Suor escorria pelo rosto de Demetrius e lama manchava a camisa branca que ele vestia, era noite no rancho "Hell" e uma chuva forte caia em meio as terras da família, o solo em um tom vermelho escarlate era visto como um anunciato do mal que reinava dentre as cercas daquele rancho, sentado em uma cadeira na varanda da sede Demetrius tomava uma bebida,a muito tempo não conseguia dormir sem a ajuda do álcool ou sem a cocaína pura que anestesiava a mente contra os demônios que o possuia, agarrado a garrafa de whisky como sempre fazia ao fim de mais um dia no arado viu cruzar a porteira um carro preto blindado, nem de longe o veículo luxuoso se assemelhava as caminhonetes e tratores modificados para resistir ao solo barroso, lamiado que não tinha muito mais serventia que o plantio de algodão, o homem se pôs de pé, a espingarda cartucheira sobre a lareira da sala ganhou munição e foi engatilhada enquanto pacientemente ele se pôs de pé frente a porta, Demetrius não chamou por nenhum de seus peões, a verdade é que boa parte deles teriam que dar explicações convincentes do porquê deixaram aquele carro adentrar a propriedade que pertencia a ele e o irmão.
Demetrius tinha um olhar ameaçador em seu rosto, era visível o quanto não estava gostando nem um pouco daquilo, não era alguém sociável e o fato de Gregório seu irmão caçula estar em viagem de negócios a Líbia o deixaria a frente de qualquer que fosse a interação com os desconhecidos, nenhum homem por mais corajoso que fosse invadiria "Hell" sem um motivo, não sem Gregório ali, o rapaz de sorriso largo e tom galante dava uma impressão errônea de segurança que Demetrius não trazia, quem quer que fosse o intruso estava atrás de problemas ou no intuito de oferecer algum trabalho sujo que os Lancaster a muito tempo não faziam, todos no Texas os conheciam , sabiam o quão caro sairia uma aproximação brusca então o que faziam ali?
Um dos primeiros no batalhão de infantaria do exército antes de ser exilado da Líbia Demetrius carregava nas mãos o sangue de centenas de inimigos, era completamente capacitado para abrir a cabeça de um comboio de soldados se cruzasse seu caminho com não muito mais que uma única arma e sem recuar um só segundo era isso o que faria.
Ele parou diante da escadaria,os olhos atentos enfeitados por um brilho sóbrio fitavam atentamente o carro quando o veículo se abriu e de dentro dele saltou um dos estagiários de Michael Kors, Demetrius olhou irritado, aquele não havia sido o acordo, ou alguém havia quebrado descaradamente as cláusulas ou ele não havia lido realmente o contrato, quando viu o homem de calças curtas e terno apertado estender a mão em direção a porta do veículo e dele descer uma pequena mulher de olhos claros ele quis quebra tudo que o rodeava, como alguém em sã consciência trazia uma menina para o covil regido por monstros sem alma?
— Dêem meia volta.
A voz rouca e intensa de Demetrius soou como uma ameaça, ordenou em comando para o assistente apontando o cano da arma em direção a sua cara, o jovem rapaz de nome Júlio andou até ele com as mãos levantadas.
— Estou aqui a pedido do advogado de Bento Collin's senhor Lancaster.
Demetrius não hesitou, sabia do que se tratava, os olhos escuros como a noite deram lugar a uma sobriedade maligna.
— Eu sei quem ela é.
Rosnou.
— Quero saber é o quê está fazendo na porra da minha casa.
Alice se encolheu, olhou para o enorme homem diante dela de forma assustada.
— Vão embora, não vou mandar novamente caralh0.
Alice tentou correr, Júlio a segurou pelo braço.
— O senhor Michel pediu para avisá-lo que o senhor Bento faleceu.
Demetrius enfim abaixou a arma, as enormes mãos passaram pelo cabelo compridos de forma exaltada.
— Quando?
— A três dias.
Olhou para Alice sentindo incendiar dentro do peito seu lado masoquista, Demetrius havia feito uma promessa ao amigo, ficaria distante, Alice precisava ir.
— A leve de volta a Helsínquia, ela não é bem vinda aqui.
Já dava as coisas quando ouviu o peso se por sobre o chão de madeira da varanda.
— Não posso voltar senhor.
Tocou as costas do marido que a encarou profundamente nos olhos.
— Minha mãe, minha madrasta.
Respirou fundo buscando por coragem.
— Ira me matar se eu voltar para casa.
— Onde está a fortuna que ela herdou?
Demetrius não lhe dirigia a palavra, olhava para o homem franzino.
— Como sabe o senhor é tutor de Alice, por mais que tenha sido emancipada foi uma das exigências do senhor Bento que continuasse em sua tutoria, a herança só será liberada em três meses sendo assim ela só será realmente dona de suas posses após todas as cláusulas do contrato serem cumpridas.
Demetrius rosnou alto, afastou a mão de Alice.
— O que acontece se eu me negar?
— Ela será entregue novamente aos cuidados da madrasta, a justiça exige que ela seja acompanhada de perto por um dos responsáveis legais até que a emancipação seja realmente legalizada e a partilha dos bens finalizem.
Demetrius revirou os olhos, impaciente e grosseiro.
— Mandarei o dinheiro necessário para que viva bem até lá, para que compre seus mimos e luxos, agora vá, meu rancho não é lugar para garotas fúteis.
Alice o seguiu, estava com medo mas não mais do que tinha de Dora, não podia voltar para mansão onde a madrasta vivia.
— Não sou fútil.
Ergueu as mãos repletas de calos, completamente machucadas, os olhos do homem fitaram com desprezo, não se importava, não devia nada a Bento, menos ainda a ela.
— Não quero que me encha de luxos, só preciso de um lugar para ficar, posso trabalhar, pagar por minha comida, se o dinheiro que meu pai me deixou ainda não me pode ser dado, permita que pague por minha estadia.
Demetrius a ignorou, Alice se agarrou a ele, o gesto inusitado o pegou de surpresa.
— Que car4lhos está fazendo menina?
— É meu marido, se não me queria em seu rancho não deveria ter se casado comigo.
Olhou para o carro.
— Vá senhor, já fez seu serviço.
O assistente a encarou com receio, teve pena de deixá-la ali.
— Vá.
Pediu, o homem entrou no carro, a única coisa que deixou para trás foi uma pequena mala marrom e uma sacola com sapatos gastos, Demetrius tentou impedir, encarou com desprezo a pequena teimosa bem na sua frente.
— Volte aqui.
Gritou se pondo em meio a chuva, correu atrás do carro que partiu em alta velocidade, molhado, encharcado de lama olhou para ela.
— Não vou a lugar algum.
Alice cruzou os braços, Demetrius arfou em resposta.
— Foda-se c4cete, dormirá do lado de fora.
Demétrius Lancaster
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Celma Rodrigues
Demetrius Lancaster, aí misericórdia .... e a doce Alice com esse Maridão! Bruto, grande, cruel e que vai amá-la junto ao irmão.
2025-05-27
10
Carla Santos
Nossa que ogro que homem masoquista ela vai ser sadomasoquista hum ainda tem o irmão será que vai tratar ela diferença dele Alice já passou por coisa pior dormir do lado de fora não vai fazer diferença nenhuma espero que ela der o desprezo a ele
2025-06-01
1
Elma Rodrigues
Miserere que homem , me amarrotada que eu tô passada, isso não é um homem é uma porta, esses brutos assim são os melhores, possessivos, ciumentos, protetores, capazes de tudo pela esposa amada 🥵🥵🔥🔥🤗🤩😜
2025-05-28
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