Enquanto isso, em um lugar distante...
_Narrado_
— Eu já disse que não, Adeline! — exclamou Vincent, a voz firme e grave ressoando pelas paredes de pedra fria.
— Por favor, maninho... Eu só quero sair daqui! Se eu tiver que suportar mais uma palestra sobre como os lobos são a encarnação do mal, vou precisar de um certificado de sanidade antes que minha mente peça aposentadoria! — respondeu a jovem com veemência, andando de um lado para o outro com o olhar impaciente.
Adeline uma jovem vampira era a dona de uma beleza hipnotizante. Os seus cabelos pretos escuros, volumosos e ondulados, emolduravam o rosto como uma obra de arte viva, eles estavam perfeitamente arranjados em ondas suaves e clássicas, presos num penteado elegante que revelava o contorno gracioso do rosto. A pele pálida contornava o tom gracioso do seus cabelos, era como se não houvesse sangue algum ali, os olhos, marcantes e levemente puxados, revelava uma inocência e brilhavam com a intensidade de quem sonhava com liberdade, refletindo uma mistura de desafio e melancolia. Os lábios, cheios e perfeitamente delineados, davam-lhe um ar provocante e ao mesmo tempo distante, como se guardassem segredos demais para serem ditos. Havia nela algo de inquieto, como uma borboleta presa em uma redoma de vidro, bela demais para o cativeiro, intensa demais para ser contida.
Os olhos de Vincent penetrantes e carregados de um mistério antigo, pareciam ler mais do que apenas palavras — liam as intenções. Havia algo em sua postura que denunciava mais do que simples poder — era domínio e controle absoluto! A sombra da responsabilidade pairava sobre ele como uma capa invisível, e mesmo em quietude, Vincent parecia comandar o ambiente com um silêncio pedrominante.
— Adeline, você sabe o motivo. Somos vampiros! Você ainda não tem controle suficiente para resistir ao sangue humano como eu e o Nikolai. Não é seguro! — disse ele, sem alterar o tom.
— Nikolai, Nikolai... Você sempre o escolhe ao invés de mim! Por acaso ele é um irmão melhor?! — resmungou ela, sentando-se pesadamente sobre a cama, bufando como uma criança contrariada.
Vincent soltou um suspiro entre o riso e a exaustão.
— Não é isso, Ade. Você sabe muito bem que os nossos pais jamais aprovariam esse tipo de saída.
— Então os convença. Pode deixar que eu mesma amoleço o coração deles por você. — disse ela, erguendo o vestido volumoso e saindo com determinação. Vincent a observou desaparecer pela porta, confuso...
— Mas... eu não disse que concordava! — gritou ele e Adeline apenas revirou os olhos ao longe.
— Pestinha...
[...]
Vincent de Doracre. O que se pode dizer de um ser como ele?
Um vampiro puro-sangue, herdeiro direto do trono de Dracmere — o maior e mais temido reino vampiresco do continente Norte. Seu pai, o conde Dreikovis, e a sua mãe, a condessa Valência, governavam com punho de ferro e olhar calculado, já ele? Ele era o próximo.
Vincent possuía olhos tão negros quanto o abismo, com uma intensidade que fazia o mais corajoso dos soldados recuar. Sua pele, pálida como o luar, parecia entalhada em mármore. Ombros largos, músculos definidos e uma altura que impunha respeito. Havia algo em sua voz — grave, rouca e magnética — que silenciava qualquer sala. Vampiros são, por natureza, belos, mas Vincent... Vincent transcendia o conceito de beleza. Ele era brutalidade elegante, uma ameaça velada debaixo de um rosto angelical...
Desde a infância, fora moldado para liderar. Seu andar era calculado e as suas palavras carregavam o peso do trono. Em Dracmere, existiam duas castas: os vampiros puros, nativos e abençoados pelos antigos e os transformados que em sua pequena parte viviam nas florestas — uma raça mestiça e descontrolada, resultado de infecções e excessos. Esses últimos eram a praga que Vincent fora incumbido de exterminar...
