A adrenalina da corrida ainda vibrava no ar quando pisei fora da pista, com os ecos da vitória reverberando por todo o autódromo. O cheiro forte de combustível queimado se misturava ao gosto metálico do triunfo, enquanto aplausos frenéticos som dos aplausos se espalhavam, pelos corredores estreitos e abafados. As pessoas se amontoavam ao meu redor, ansiosas para me parabenizar, os olhos brilhando de admiração e respeito. Mas eu… eu já não enxergava mais nada além do próximo passo.
Minhas mãos estavam fechadas, o olhar firme e cortante, e o coração batia com a precisão de um relógio suíço prestes a explodir. Eu não tinha tempo para sorrisos vazios ou palavras decoradas. Havia algo muito mais importante a ser resolvido, e cada segundo ali era um teste para minha paciência.
— Pai, termine o que tiver que terminar. Eu estou de saída. — Minha voz cortou o ar abafado da sala vip como uma lâmina afiada.
Ele me lançou aquele velho olhar de censura, o mesmo que me acompanhava desde a infância. Mas agora... não significava nada. O poder havia mudado de mãos, e ele sabia disso. Restava apenas acatar.
— Nos vemos em casa. — respondeu seco, virando o rosto com a resignação de quem perdeu o controle.
Saí com passos decididos, cada pisada ecoando pelos corredores como um aviso. Eu tinha pressa. E o meu destino já me esperava. O meu soldado de confiança estava encostado à porta, enrijecido como um fio esticado ao limite, à beira de arrebentar.
O suor escorria pela lateral do rosto, apesar do ar gelado que invadia o ambiente. Ele já sabia que não podia errar comigo.
— Fala logo. Sem rodeios. — ordenei, minha voz gelada, cortante.
Ele assentiu com a cabeça, engolindo em seco, e começou a despejar tudo de uma vez, como se soubesse que qualquer hesitação poderia custar-lhe caro.
— O nome dela é Verena Marconi. Filha única de Frederico Marconi. A mãe morreu no parto, e Frederico nunca mais se casou. Criou a filha sozinho, com a ajuda de uma empregada.
O nome dela ferveu em meus ouvidos como gasolina em fogo alto.
— Ela é fascinada por carros, senhor. Uma piloto brilhante, mecânica também. Assim que terminou a faculdade, o pai conseguiu colocá-la aqui no autódromo.
Ele hesitou por um segundo. Bastou meu olhar cortante para que ele continuasse sem pestanejar.
— Ela já tem fama por aqui. Apesar de ser a única mulher no meio dos mecânicos, todos a respeitam… ou melhor dizendo, têm medo dela.
Arqueei a sobrancelha, intrigado, o interesse crescendo.
— Diferente como?
— Não abaixa a cabeça para ninguém. Já colocou muito soldado no chão quando tentaram… bom, quando quiseram algo mais. Ela luta, atira… melhor que muito homem nosso. Tudo ensinado pelo pai. Ela aprendeu direitinho.
Minha curiosidade virou uma chama voraz.
— Exemplos?
Ele respirou fundo.
— O soldado Lincoln… lembra daquela história de emboscada? Não foi bem assim. Lincoln tentou abusar dela. Acabou três dias no hospital. Costelas quebradas, ombro deslocado.
Uma risada seca e divertida escapou dos meus lábios. Uma pequena fera. Exatamente o tipo de mulher que desafia... e me instiga.
— A partir de hoje, Verena Marconi é minha. Ninguém encosta nela. E quanto ao Lincoln... dê um fim nele. Ele tocou no que agora me pertence.
Meu soldado empalideceu, mas assentiu sem questionar.
— Agora me leve até meu futuro sogro.
Ele me olhou como se eu tivesse acabado de declarar guerra contra o mundo — mas, inteligente como era, não ousou discutir.
Seguimos para minha sala administrativa, um ambiente frio, minimalista, janelas espelhadas refletindo o entardecer e móveis de couro negro que exalavam poder. A tensão era espessa, quase palpável. Em poucos minutos, Frederico Marconi entrou. Uniforme impecável. Postura reta. Mas os olhos... os olhos entregavam tudo. Medo. Insegurança. E um desespero quase sufocante.
— Chefe… o senhor mandou me chamar? — Sua voz tremia, por mais que tentasse disfarçar.
Sinalizei para que fechasse a porta e sentasse. O silêncio que se seguiu era sufocante, cortante.
— Verena Marconi. — Pronunciei o nome devagar, saboreando cada sílaba como um vinho raro.
Ele engoliu em seco, o maxilar rígido.
— Minha filha… tudo o que eu tenho.
Um sorriso frio e cruel se abriu em meu rosto.
— E agora… tudo o que você tem será meu. Se não quiser entregar… eu mesmo tiro a sua vida. Simples assim.
Ele ficou vermelho, o sangue subindo ao rosto enquanto sua respiração acelerava.
— Minha filha não vai aceitar ser amante de ninguém… ela não foi criada para isso…
Minha risada ecoou, sombria e venenosa.
— Quem disse que quero ela como amante?
Ele empalideceu na hora, o terror estampado em cada linha de seu rosto.
— Meu Deus…
— Isso mesmo. Verena será minha esposa. A futura rainha da Camorra. A mãe do meu herdeiro. Espero que você tenha feito um trabalho decente criando essa garota para ser uma esposa obediente… ou terei que ensinar.
Ele respirou fundo, os olhos marejando com a dor de um pai derrotado.
— Ela… ela não vai aceitar isso.
Meu limite de paciência se esgotou. Bati a mão com força brutal na mesa, fazendo os objetos tremerem e alguns caírem no chão com estrondo.
— E por quê? Porque você falhou miseravelmente criando essa garota? Uma filha da máfia… criada como se fosse livre? Isso acaba hoje.
Eu o encarei, meus olhos queimando como fogo vivo.
— Ela será minha mulher. E se não entrar na linha… eu mesmo vou moldá-la. E não adianta mentir pra mim. Já tenho homens observando cada passo dela.
Ele baixou a cabeça, derrotado, a respiração pesada.
— Me dê alguns meses… eu preparo ela para o senhor…
Minha risada cortou o ar como uma lâmina.
— Você não conseguiu em vinte e cinco anos… quer alguns meses? Eu não dou nem algumas horas. Hoje mesmo ela será minha noiva. Às nove estarei na sua casa. E espero que ela esteja pronta… e linda.
Ele apenas assentiu, sem forças para mais nada.
— Só… só não machuque minha menina… por favor.
Inclinei-me, sorrindo frio.
— Isso só depende dela.
O jogo estava lançado. E Verena Marconi… já é minha. Querendo ou não.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
adelice miranda de aguiar
que arrogância, preponderante, vai nessa que ela vai aceitar, melhor revisar essas ideias, pq ela vai aprontar e colocar uma coleira no seu pescoço, mafioso apaixonado virá cachorrinho, vou adorar
2025-05-06
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Tania Cassia
Nossa Verenna quem vai mandar na bagaça toda🤔🤔 Vamos colocar ele na coleira kkkkkkk
2025-05-05
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Benedita Barboza
Cara doido,, ele que será domado, vai ser cachorrinho de Verenna
2025-05-06
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