Rafael estranha a mudança radical da filha ao tratar o segurança agora.
Está sentada no sofá, de cabeça baixa e escuta atentamente a todas as orientações do rapaz sem fazer qualquer tipo de questionamento.
- Como eu dizia, temos que agir com discrição, não quero ser pego de surpresa. Por essa razão, apenas eu teria assesso à comunicação. Minha equipe estará atenta a qualquer movimentação suspeita. Gabriela, nem mesmo suas amigas podem saber dessa viagem.
- Está bem.( ela fala com um fio de voz)
- E Rafael...sei de sua preocupação, mas nem mesmo você ficará sabendo da nossa localização.
- Precisa ser assim mesmo Christian?
- Sim. É previsível que se saiba, essa pessoa possa me localizar e colocar a vida de sua filha em perigo.
Gabriela olha para os dois homens agora.
Ela precisa saber.
Tem esse direito.
- O que está havendo? De verdade?( ela pergunta agora olhando diretamente para Christian)
ele respira fundo.
Não tem alternativa.
Vai ter que abrir o jogo com a garota, para que comece a ter confiança nele agora.
- Gabriela; a dias seu pai recebeu uma mensagem. No princípio, até achamos se tratar de alguma brincadeira de mau gosto ou coisa parecida. Mas a coisa começou a ficar séria, quando as mensagens começaram a ficar ameaçadoras. Inclusive, relacionadas a você. Seu pai me contatou desesperado quando viu o perigo real que estava correndo.
- Quem seria capaz de fazer uma coisa dessas?( preocupada)
— Esse é o grande problema… não fazemos ideia. E quando o seu pai me contratou, sabia que eu faria o possível e o impossível para saber quem está por trás dessas ameaças. Pode ser qualquer pessoa do seu convívio pessoal. Ou não. Quando me propus fazer a sua segurança pessoalmente, só fiz isso por ter certeza de estar segura a meu lado. Mesmo você tentando-me deixar de fora de diversas maneiras, segui com o meu objetivo. Não deixaria que nada te acontecesse...mesmo sendo quase impossível lhe mostrar o perigo que corre quando não aceita a minha proteção.
ela fica de boca aberta.
risco de vida?
Quem quer fazer essa categoria de coisa?
— Sem qualquer suspeito em vista?
— Nenhum. E isso preocupa-me porque fico sem saber como agir. Queria que soubesse que; todos são suspeitos até que me provém o contrário. Aquele Gustavo subiu e muito no meu ranking.
— o Gustavo?
— Viu como ele te tratou… ou esqueceu?
— Não acredito que ele possa… ( Ela para de falar quando Christian a olha com um olhar muito mau) ele apenas ficou zangado quando o rejeitei…
— Mesmo assim. Até que possa ter certeza, ele é o número 1 na minha lista de suspeitos.
Gabriela coloca as mãos no rosto agora e suspira. O pai vai até ela e abraçando dá um beijo suave na sua testa.
— Vamos viajar hoje a noite. Não quero fazer alarde. Gabriela, deixe tudo pronto. Avisando...sem celular ou qualquer outra forma de comunicação.
— Vou ficar incomunicável?
— Vai.
— Isso não é justo!
Ele encara-a.
- Como disse, é para sua própria segurança e de quebra a minha.
— Seremos só eu e você?(pergunta olhando para o pai que assente que sim).
O que resta?
Tem que acatar tudo calada.
Ficar com o Christian?
Ah pai…
Com certeza, ele é muito mais perigoso que qualquer louco que ameaçar.
Pensa com um suspiro agora.
***
Arruma as suas coisas muito, triste. Nem tinha ideia de que era tão séria a situação.
Pega somente o necessário.
Já que não sabe exatamente por quanto tempo vai durar essa situação toda.
Uma leve batida na porta a tira dos seus pensamentos.
— Posso entrar?(pergunta Christian agora)
— Pode.
— Tudo pronto?
- Sim.
— Ótimo. Sairemos em vinte minutos.
— Christian?
— Pode falar.
— Não existe outra maneira mesmo?(pergunta com os olhos tristes)
Ele senta-se a seu lado e olha-lhe agora.
- Sinto muito, mas não.
— Meu aniversário… eu estava planejando uma festa com os meus amigos… a faculdade… vou perder tudo isso. A minha vida vai ficar parada e tudo isso devido a suspeitas infundadas… sabe como me sinto?
- Temos todos muito a perder, mas infelizmente tem que ser assim.No caso da faculdade; o seu pai vai dar um jeito nisso. Agora a sua festa...(ele respira fundo) terá outras oportunidades para comemorar quando estiver fora de perigo.
