Maya - O Preço de uma Escolha Livro 3

Maya - O Preço de uma Escolha Livro 3

01. Clima Litorâneo

Quando Damien a convidou para viajarem para o litoral, Maya imaginou que iriam para o mesmo destino que haviam ido antes, mas agora ela estava em uma bela cidade litorânea, com ruas e casas à beira-mar. O Sol reluzia e o vento era carregado de maresia. As casas eram muito bonitas, havia palmeiras e coqueiros por todos os lugares; até mesmo as lojas tinham um designer que combinava com o local, a encantando.

O táxi parou na frente de uma construção grande com a fachada pintada de bege e branco; trazendo um ar bem aconchegante:

— Chegamos! — Damien sorriu.

— Esse é o hotel? — Maya observou pela janela do veículo.

— Sim!

Damien desembarcou e se apressou em abrir a porta para ela sair:

— Esse é o hotel do tio do Stephen, aqui você vai ter a paz necessária para se recuperar e bem, foi aqui que aconteceu de eu encontrar o que eu precisava para colocar a minha cabeça no lugar, quem sabe isso te ajude.

— Você nunca me contou que precisou de um tempo para colocar a cabeça no lugar. — Maya o encarou com curiosidade.

— Bem… — Damien segurou a mão dela e entrelaçou o braço dela com o seu. — Vamos entrar, vou te contar tudo.

Damien pagou a corrida e pediu ao motorista para aguardar o empregado do hotel a vir buscar as malas. Ao que parecia o motorista já estava familiarizado ao local e se prontificou a chamar a pessoa responsável. Maya seguiu com Damien para recepção, onde uma jovem com pele bronzeada e cabelos castanhos os recebeu com um sorriso:

— Bom dia, senhor Damien, fico feliz que tenha voltado! — A jovem sorriu simpática.

— Bom dia, Marin! — Damien sorriu. — Dessa vez demorei um pouco, mas trouxe uma amiga comigo.

— Seja bem-vinda! — Marin sorriu para Maya. — Meu nome é Marin, estou na recepção no período diurno e pode me procurar caso precise de algo.

— Bom dia, Marin, meu nome é Maya. Obrigada desde já. — Maya se apresentou, encantada pelo acolhimento da recepcionista.

— Nossos quartos já estão prontos, Marin? — Damien perguntou.

— Sim, o seu é o mesmo de sempre e o da senhorita Maya, será a suíte ao lado direito da sua.

— Obrigado! Vou pedir para deixarem nossa bagagem nas suítes e por acaso, o café da manhã continua sendo servido?

— Ainda tem mais uma hora antes de encerrar. — Marin avisou.

— Certo, vamos comer primeiro.

— Tem preferência de local?

— A área externa já terminou a reforma?

— Sim, se quiser algo específico, posso solicitar que seja servido lá.

— Não é necessário, só gostaria de comer com a vista do mar.

— Aqui estão os cartões das suítes. — Marin colocou os cartões sobre o balcão. — Se precisarem de qualquer coisa, podem me contactar.

Damien agradeceu mais uma vez e Maya se despediu com um sorriso. Os amigos seguiram para o restaurante do hotel, onde se serviram com as opções que havia ali e Damien a guiou para área externa, onde o calor aconchegante os atingiu; Se acomodaram em uma mesa redonda, com cadeiras estilo poltrona feitas de fibra natural, dando um ar rústico e aconchegante de litoral ao local, que estava vazio naquele momento:

— O movimento aqui começa cedo, por volta de umas cinco da manhã, agora que são oito, é bem mais vazio. — Damien falou para cortar o silêncio.

— Por isso tem poucas pessoas no restaurante?

— Sim. O hotel tem o serviço de turismo onde é possível conhecer os pontos turísticos da cidade e aqui na rua do hotel mesmo você encontra quase tudo o que precisa. A cidade é pequena comparada à que moramos, mas se encontra de tudo. É bem parecido com a capital de Bryon, só que com uma praia maravilhosa.

— Parece que gosta daqui.

— Sim, é um local maravilhoso. A primeira vez que vim aqui foi por indicação da minha sogra, na época nem conhecia o Stephen. Apenas fui a um evento e por sorte ela estava lá com meu sogro; ela notou que não estava bem e me indicou esse hotel. Pesquisei e vi que tinha boas avaliações, inclusive depoimento de pessoas que conseguiram aliviar a mente e se encontraram, como na época eu estava perdido, acabei arriscando e valeu a pena.

— Você nunca me contou que passou por um momento difícil.

— Todos passamos, Maya. — Damien tomou um pouco do café que havia pegado. — Não faz muito tempo que me assumi homossexual; antes tentei de todas as formas me enquadrar nos padrões da sociedade para agradar a minha família, mas não me sentia bem. Certa vez me apaixonei por um colega de faculdade e começamos a namorar. — Ele abaixou a cabeça. — Meu pai descobriu e sumiu com o rapaz, me tratou como se eu fosse uma aberração, foi então que meu inferno começou.

