Capítulo 4 - Sangue entre galhos

A noite caiu mais densa do que o normal, abafando até o canto dos corvos.

Josh caminhava com Thorne e dois outros guerreiros da alcateia. Os cheiros estavam estranhos naquela parte da floresta — havia traços de magia, sangue fresco e... cinzas, algo havia queimado ali, mas não era madeira.

— Estamos sendo testados — rosnou Thorne. — Isso é provocação.

Josh não respondeu, seu foco estava adiante, ele não sabia exatamente o que procurava, mas o nó que estava se formando no seu estômago dizia que a noite não terminaria tranquila.

Foi então que ouviram.

Um grito.

Não humano.

Lupino.

O som de um lobo sendo ferido.

Josh correu antes de dar qualquer ordem, pois a fúria estava crescendo em suas veias, mas quando chegou à clareira, o cenário o paralisou por um segundo.

Um dos jovens da sua alcateia estava caído no chão, coberto de cortes profundos — feridas que seu lobo não estava conseguindo curar, a unica explicação era

Veneno de vampiro.

Mas o que mais chamou a atenção de Josh não foi o sangue... foi a presença atrás da árvore.

Olhos vermelhos, cabelos negros, mechas brancas iluminadas pela lua.

Não pode ter sido

Ela estava agachada ao lado do corpo, a mão estendida como se... estivesse tentando ajudar?

Josh avançou com velocidade, o instinto em chamas.

— O que você fez?! — rugiu, agarrando-a pelo braço e empurrando ela contra a árvore.

Ela não resistiu, nem tão pouco saiu de seu aperto, apenas o olhou — e ele na hora congelou.

— Eu não ataquei ele, infelizmente cheguei tarde demais — disse ela, ofegante. — Há outro aqui, um vampiro... um selvagem, um dos exilados. Ele matou o lobo, e me atacou também.

Josh arregalou os olhos quando percebeu que

Ela estava com um corte na lateral do pescoço, e o sangue escorria devagar.

— Você está ferida…

— E ele ainda está por perto — murmurou ela. — Eu sinto ele

Foi nesse exato instante que algo se moveu entre as árvores.

Um sussurro, um estalo, Depois o ar explodiu com um rosnado grave.

O vampiro exilado surgiu — olhos bestiais, garras negras, pele cheia de veias pulsando veneno.

Josh girou em posição defensiva, já se transformando parcialmente — garras se formando, músculos se expandindo, olhos âmbar brilhando. Mas Kyra já estava em movimento, com velocidade sobrenatural, ela se colocou ao lado dele, os olhos rubros brilhando com fúria.

— Não é mais tempo de separar raças — sussurrou ela. — Agora é matar... ou morrer.

E os dois atacaram juntos.

Lobo e vampira.

Garra e presas.

Sangue e sombra.

O combate foi brutal, o vampiro exilado era forte, mas movido por loucura. Em poucos minutos, Josh o derrubou, enquanto Kyra atravessava seu coração com uma estaca de prata retirada da própria cintura.

Silêncio.

Josh caiu de joelhos, com a respiração acelerada, enquanto Kyra tremia.

— Isso não devia estar acontecendo — ele murmurou. — Eu devia matar você agora, foi o que me ensinaram.

Ela ajoelhou-se diante dele, os rostos próximos.

— Então me mata — disse. — Mas sabe que não vai conseguir.

Ele olhou nos olhos dela, e o que viu ali não era ameaça.

Era espelho, era verdade.

Era o vínculo de companheiros!!

E pela primeira vez, Josh não sentiu medo de estar errado, ele sentiu medo de estar certo.

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