Seu pai enviava tropas constantemente para purificar os territórios, mas os mestiços se proliferavam como ervas daninhas. O mundo humano, outrora subjugado, agora coexistia sob um frágil tratado de paz — imposto pelos deuses e reforçado pelos lobos. Qualquer ruptura significaria o retorno da guerra!
Foi Vincent quem convenceu Dreikovis a permitir a sua infiltração no mundo humano. Contra todas as regras, contra o próprio instinto. Um vampiro puro jamais deveria se misturar com humanos — o sangue deles era um vício, uma chama que queimava lentamente até consumir a sanidade, e Vincent... Vincent carregava uma sede que superava a de qualquer outro em sua linhagem. Quando essa sede transbordava, era necessário acorrentá-lo no porão do castelo, onde os seus gritos jamais seriam ouvidos.
Os lobos? Eram os inimigos naturais... O ódio entre as raças era tão antigo quanto os próprios reinos, e quando um vampiro ousava cruzar a linha... a sentença era a morte.
Para conter o impulso de se alimentar dos humanos, o antigo rei criara uma substância derivada do sangue de uma loba ancestral — um elixir amargo, que mantinha os instintos sob controle. Era o suficiente... por enquanto.
No presente...
⛓️_Vincent_⛓️
O dia não foi dos melhores. Minha mãe implorando para que eu ficasse, minha irmã, para que a levasse. Sinto-me como uma corda esticada entre dois mundos e estou prestes a romper.
Sou um homem de hábitos reservados... Odeio ser controlado, mas ultimamente, não tenho tido muita escolha.
Valência (minha mãe) me pediu para esquecer os mestiços. Fingir que o problema não existe, mas como ignorar algo que cresce dia após dia como uma praga silenciosa? A cada novo vampiro impuro, a cada cruzamento com lobos, a balança da ordem se inclina para o caos e eu sou o único que parece enxergar isso.
Já faz meio ano desde que iniciei a minha missão no reino humano, e o progresso tem sido lento. Os decretos de expulsão e morte se espalham com brutalidade — mesmo entre os inocentes e mesmo odiando os lobos com todas as fibras do meu corpo, não posso virar as costas ao meu povo. Não somos nós os culpados por essa maldição! Foram os deuses. Foram eles que nos condenaram...
Quando minha mãe finalmente cedeu e permitiu a minha partida, fui surpreendido por sua decisão de deixar Adeline me acompanhar. Fiquei furioso... mas discutir com minha mãe Valência era como tentar convencer uma tempestade a recuar. Com aquela pele pálida como mármore, os olhos gélidos que cortavam mais que lâminas e o olhar afiado que parece enxergar até os seus pensamentos mais secretos, ela impõe respeito sem precisar erguer a voz! Mandona, sarcástica na medida certa e sempre envolta em um ar de elegância sombria, minha mãe é o tipo de vampira que faz até o silêncio parecer ameaçador... Não sou louco de desafiá-la quando está decidida desse jeito!
Partimos naquela mesma noite! A escuridão, para nós, é abrigo, para os humanos, um pesadelo.
Passamos pela adega para buscar Nikolai e Como sempre, ele estava embriagado — rindo alto, como se o mundo fosse uma piada. Assim que o infeliz entrou no carro, seguimos rumo ao mundo humano...
E a história... bem, está apenas começando.
.
.
.
Gostaram do Vincent? Sim? não? Curtem e comentem❤️😊
.
.
.
Continua...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 24
Comments
mandinha
Será que Ade é a predestinada se Kali?
Vince predestinado de Lice e Nick o misterioso de Ste ? vamos vê
2025-08-06
0
Ana Regina Fernandes Raposo
ACHO QUE O VIC E ÓTIMO, ESPERO QUE SE ENCONTRE COM A LOBA MAIS PODEROSA, E SEJA COMPANHEIRO. AÍ SIM NINGUÉM VAI PODER CONTRA ELES.
2025-06-29
2