— Por esse motivo nunca fala da sua família?

— Sim. Quando vim aqui, estava prestes a desistir de tudo, mas encontrei o apoio que precisava. O dono desse hotel é um pai nato, ele adora acolher pessoas. — Damien sorriu. — A noite tem um funcionário que também é assumido e todos o adoram, quando notei isso, eu percebi que o local onde eu estava era ruim. Aqui descobri que não era uma aberração, que eu poderia ser eu mesmo, que poderia aceitar as minhas preferências e finalmente poderia me libertar de tudo.

— Parece que as pessoas daqui são bem-educadas e acolhedoras. — Maya sorriu.

— Muito mesmo. — Damien colocou a xícara na mesa. — Cortei laços com os meus pais, pedi ao Netuno para trabalhar aqui e ele permitiu. Passei seis meses aqui e bem, coloquei minha cabeça no lugar e comecei a lutar pelo meu lugar ao Sol com o que tinha e agora estou bem.

— Você merece ser feliz.

— E você também merece, Maya. — Damien segurou a mão dela. — Espero que esta aqui, ao lado dessas pessoas de mente aberta e personalidade leve, te ajude a superar tudo o que passou.

— Assim espero.

— Olha só quem já chegou!

A voz masculina forte chamou a atenção dos amigos. Maya viu Damien abrir um sorriso genuíno, como nunca havia visto. Ele se levantou da mesa para abraçar um homem grande e musculoso que surgiu vindo da direção da praia. O homem era tão grande que Damien parecia sumir nos braços dele:

— Maya, esse é Netuno, dono do hotel e tio do Stephen. — Damien apresentou.

— Mas que jovem bonita. — Netuno falou ao estender uma mão para cumprimentar Maya. — Seja bem-vinda ao nosso hotel.

— Obrigada. — Maya se levantou e aceitou o cumprimento, sentindo o calor aconchegante da mão grande de Netuno.

— Posso te chamar de Maya? — Netuno perguntou educado.

— Claro. — Sorriu para o homem que parecia uma montanha de tantos músculos.

— Sei que veio com o Damien, mas posso apresentar os nossos serviços quando quiser. Se gosta de malhar, temos uma excelente academia na rua do hotel mesmo.

— Damien me falou que nesta rua tem tudo que é preciso.

— Ainda esta tendo aulas de surfe com a Pérola? — Damien perguntou.

— Não, a Pérola está fora. Vai se casar em breve.

— Sério?

Maya acabou sorrindo com a empolgação de Damien e o ar encantado de Netuno:

— Ah, Maya, Pérola é minha filha. De vez em quando ela ajuda no hotel, mas no momento está fora do país morando com o noivo.

— Não acredito que deixou ela morar fora. — Damien implicou.

— Ela foi trabalhar fora e acabou que reatou com o noivo, agora estão planejando o casamento. Stephen está doido tentando criar o vestido perfeito para ela.

— Ah… por isso ele ainda não veio me ver?

— Sim, esta no quarto trancado tentando desenhar o vestido. Bem, se quiser ir vê-lo me avise que te dou a chave da casa.

— Claro, assim que terminar de cuidar dessa moça vou ver ele. — Damien indicou Maya.

— Não precisa se incomodar comigo, eu vou para a suíte descansar um pouco e depois vou aproveitar a praia. Vá ver o seu amor. — Ela sorriu.

— Já gostei dela. — Netuno falou animado. — Agora vou lá para dentro, qualquer coisa me chame.

Os amigos observaram Netuno sumir do campo de visão. Maya encarou Damien com surpresa:

— Meu Deus, ele é enorme.

— Ele era campeão de fisiculturismo. — Damien riu. — Eu também estranhei no início, mas dá para se acostumar.

— Parece ser gente boa.

— Ele é. Agora se não se importa, eu vou ver o Stephen, porque se ninguém for lá, ele passa dias sem comer e dormir se ninguém lembrar ele dessas coisas.

— O que o Stephen é?

— Estilista de moda. Inclusive as peças dele são exclusivas e caríssimas. Quando ele estiver livre vou pedir para te mostrar. Até mais, Maya.

— Até!

Maya viu Damien entrar com a bandeja de comida praticamente intocada. O som do mar realmente relaxava seus sentidos, parecia que a tensão deixava seu corpo a cada minuto que passava. Talvez aquele fosse realmente o local certo para ela iniciar uma nova jornada da sua vida.

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Comments

Maria De Lourdes Guimarães

Maria De Lourdes Guimarães

começando agora gostei do primeiro capítulo vou ver no que dá se eu gostava ou Continuar

2025-06-08

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