- Você não entende...
Ele pega o rosto dela entre as mãos agora de maneira carinhosa.
— Olha… sei o que está a sentir. Diversas vezes deixei de fazer algo por estar em serviço. Mas naquele momento a única coisa que fazia seguir era ter a certeza que o meu cliente estaria seguro. Dever cumprido sabe. Sei que lá, no fundo está-me odiando por isso, mas não teria paz se acontecesse qualquer coisa com você e não pudesse evitar.
- Porque tanto empenho? Sempre fui horrorosa com você.
Ele sorri.
— Faz parte do meu trabalho. As pessoas não são muito amáveis… bom… estou no ramo há muito tempo. Aprendi a lidar com as diversidades da vida.
Ela faz uma careta engraçada.
— Duvido que teve uma cliente tão amarga quanto eu.
— Na verdade, não. Mas, garanto ser a mais charmosa. ( com um sorriso).Na maioria são políticos… empresários enfim…
" ele elogiou-me? de novo?"
ela fica ligeiramente vermelha agora.
Também… pudera.
Não consegue esquecer o que viu.
Ele com a namorada...
Ah Gabriela!
Tem que tirar aquelas imagens da sua cabeça…
— O que foi? Ficou estranha de repente.
— Ah eu… desculpa… penso que não sei lidar com elogios assim… ( baixa a cabeça evitando o olhar dele agora).
Ele levanta-se da cama e vai em direção à porta.
— Vou ficar a esperar no carro. Pode se despedir do seu pai. Só não demore muito. Não quero pegar a estrada tardiamente.
— Não vou demorar.
— Ok.
Ele sai.
Faz uma ligação rápida para Bárbara.
— Oi!
— Oi! meu lindo...
— Só ligando para me despedir.
— Hum!..
— Não faz assim, sabe como eu fico.
— promete pensar em mim o tempo todo?
Ele sorri.
— Claro que sim.
— Vou morrer de saudades de você.
— Eu também.
— Cuidado.
— Eu terei. Cuide-se também.
— Sim, meu namorado preocupado. Terei cuidado.
— Um beijo.
— Outro.
Desliga o telefone com um sorriso.
Deixa a equipe avisada para passar todas as informações para ele e ficarem atentos com a segurança do pai da Gabriela também.
Tudo certo, partem para a viagem.
A garota está muito calada no banco do passageiro com um olhar perdido na estrada.
— Quer ouvir alguma música durante a viagem?
— Não…
— Vai ficar muito monótona… tem certeza?
- Sim.
— Se incomoda se eu colocar algo para ouvir?
— Fique a vontade… não ligo.
Ele ergue a sobrancelha e sorri.
Busca no dial. uma música qualquer, e encontra uma suave e envolvente na voz de Britney Spears e começa a cantarolar baixinho seguindo o ritmo.
Gabriela olha-o através do retrovisor curiosa e com um sorriso tímido.
Ele sorri de volta.
— Não sabia desse seu gosto musical.
— Hum!..não gosto só de músicas de" velho" como o seu amiguinho me classificou outro dia.Aliás, não sou tão velho assim.
— Sempre fui curiosa quanto a isso.
— Foi é? Quantos anos pensa que tenho?(sorriso)
— Hum!..não sei… não tenho ideia.
— Nem uma pista?
Ela sorri.
— Me fala logo Christian! Sou ansiosa...
— Vinte e sete anos.
— O quê!?
— Imaginou o quê? Que fosse mais?(sorriso maroto)
— O seu jeito todo sério… pensei que sim.
— As aparências enganam. E muito. Teremos que dar uma parada para abastecer.
— Tudo bem.
— Quer aproveitar e comprar algo na loja de conveniência?
— Posso?
- Claro que sim. Afinal, não é minha prisioneira. Só não tente fugir, tá bem?
— Prometi para você, não foi?
- Então tá. Não vamos demorar. Quero chegar logo no nosso destino. Antes do anoitecer.
— Tudo bem.
Enquanto ele trata de abastecer o veículo, ela entra na loja e pega algumas guloseimas.
Christian a olha de maneira questionadora.
— Sério? Chocolate e salgadinho? Sabia que a sua alimentação é bem questionável?
— O que esperava? Vou ficar sei lá onde, sem Internet… sem poder ir ao “shopping”… o que farei esse tempo todo? O que me resta é se acabar com essas bobagens.
— Tenho que rever isso.
— Não vai impedir-me… vai?
— Alimentação saudável… vou providenciar quando chegar lá.
Fala com um sorriso.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 22
Comments