4. Nova chance para ambos

Nova chance para ambos

Já haviam se passado dois anos desde a última vez que Ingrid e Hélio haviam se falado pela última vez. A secretária, agora desempregada, decidiu ir até a empresa de Hélio e ao chegar na recepção pediu para que avisassem a ele que uma funcionária de um antigo rival estaria lá. Assim foi feito. Hélio, na sua sala, recebeu o telefonema com aquela mensagem e logo pensou em Ingrid. Então ele pediu que confirmasse quem era a pessoa que estava ali e após ter a confirmação ele pediu que ela subisse para sua sala.

Ingrid foi, cheia de incertezas e inseguranças, porém era sua melhor chance nem que fosse pensando apenas em emprego... e ela não pensava só nisso. Hélio aguardou de pé e próximo da porta. Estava só em sua sala e buscava em sua memória mais imagens da mulher que estava para vir e se perguntava o quão diferente ela poderia estar.

E finalmente Ingrid chega ao andar da sala do chefe e bate na porta. Hélio abre. A troca de olhares acontece. Hélio era literalmente o mesmo homem e a jovem a olhou como da primeira vez que o viu. Ele já notou que Ingrid aumentou um pouco suas dimensões, por um lado mudanças positivas e por outro nem tanto, porém o homem gostou.

- Oi... - ele começa, timidamente.

- Oi... - ela desvia o olhar, como que sentindo culpa por toda a distância e tudo o que houve.

O clima ficou pesado e estranho. Ela se lembrava das duras palavras do último encontro e, mesmo que ele tivesse razão, ela odiava esse fato. Já ele, mais simples, só pensava no que ela poderia dizer e projetava respostas. Finalmente a jovem abre a boca:

- Eu não devia ter vindo, mas... pode pelo menos receber meu currículo? - ainda sem olhá-lo ela fala.

- Não diga isso, não vou te tratar mal... só não sei se vou te contratar - ele fala e faz sinal para ela entrar na sala.

Ingrid fica pensativa e não consegue nem falar e nem andar. As lágrimas vêm aos olhos para cair e isso a faz reagir, esfregando os olhos para não deixar que caísse em choro e então fala:

- É melhor eu ir - e foi virando o corpo para sair.

- Vai tomar mais uma decisão errada? Eu não vou... - Hélio falava, mas ela a interrompe.

- Vai jogar na minha cara meus erros? Nunca errou? - ela finalmente o olha e responde brava.

- Sim, eu já errei, embora bem menos e não, não estou jogando na sua cara, tô tentando te colocar algum juízo. Isso é maneira de falar com alguém que pode te dar um emprego? - ele mostra sua razão. De novo.

Ela dá o braço a torcer e finalmente cai em si, respira fundo e fala:

- Eu peço desculpas pelo meu comportamento - e mostrou que pode ser inteligente e humilde.

- Está desculpada. Entre - o homem falou com firmeza.

Hélio já estava no limite da paciência e mentalizou que mais uma atitude errada dela seria o fim de qualquer aproximação, seja profissional ou pessoal, contudo Ingrid apenas entrou e aguardou um novo sinal. Ele sentou-se na sua cadeira e fez sinal para ela sentar e assim ela fez e então o CEO disse:

- Bom, seu contato é o mesmo? - ele sacou o celular e foi olhar se ainda tinha o contato dela.

- Não. Tive que mudar de número. Agora é ... - ela fala pausadamente, dando tempo para ele escrever e salvar o contato.

- Ótimo. Não preciso do seu currículo. Seu contato é o bastante, caso queira uma secretária eu vou entrar em contato, mas me conta. Quais as novidades? - Hélio salva o contato e guarda o celular.

- Bom. Estou solteira. Fiquei logo após ele saber que fiquei grávida. Eu fiz de tudo pra ele ficar, mas ele preferiu sair - ela falou e sussurrou burra, para si mesma.

O CEO em sua frente pensou o mesmo, mas ficou quieto, não era coisa de se falar mesmo assim na lata. A jovem continuou:

- Então ele me manteve na empresa, mas em outra função e fiquei lá porque... quem contrataria uma grávida? Além do mais eu ia precisar do dinheiro. Acontece que mesmo assim ele me despediu quando eu estava com sete meses de gravidez. Desde então eu não trabalho, mas por sorte minha família me acolheu... acontece que eu não quero estar na sobra do meu pai - ficando mais calma a cada palavra, finalmente ela conclui.

O homem se inclina sobre a mesa e coloca as mãos como se estivesse rezando, então entrelaça os dedos e fala:

- Entendo. E além de emprego tem mais alguma coisa que posso fazer por você? - e ficou pensando safadeza.

- Não... o que quer dizer? - ela desconfiou que ele tivesse pensando em algo quente, porém não tinha como ter certeza.

- Você poderia perguntar se pode fazer algo por mim né?! - ele sugeriu e ficou mais acomodado na cadeira.

Ela ouviu e ficou pensativa... então disse:

- Eu vou precisar fazer algo para ter o emprego? É o que estou entendendo - Ingrid responde ficando brava.

- Não tem nada a ver com o emprego - Hélio responde e então completa - Ingrid, melhor deixar pra lá o que eu disse, boa sorte na sua vida - e ficou de pé.

A jovem sentiu que era o fim... muito mais que da última vez que se viram, então decidiu uma última tentativa:

- Eu entendo que não tem teste do sofá, mas o modo como colocou pensei nisso - explicou sua atitude.

Foi a vez dele ficar pensativo... para então dizer:

- Sem testes do sofá - uma resposta simples.

- Então por que falou daquele jeito? - ela se recusava a ficar em pé e sair.

- Porque no passado a gente se desejou, mas nada aconteceu... e pensei que poderia acontecer agora - Hélio é honesto.

- Entendo... é que não tô no clima, sabe? E também aqui? - e então Ingrid fica de pé.

Os dois ficam próximos...

Continua...

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Comments

bete 💗

bete 💗

❤️❤️❤️❤️❤️

2025-05-12

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