Ela pensa que é um restaurante, mas é um hotel de cinco estrelas; lâmpadas brilhantes e pisos polidos lhes dão as boas-vindas.
Um jovem o cumprimenta com familiaridade e lhe diz que pode subir para sua suíte de sempre.
Matteo não percebe seu nervosismo e, antes que possa dizer algo, a conduz até o elevador.
—Para onde vamos? Pensei que íamos ao restaurante de sempre —sua voz é hesitante e algo nervosa.
—Amor, praticamente somos casados; a única coisa que falta é avisar seu pai, e isso é um pequeno detalhe —explica assim que o elevador está em movimento. A encurrala em um canto e lhe rouba um beijo que a deixa sem fôlego.
O coração de Ginevra se acelera e, embora deseje mais do que tudo na vida, não quer falhar com seu pai estando com ele antes do casamento, embora, no final das contas, esse será seu único homem.
Embora deseje fugir, relaxa e continua o momento apaixonado.
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Atualizado até capítulo 95
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