04

Eu decidi puxar assunto, tentando disfarçar o quanto meu coração acelerava.

— Então... essa praia é seu lugar favorito para fugir da confusão? — perguntei, tentando soar casual.

Mel desviou o olhar por um instante, a respiração parecia mais rápida, o rosto levemente corado.

Ela se levantou de repente, ajeitando o vestido leve que até então escondia um corpo que eu nunca tinha notado com tanta atenção. Caramba, que mulher linda. Como eu nunca tinha visto isso? Aquelas curvas sutis, a pele bronzeada e macia… Claro, sempre vestida com roupas largas, difícil imaginar o “monumento” que ela escondia.

— Bom, vou indo, senhor — disse, começando a caminhar para longe.

Mas eu não podia deixar ela ir assim, não sem mais conversa.

— Espera! Deixa eu te levar. Você mora longe, né? — falei, fazendo um esforço para não soar desesperado.

Ela parou e voltou o rosto.

— Um pouquinho, senhor — respondeu, meio relutante.

E assim entramos no meu carro conversando sobre coisas pequenas e quase bobas. O tempo passou rápido, e quase uma hora depois, estávamos chegando perto da vila.

— Nossa, andou muito, hein? — disse eu, meio surpreso.

— Gosto de andar... e correr — respondeu, com aquele sorriso leve.

Resolvi arriscar um pedido.

— Posso te pedir uma coisa?

— Sim — respondeu, curiosa.

— Não corre mais vestida assim na praia, tampinha — falei, tentando parecer sério, mas o sorriso escapou.

Ela fez uma cara de “da licença, né?”.

— O que tem de mais? — retrucou.

— Olha, Mel, e pra seu bem, onde você se viu correr vestida assim — comecei a falar, mas ela me interrompeu apontando para um chalé simples, mas lindo, solitário no meio das árvores.

— Ali é minha casa, senhor — disse.

— Não tem medo de ficar só aqui? — perguntei, desconfiado.

— Não, senhor. Minha vida é aqui. É a madre Mora lá em cima — disse, apontando para uma pequena casa no topo de uma colina coberta de verde.

Olhei para ela e para o chalé, e por um instante, senti uma vontade estranha de cuidar daquele lugar — e daquela mulher.

Mel já estava ajeitando a mochila para se despedir.

— Então, é aqui que eu paro, senhor. Obrigada pela companhia — disse, sorrindo.

Eu fiz sinal com a mão, mas algo me fez falar mais uma vez.

— Mel... queria só pedir uma coisa — comecei, meio sem jeito,Quero água.

Ela hesitou, surpresa. Depois deu um sorriso de canto.

— Casa simples, mas é legal — completou, abrindo a porta de madeira rangendo levemente.

Assim que entrei, senti o cheiro de madeira, ervas secas e aquele aroma de vida simples que só quem mora longe das grandes cidades conhece. Ela apontou para uma rede pendurada num canto da varanda.

— Então você dorme nessa rede? — perguntei, curioso.

— Sim, senhor — respondeu com um brilho nos olhos, já me dando uma toalha para me enxugar das gotas do mar.

Enquanto eu me acomodava na rede, ela foi até a cozinha pequena, abriu um armário e voltou com uma chaleira quente e um bule de chá.

— Tome, senhor — disse, me entregando a xícara.

Quando minhas mãos tocaram a dela ao receber o chá, senti uma faísca, um arrepio inesperado que me deixou sem fôlego.

Caramba, que mulher linda. Estou ficando louco. Isso não pode estar acontecendo.

Olhei para ela, a simplicidade daquele momento, a luz do fim de tarde refletindo no rosto dela, e não pude evitar um sorriso sincero.

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Dulci Oliveira

Dulci Oliveira

⚘️⚘️⚘️⚘️⚘️

2025-06-13

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Atualizado até capítulo 79

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