(Perspectiva de Valentina)
O som do salto das minhas amigas batendo contra o piso ecoava no estacionamento da faculdade. Elas estavam rindo, fofocando como sempre, até que...
— Valen... — Isabella apertou meu braço, com os olhos brilhando. — É sério que aquele ali é... o seu marido?
Olhei pro lado, e lá estava ele.
Encostado no carro, braços cruzados, camiseta preta esticada nos ombros largos, jeans escuro e aquele maldito sorriso de canto. Um perigo ambulante.
— Gente... ele é GOSTOSO. — suspirou Camila, mordendo o lábio. — Sério, Valentina... se não quiser, me passa o zap.
Meu peito apertou instantaneamente.
— Vocês estão malucas? — disparei, cruzando os braços. — É só fachada. Ele é... inútil. Inútil.
Elas riram.
— Inútil? Se isso é ser inútil... misericórdia, me arranja dois desse. — Isabella piscou.
Fingi que não ligava. Fingi que não me importava.
Mas a verdade? Meu estômago virou.
Quando percebi, estava apertando tanto a alça da bolsa que meus dedos doíam. Meu coração disparava, e eu sentia o sangue fervendo nas veias.
— Cuidado, tá, meninas. — falei, entredentes. — O que é meu... é meu.
As duas arregalaram os olhos.
— Opa... alguém ficou brava.
— Não tô brava! — menti. Descaradamente.
Só que, naquele exato segundo, Matteo levantou o olhar.
Direto pra mim.
Como se sentisse. Como se soubesse.
O sorriso dele ficou mais largo.
Arrogante. Maldito. Lindo. Perigoso.
Ele ajeitou o relógio no pulso, mordeu o lábio inferior e disse, alto, só pra ter certeza que todas ouviriam:
— Anda, princesa. Não gosto de esperar. E você sabe... que quando eu não gosto de algo... eu resolvo do meu jeito.
As meninas praticamente derreteram.
— Aff... ele é TUDO, Valentina. Você tá reclamando de barriga cheia.
Subi no salto, fui até ele, cabeça erguida.
— Para de se achar. — falei, entredentes.
Ele inclinou a cabeça, abaixando um pouco pra que só eu ouvisse.
— Você é quem começou, princesa. Ou... não percebeu que tá toda enciumada? — a voz saiu rouca, baixa, cheia de provocação.
Meus olhos se arregalaram.
— Você é insuportável, Matteo.
Ele abriu a porta do carro, me olhando com aquele olhar de dono, e piscou.
— E você é minha, Valentina. Até onde quiser... ou além disso.
Sentei no banco, cruzando os braços, bufando.
Mas, por dentro?
Por dentro, eu tava em combustão.
Porque pela primeira vez...
O problema não era mais o casamento forçado.
O problema... era querer desesperadamente o homem que eu jurei odiar.
...----------------...
(Perspectiva de Matteo)
Eu sentia o olhar dela queimando do meu lado.
Valentina cruzava os braços, fingindo indiferença. Mas não enganava nem a si mesma.
Estava com ciúmes. E eu? Eu tava me divertindo.
O carro deslizava pelas ruas, até que meu celular vibrou. Olhei a tela e meu corpo inteiro ficou em alerta.
Número desconhecido.
Atendi no viva-voz, de propósito. Só pra ver a reação dela.
— Fala. — minha voz saiu fria, dura.
Do outro lado, silêncio... por um segundo. Depois, uma voz que eu reconheceria até no inferno.
— Ora, ora... então é verdade. Você tá mesmo jogando de empregado agora, Matteo? Isso é patético até pra você.
Meu maxilar travou. As mãos apertaram o volante com força.
— O que você quer? — perguntei, seco.
Valentina me olhou, franzindo a testa.
— Quem é? — sussurrou, desconfiada.
Ignorei.
Do outro lado da linha, a voz riu, debochada.
— Só queria te avisar... que a paz acabou. E adivinha? Sua esposinha tá mais envolvida nisso do que imagina.
A ligação caiu.
Soltei o ar, respirando fundo, controlando a raiva que fervia no meu sangue.
— O que foi isso, Matteo? — ela perguntou, apertando o cinto, desconfiada. — Quem era?
Olhei pra frente, endurecendo a expressão.
— Ninguém. Negócios.
Mentira. E ela percebeu.
Porque, no segundo seguinte, meu celular vibrou de novo. Só que dessa vez... uma mensagem apareceu na tela.
E os olhos dela leram, antes que eu pudesse bloquear.
> “Espero que sua esposa esteja bem protegida... porque o passado volta, e volta pra cobrar.”
— Matteo... o que... o que tá acontecendo? — a voz dela falhou.
Suspirei. Segurei no volante, olhei nos olhos dela e respondi, frio, direto:
— Você vai ter que confiar em mim, princesa. Porque a partir de agora... o jogo ficou sério.
(Enquanto isso...)
Do outro lado da cidade, Pietro — o pai dela — estava no escritório, com o celular na mão, bufando de raiva.
— Sumiu. Ela sumiu, essa garota! Onde diabos Valentina se enfiou? — gritou, jogando o copo de uísque na parede.
O ex de Valentina, sentado na poltrona, cruzou as pernas com um sorriso cínico.
— Eu avisei, senhor Pietro... essa história de casar sua filha com um inútil foi o maior erro da sua vida.
O olhar de Pietro se encheu de ódio.
— Acha que eu não percebi? Esse Matteo esconde alguma coisa. E eu vou descobrir... antes que ele destrua a minha filha.
Eles não sabiam.
O que estava por vir... era muito maior do que eles imaginavam.
Porque agora...
Famílias inimigas estavam prestes a colidir.
E Valentina?
Estava no meio de um campo minado... apaixonada pelo homem que deveria odiar.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Cida Mendes
Agora todos comeram,nas mãos de Mateu 😃🤣 adoro Chega Choró de alegria 😂 vai começar a brincadeira
2025-06-05
1
Gil Marri
Ainda não sei o motivo pelo qual a família dela obrigou ela a casar com ele
2025-07-22
1
MARIA LUZINETE DIAS SILVA
Ah Matteo mostra pra essa família mediocre para que vc veio
2025-06-06
1