capítulo 03

(Perspectiva de Valentina)

O som do salto das minhas amigas batendo contra o piso ecoava no estacionamento da faculdade. Elas estavam rindo, fofocando como sempre, até que...

— Valen... — Isabella apertou meu braço, com os olhos brilhando. — É sério que aquele ali é... o seu marido?

Olhei pro lado, e lá estava ele.

Encostado no carro, braços cruzados, camiseta preta esticada nos ombros largos, jeans escuro e aquele maldito sorriso de canto. Um perigo ambulante.

— Gente... ele é GOSTOSO. — suspirou Camila, mordendo o lábio. — Sério, Valentina... se não quiser, me passa o zap.

Meu peito apertou instantaneamente.

— Vocês estão malucas? — disparei, cruzando os braços. — É só fachada. Ele é... inútil. Inútil.

Elas riram.

— Inútil? Se isso é ser inútil... misericórdia, me arranja dois desse. — Isabella piscou.

Fingi que não ligava. Fingi que não me importava.

Mas a verdade? Meu estômago virou.

Quando percebi, estava apertando tanto a alça da bolsa que meus dedos doíam. Meu coração disparava, e eu sentia o sangue fervendo nas veias.

— Cuidado, tá, meninas. — falei, entredentes. — O que é meu... é meu.

As duas arregalaram os olhos.

— Opa... alguém ficou brava.

— Não tô brava! — menti. Descaradamente.

Só que, naquele exato segundo, Matteo levantou o olhar.

Direto pra mim.

Como se sentisse. Como se soubesse.

O sorriso dele ficou mais largo.

Arrogante. Maldito. Lindo. Perigoso.

Ele ajeitou o relógio no pulso, mordeu o lábio inferior e disse, alto, só pra ter certeza que todas ouviriam:

— Anda, princesa. Não gosto de esperar. E você sabe... que quando eu não gosto de algo... eu resolvo do meu jeito.

As meninas praticamente derreteram.

— Aff... ele é TUDO, Valentina. Você tá reclamando de barriga cheia.

Subi no salto, fui até ele, cabeça erguida.

— Para de se achar. — falei, entredentes.

Ele inclinou a cabeça, abaixando um pouco pra que só eu ouvisse.

— Você é quem começou, princesa. Ou... não percebeu que tá toda enciumada? — a voz saiu rouca, baixa, cheia de provocação.

Meus olhos se arregalaram.

— Você é insuportável, Matteo.

Ele abriu a porta do carro, me olhando com aquele olhar de dono, e piscou.

— E você é minha, Valentina. Até onde quiser... ou além disso.

Sentei no banco, cruzando os braços, bufando.

Mas, por dentro?

Por dentro, eu tava em combustão.

Porque pela primeira vez...

O problema não era mais o casamento forçado.

O problema... era querer desesperadamente o homem que eu jurei odiar.

...----------------...

(Perspectiva de Matteo)

Eu sentia o olhar dela queimando do meu lado.

Valentina cruzava os braços, fingindo indiferença. Mas não enganava nem a si mesma.

Estava com ciúmes. E eu? Eu tava me divertindo.

O carro deslizava pelas ruas, até que meu celular vibrou. Olhei a tela e meu corpo inteiro ficou em alerta.

Número desconhecido.

Atendi no viva-voz, de propósito. Só pra ver a reação dela.

— Fala. — minha voz saiu fria, dura.

Do outro lado, silêncio... por um segundo. Depois, uma voz que eu reconheceria até no inferno.

— Ora, ora... então é verdade. Você tá mesmo jogando de empregado agora, Matteo? Isso é patético até pra você.

Meu maxilar travou. As mãos apertaram o volante com força.

— O que você quer? — perguntei, seco.

Valentina me olhou, franzindo a testa.

— Quem é? — sussurrou, desconfiada.

Ignorei.

Do outro lado da linha, a voz riu, debochada.

— Só queria te avisar... que a paz acabou. E adivinha? Sua esposinha tá mais envolvida nisso do que imagina.

A ligação caiu.

Soltei o ar, respirando fundo, controlando a raiva que fervia no meu sangue.

— O que foi isso, Matteo? — ela perguntou, apertando o cinto, desconfiada. — Quem era?

Olhei pra frente, endurecendo a expressão.

— Ninguém. Negócios.

Mentira. E ela percebeu.

Porque, no segundo seguinte, meu celular vibrou de novo. Só que dessa vez... uma mensagem apareceu na tela.

E os olhos dela leram, antes que eu pudesse bloquear.

> “Espero que sua esposa esteja bem protegida... porque o passado volta, e volta pra cobrar.”

— Matteo... o que... o que tá acontecendo? — a voz dela falhou.

Suspirei. Segurei no volante, olhei nos olhos dela e respondi, frio, direto:

— Você vai ter que confiar em mim, princesa. Porque a partir de agora... o jogo ficou sério.

 

(Enquanto isso...)

Do outro lado da cidade, Pietro — o pai dela — estava no escritório, com o celular na mão, bufando de raiva.

— Sumiu. Ela sumiu, essa garota! Onde diabos Valentina se enfiou? — gritou, jogando o copo de uísque na parede.

O ex de Valentina, sentado na poltrona, cruzou as pernas com um sorriso cínico.

— Eu avisei, senhor Pietro... essa história de casar sua filha com um inútil foi o maior erro da sua vida.

O olhar de Pietro se encheu de ódio.

— Acha que eu não percebi? Esse Matteo esconde alguma coisa. E eu vou descobrir... antes que ele destrua a minha filha.

Eles não sabiam.

O que estava por vir... era muito maior do que eles imaginavam.

Porque agora...

Famílias inimigas estavam prestes a colidir.

E Valentina?

Estava no meio de um campo minado... apaixonada pelo homem que deveria odiar.

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Comments

Cida Mendes

Cida Mendes

Agora todos comeram,nas mãos de Mateu 😃🤣 adoro Chega Choró de alegria 😂 vai começar a brincadeira

2025-06-05

1

Gil Marri

Gil Marri

Ainda não sei o motivo pelo qual a família dela obrigou ela a casar com ele

2025-07-22

1

MARIA LUZINETE DIAS SILVA

MARIA LUZINETE DIAS SILVA

Ah Matteo mostra pra essa família mediocre para que vc veio

2025-06-06

1

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