Capítulo 3 – A Carta e a Confusão

SN sentou na beirada da cama, ainda com a dor de cabeça latejando, mas a curiosidade a consumia. Ela olhou para o bilhete dobrado com o nome de Damon escrito de forma impecável. O papel parecia simples, mas algo nele despertava nela um tipo de apreensão que ela não conseguia controlar. Respirando fundo, ela o desdobrou e começou a ler:

"Eu sei que essa manhã deve ter sido confusa para você. A noite anterior também foi cheia de surpresas. Não vou tentar te forçar a lembrar, mas saiba que você está em boas mãos. O que acontece a partir de agora depende de você. Se precisar de algo, me avise. Estou aqui. _

— Damon"

A carta era direta, sem rodeios. Mas, ao mesmo tempo, trazia uma sensação de frieza e, ao mesmo tempo, de poder. Damon. Ele claramente sabia mais do que ela sobre o que acontecera, mas parecia querer deixar que fosse ela a descobrir.

Com um suspiro pesado, SN olhou para a bandeja de café da manhã ao lado da cama. O cheiro do café e das frutas frescas tentava suavizar a tensão, mas não conseguiu afastar as questões que martelavam em sua mente.

Ela pegou o celular, seus dedos hesitantes ao procurar o número de Da Hee. Aquele era o único contato que ela confiava no mundo. E ela precisava de respostas. Agora.

O telefone tocou algumas vezes até que Da Hee finalmente atendeu, com a voz sonolenta e cheia de desinteresse.

"Alô?" disse Da Hee, ainda claramente não totalmente acordada.

"Da Hee!" SN exclamou, a voz trêmula. "Eu… não lembro de nada. Da última vez que vi, você me deixou sozinha na balada. E agora… estou aqui. No hotel. Sozinha. E tem essa carta de um tal de Damon."

Da Hee fez uma pausa, aparentemente processando as palavras. "O quê? O que você está dizendo? Onde você tá? Como assim sozinha?"

"Eu acordei aqui, com uma ressaca horrível, e não lembro de nada. Nada do que aconteceu ontem à noite!" SN disse, desesperada, sem saber se estava falando a verdade ou apenas se desesperando com o que acontecia. "E tem um bilhete aqui, da parte dele. O tal de Damon. Quem é ele, Da Hee? O que aconteceu?"

Houve uma breve pausa na linha, e Da Hee finalmente respondeu com uma voz calma, mas cheia de uma tensão que SN não conseguiu ignorar. "Damon é… alguém muito, muito importante, SN. Mas… você não se lembra de nada, não é?"

"Não," SN suspirou. "Eu não lembro de nada. Da Hee, o que aconteceu ontem? O que ele fez comigo?"

"Eu não sei," Da Hee disse, a voz agora mais grave. "Eu saí por alguns minutos para conversar com alguém, e quando voltei, você estava… com ele. Eu… eu não achei que fosse acontecer assim, sabe?"

SN sentiu um nó se formando em seu estômago. "Com ele? O que você quer dizer com 'com ele'?"

"Eu... não sei muito bem o que aconteceu depois. Só sei que quando voltei, ele já estava com você e… tudo parecia muito estranho. Eu tentei te proteger, mas não consegui evitar."

SN ficou em silêncio por alguns segundos, digerindo as palavras da melhor amiga. Sua mente ainda estava em um turbilhão de confusão. Damon. Quem era esse homem, e o que ele queria com ela? Por que Da Hee parecia tão desconfortável ao falar sobre ele?

"Eu vou te buscar, SN. Fica calma. Só não faça nada sem me avisar, tá?" Da Hee disse por fim, sua voz mais suave, mas ainda carregada de algo que SN não conseguia identificar.

"Ok, obrigada, Da Hee." SN desligou a ligação, mas não conseguiu evitar a sensação de que estava à deriva, sem rumo, sem respostas.

Ela olhou para o bilhete novamente e depois para a bandeja de café. Nada parecia real. O que tinha acontecido ali? Quem era Damon, e o que ele queria dela?

Ela deu um gole no café, tentando reunir forças para enfrentar o que viria a seguir, mas o vazio dentro dela só aumentava.

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