CAPÍTULO 4.

As luzes da cidade de Nápoles refletiam nas janelas do triplex luxuoso onde **Angel Bianchi** morava com as duas amigas, **Margareth** e **Rebeca**. A noite estava quente, vibrante, e as ruas da cidade transbordavam vida, como se a Itália nunca dormisse.

Angel retocava o batom diante do espelho. Usava um vestido preto justo, de tecido fosco, com um recorte delicado abaixo dos seios. Seus cabelos estavam amarrados, lisos, caindo pelas costas como uma cascata de ébano. A maquiagem era sutil, mas seus olhos mel ambarinos tinham um brilho selvagem.

— “Tem certeza de que quer ir, Angel?” — perguntou Margareth, já vestida para matar com um vermelho incandescente. — “Essa boate é famosa por ser... intensa.”

— “E daí?” — Angel respondeu, arqueando uma sobrancelha. — “Ficar trancada nesse triplex ouvindo a Rebeca roncar não é exatamente meu conceito de diversão.”

— “EU NÃO RONCO!” — gritou Rebeca do quarto, surgindo em seguida com um vestido prata que mal cobria as coxas. — “E mesmo que roncasse, ninguém é obrigada a ouvir. A não ser que... esteja solteira e mal amada.”

Angel riu, pegando a clutch de veludo.

— “Vocês duas são um desastre. Vamos logo antes que eu me arrependa.”

Apesar da provocação, Angel estava ansiosa. Fazia um mês desde que se mudara para a Itália, e aquela era sua primeira noite realmente fora. Até então, focara em estudar, adaptar-se ao ritmo da faculdade, e manter sua posição como a melhor da turma. Mas havia algo naquela noite... algo no ar.

Talvez fosse apenas o tédio.

Ou talvez fosse a inquietação que a rondava desde que chegara. Como se algo estivesse prestes a acontecer.

O carro as deixou em frente à **Rapture**, uma boate conhecida não só por sua sofisticação, mas também por sua ligação com nomes poderosos da cidade — rumores diziam que era do próprio **Don Rocco**, o atual chefe da máfia.

Angel não sabia disso. Nem se importava.

Ela só queria dançar, beber uma taça de vinho e esquecer que seu pai já foi um homem temido em todo o continente.

Ao entrarem, foram engolidas por um oceano de luzes azuis, música grave e corpos dançantes. O ambiente era envolvente, com uma decoração que misturava o clássico ao moderno: lustres dourados pendiam do teto, e os sofás de veludo se espalhavam pelas áreas VIP.

Angel caminhava como quem sabia exatamente para onde ia — mesmo sem nunca ter estado ali. Sua postura ereta, o olhar seguro, a boca pintada de carmim... tudo nela gritava presença. Homens viravam para olhar. Mulheres cochichavam.

Mas Angel… não notava.

Ou fingia não notar.

— “Aquele segurança enorme ali não tirou os olhos de você desde que entramos.” — Rebeca sussurrou no ouvido dela, apontando com o queixo para um homem musculoso, próximo à entrada dos camarotes.

Angel ergueu o queixo, desafiadora.

— “Deixa olhar. Se encostar, perde o braço.”

Elas se acomodaram em um lounge reservado próximo à pista de dança. Logo, o garçom trouxe os drinks — e junto com ele, a sensação de liberdade que Angel esperava sentir.

— “Às italianas perigosas!” — Margareth brindou.

— “Às brasileiras mais loucas que já conheci!” — Angel completou, rindo.

Lá de cima, no andar reservado aos sócios e membros da máfia, **Vicent Rocco** observava.

Vestia uma camisa cinza de alfaiataria impecável, a gola aberta, revelando parte da tatuagem em seu peito. Os cabelos estavam penteados para trás e o olhar... afiado como lâmina.

— “Quem é a morena de vestido preto?” — ele perguntou a **Nico**, gerente da segurança.

— “Não temos nome ainda. Grupo novo. Estudantes. Entraram há pouco tempo. A morena chegou à cidade há cerca de um mês. Nunca apareceu antes.”

Vicent não respondeu. Apenas acendeu um cigarro, tragou e soltou a fumaça lentamente, observando o grupo com atenção incomum.

Havia algo naquela mulher que lhe chamava a atenção.

Ela não era vulgar, nem exageradamente sedutora. Mas sua postura... seu olhar cortante, a forma como ria e depois se calava como quem avalia o ambiente... tudo nela exalava um misto de **força contida** e **inocência disfarçada**.

— “Não tirem os olhos delas.” — disse, em tom seco.

Angel, enquanto isso, dançava com Margareth e Rebeca. Nada exagerado. Apenas movimentos suaves, sensuais na medida certa. Mas havia algo no modo como ela encarava cada homem que se aproximava… um aviso silencioso:

**“Não ouse tocar sem permissão.”**

Um dos italianos da faculdade tentou dançar com ela. Angel sorriu... e recuou. Depois se aproximou e sussurrou algo no ouvido dele. O rapaz recuou com um sorriso amarelo. Rebeca gargalhou.

— “O que você disse pra ele?”

Angel deu de ombros.

— “Que se tocasse no meu quadril, eu faria ele andar de joelhos pro hospital mais próximo.”

Rebeca quase caiu de tanto rir.

Lá em cima, Vicent sorriu.

Um sorriso lento, curioso... **perigoso.**

Ele ainda não sabia quem era aquela mulher.

Ela também não sabia quem ele era.

Mas a primeira chama... havia sido acesa.

E ninguém ali estava pronto para o incêndio que viria.

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Comments

Celia Teotônio

Celia Teotônio

já estou vendo don Bianchi voltar a ativa kkkkkkkkkk
e quando Vicente descobrir quem é a morena o tombo vai ser épico KKK

2025-06-28

1

Vanildo Campos

Vanildo Campos

❤️❤️❤️❤️❤️👏👏👏👏

2025-06-27

1

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