Uma Semana Inesquecível
LEON (voz interna): Voltar pra casa parecia fácil… até Adrian.
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Leon não sabia o que esperava da semana extra que decidiu passar na cidade vizinha. Tinha inventado uma desculpa para Ethan, dizendo que Rafa precisava de mais ajuda com o bebê e que a viagem exigiria mais dias. Ethan, compreensivo como sempre, confiou.
No fundo, Leon não estava ajudando a irmã. Estava ficando por algo que não sabia nomear… mas que carregava o nome de Adrian.
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ADRIAN: Então, ainda tá por aqui?
LEON: Resolvi prolongar um pouco. Preciso de descanso real.
ADRIAN: E vai gastar esse tempo tomando café na mesma padaria?
LEON (rindo): Você tem uma sugestão melhor?
ADRIAN: Acho que sim.
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Eles caminharam pela praça principal, sentaram num banco debaixo de uma árvore, onde crianças corriam e idosos jogavam conversa fora. Adrian era leve. Seu riso era fácil. Sua presença… reconfortante. Era como se o mundo desacelerasse quando ele falava.
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ADRIAN: Você tem um ar… de quem carrega o mundo nos ombros.
LEON: É que eu esqueço de respirar às vezes.
ADRIAN: Aqui, a gente respira devagar. Quer aprender?
LEON (sorrindo): Ensina.
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Durante os dias seguintes, eles se encontraram todos os dias. Pela manhã no café, à tarde em passeios pela cidade, à noite em conversas longas num bar de jazz discreto que Adrian frequentava. Era tudo simples… mas significativo. Leon se sentia visto.
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SARA (mensagem): E aí? Ainda com o tal Adrian?
LEON: Sim. Mas… a gente só conversa. Por enquanto.
SARA: Cuidado. Sentimento também transa. E às vezes, bem mais forte.
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Quarta-feira, choveu. Adrian apareceu no hotel com duas xícaras e uma desculpa:
ADRIAN: Achei que você podia querer companhia.
Leon o deixou entrar.
Ficaram horas assistindo filme no sofá apertado do quarto. Ombros se encostaram. Risos se misturaram. A chuva batia na janela como trilha sonora de algo que crescia em silêncio entre eles.
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LEON: Você não me pergunta nada demais. Gosto disso.
ADRIAN: Porque eu não preciso saber tudo pra querer estar aqui. Às vezes, só a presença já basta.
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Na quinta, Adrian levou Leon a um mirante afastado. O céu, mesmo nublado, parecia mais bonito visto de lá.
ADRIAN: Quando tô aqui, eu lembro quem eu sou. E esqueço o que me pesa.
LEON: É isso que você tá fazendo comigo?
ADRIAN (olhando nos olhos dele): Talvez.
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Na sexta à noite, voltaram ao hotel. Já não havia mais como fingir que tudo era casual.
LEON: Você quer subir?
ADRIAN: Você quer que eu suba?
LEON: Sim.
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Dentro do quarto, a tensão era densa. Silêncios falavam alto. Leon trancou a porta, virou-se devagar. Adrian o encarava como se o visse nu, mesmo vestido.
LEON (voz trêmula): Você me assusta…
ADRIAN (aproximando-se): Por quê?
LEON: Porque você me faz sentir. Muito.
ADRIAN: Então sente.
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O primeiro toque foi nos dedos. Depois, o rosto. Um beijo suave, testando fronteiras. As mãos de Adrian desceram pela nuca de Leon, puxando-o com delicadeza. Eles se encaixaram, como se seus corpos já se conhecessem há muito tempo.
Leon tirou a camisa de Adrian, revelando o peito definido e quente. Seus dedos exploravam, como quem redescobre o próprio desejo. Adrian segurava seu rosto com ternura, guiando-o, respeitando cada hesitação.
Leon se entregou.
A camisa dele caiu, depois o cinto, depois a vergonha. Eles se deitaram na cama, entre beijos profundos e carícias lentas. Leon arfava, ofegante, enquanto Adrian deslizava os lábios por seu pescoço, peito, ventre.
As roupas se acumularam no chão como promessas quebradas. Adrian beijava cada centímetro da pele de Leon com reverência. Quando se uniram de verdade, foi com a suavidade de quem não queria machucar, mas a intensidade de quem não sabia se teria outra chance.
Os movimentos começaram lentos, quase tímidos, mas logo se tornaram urgentes. Gemidos abafados preencheram o quarto. O mundo lá fora desapareceu.
Leon sussurrava o nome dele como uma confissão proibida:
LEON: Adrian…
ADRIAN: Tô aqui. Com você.
Foi mais que físico. Foi fuga, descoberta, culpa e alívio — tudo ao mesmo tempo.
Quando terminaram, ficaram em silêncio. Leon deitou com a cabeça sobre o peito de Adrian, ouvindo as batidas fortes. O som parecia sincero.
ADRIAN: Você tá bem?
LEON: Eu tô… inteiro pela primeira vez em muito tempo.
ADRIAN: Fica comigo.
LEON (olhos cheios d’água): Eu não posso.
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No dia seguinte, Adrian acordou com a cama vazia. Leon havia ido embora. Sem mensagem. Sem bilhete. Só o silêncio e o lençol bagunçado como lembrança.
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LEON (mensagem para Sara — não enviada): Me despedi dele com o gosto dele ainda em mim. Mas não tive coragem de olhar pra trás.
LEON (mensagem enviada): Tô voltando pra casa.
SARA: Você tá bem?
LEON: Não sei. Mas eu sei quem eu sou agora. E isso dói.
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Leon chegou em casa no fim da tarde. Ethan o esperava com os meninos correndo no quintal e o jantar no forno.
ETHAN: Saudades demais. Deu tudo certo lá?
LEON: Deu.
ETHAN (abraçando-o forte): Você tá diferente… mais leve.
LEON: É. Talvez eu tenha respirado o que precisava.
ETHAN: Agora respira comigo.
Leon fechou os olhos. Abraçado ao marido. Sentindo os filhos gritarem ao fundo.
Mas parte dele… ainda estava naquele quarto. Na noite em que ele foi só Leon.
--- FIM DO CAPÍTULO 5
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Atualizado até capítulo 101
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