Eu decidi puxar assunto, tentando disfarçar o quanto meu coração acelerava.
— Então... essa praia é seu lugar favorito para fugir da confusão? — perguntei, tentando soar casual.
Mel desviou o olhar por um instante, a respiração parecia mais rápida, o rosto levemente corado.
Ela se levantou de repente, ajeitando o vestido leve que até então escondia um corpo que eu nunca tinha notado com tanta atenção. Caramba, que mulher linda. Como eu nunca tinha visto isso? Aquelas curvas sutis, a pele bronzeada e macia… Claro, sempre vestida com roupas largas, difícil imaginar o “monumento” que ela escondia.
— Bom, vou indo, senhor — disse, começando a caminhar para longe.
Mas eu não podia deixar ela ir assim, não sem mais conversa.
— Espera! Deixa eu te levar. Você mora longe, né? — falei, fazendo um esforço para não soar desesperado.
Ela parou e voltou o rosto.
— Um pouquinho, senhor — respondeu, meio relutante.
E assim entramos no meu carro conversando sobre coisas pequenas e quase bobas. O tempo passou rápido, e quase uma hora depois, estávamos chegando perto da vila.
— Nossa, andou muito, hein? — disse eu, meio surpreso.
— Gosto de andar... e correr — respondeu, com aquele sorriso leve.
Resolvi arriscar um pedido.
— Posso te pedir uma coisa?
— Sim — respondeu, curiosa.
— Não corre mais vestida assim na praia, tampinha — falei, tentando parecer sério, mas o sorriso escapou.
Ela fez uma cara de “da licença, né?”.
— O que tem de mais? — retrucou.
— Olha, Mel, e pra seu bem, onde você se viu correr vestida assim — comecei a falar, mas ela me interrompeu apontando para um chalé simples, mas lindo, solitário no meio das árvores.
— Ali é minha casa, senhor — disse.
— Não tem medo de ficar só aqui? — perguntei, desconfiado.
— Não, senhor. Minha vida é aqui. É a madre Mora lá em cima — disse, apontando para uma pequena casa no topo de uma colina coberta de verde.
Olhei para ela e para o chalé, e por um instante, senti uma vontade estranha de cuidar daquele lugar — e daquela mulher.
Mel já estava ajeitando a mochila para se despedir.
— Então, é aqui que eu paro, senhor. Obrigada pela companhia — disse, sorrindo.
Eu fiz sinal com a mão, mas algo me fez falar mais uma vez.
— Mel... queria só pedir uma coisa — comecei, meio sem jeito,Quero água.
Ela hesitou, surpresa. Depois deu um sorriso de canto.
— Casa simples, mas é legal — completou, abrindo a porta de madeira rangendo levemente.
Assim que entrei, senti o cheiro de madeira, ervas secas e aquele aroma de vida simples que só quem mora longe das grandes cidades conhece. Ela apontou para uma rede pendurada num canto da varanda.
— Então você dorme nessa rede? — perguntei, curioso.
— Sim, senhor — respondeu com um brilho nos olhos, já me dando uma toalha para me enxugar das gotas do mar.
Enquanto eu me acomodava na rede, ela foi até a cozinha pequena, abriu um armário e voltou com uma chaleira quente e um bule de chá.
— Tome, senhor — disse, me entregando a xícara.
Quando minhas mãos tocaram a dela ao receber o chá, senti uma faísca, um arrepio inesperado que me deixou sem fôlego.
Caramba, que mulher linda. Estou ficando louco. Isso não pode estar acontecendo.
Olhei para ela, a simplicidade daquele momento, a luz do fim de tarde refletindo no rosto dela, e não pude evitar um sorriso sincero.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Dulci Oliveira
⚘️⚘️⚘️⚘️⚘️
2025-06-13
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