O silêncio pairava na sala como uma névoa espessa Eliza ainda não havia conseguido dizer uma palavra seus olhos estavam fixos em Lucas, seu coração em pedaços, embora ele sequer tivesse começado a falar de verdade, Aura chorava baixinho dentro dela pois Klaus já havia lhe falado tudo, mas Eliza não entendia o motivo, ainda não.
Lucas se manteve firme, como se estivesse diante de uma missão.
— Estou aqui para formalizar a rejeição do vínculo de companheiro com Eliza, eu o futuro alfa da alcatéia da névoa dourada te rejeito Eliza beta da névoa dourada. — disse ele, sem titubear, cada palavra uma lâmina afiada.
Eliza cambaleou para trás, como se tivesse levado um golpe físico seus olhos se arregalaram, o ar parecia não entrar mais em seus pulmões.
— O quê? — sussurrou.
Caio, que até então se mantinha em alerta, explodiu num passo à frente.
— Você enlouqueceu?! Se fizer isso… se romper o vínculo, ela se tornará uma renegada! Você sabe o que isso significa! Seu moleque!
Lucas olhou para ele com frieza.
— Eu sei exatamente o que estou fazendo, para manter uma alcatéia forte preciso de uma luna a altura e Eliza não chega nem perto disso.
— Você vai destruir a alma da minha irmã por orgulho? Só porque ela não vem da linhagem que você esperava? — Caio avançou, seus olhos brilhando de raiva. — Ela é mais forte do que metade das alunas do treino! A deusa da lua a escolheu, e você ousa recusar isso?
Eliza continuava em silêncio, tremendo, Aura chorava, uivava dentro dela, mas estava fraca demais para lutar contra a dor que crescia a cada segundo.
Lucas então respirou fundo e disse, com um tom mais duro:
— Eu não vim aqui para discutir, vim oferecer uma saída menos cruel, vocês podem deixar a alcateia tenho contatos em outra, distante, onde ninguém saberá sobre o vínculo lá ela poderá viver… com alguma dignidade.
Caio o empurrou com força contra a porta.
— Você é um covarde, vai assumir outra como sua luna só porque ela é mais “nobre”? Seu covarde quando seus pais souberem disso.
Lucas não o empurrou de volta, não reagiu, apenas olhou nos olhos de Caio e respondeu:
— Na próxima lua cheia, assumirei outra como minha futura luna, alguém à altura do cargo não estou disposto a construir o futuro da alcateia ao lado de alguém que não representa o que um alfa precisa.
O silêncio voltou a reinar, mas agora era sombrio, pesado, como o presságio de uma tormenta.
Eliza então deu um passo à frente, a voz baixa, partida:
— Eu… não sou suficiente? sara me rejeitando por não ter sangue nobre!
Lucas hesitou por um momento, seus olhos pareceram quebrar, como se Klaus, seu lobo, ainda gritasse por dentro mas foi apenas um segundo.
— Não, você não será uma boa luna, não é forte e nem tem sangue de alfa nas veias. — respondeu.
Aura uivou.
Eliza caiu de joelhos.
Caio se ajoelhou ao lado da irmã, segurando-a com força.
— Nós vamos embora — disse ele entre os dentes, encarando Lucas com nojo. — Mas lembre-se disso: a deusa pode ter dado uma companheira a você, mas foi você quem escolheu desprezá-la e um dia… vai se arrepender, minha irmã irá se refazer na dor mas você espero que vida com a sua.
Lucas não respondeu apenas se virou… e foi embora.
O som da porta se fechando ecoou como um fim.
Um fim que talvez marcasse o início de algo muito maior.
O céu estava cinzento, como se refletisse a dor que pairava dentro da casa desde o momento em que Lucas saiu pela porta, Eliza não disse uma única palavra sentou-se no sofá, os olhos perdidos em algum ponto do nada, a alma esmagada sob o peso da rejeição.
Caio andava de um lado para o outro, preparando tudo com pressa e raiva contida seu lobo rugia por dentro, implorando por justiça, mas ele sabia que agora, o mais importante era proteger sua irmã.
Mary voltou pouco depois do ocorrido seus olhos estavam vermelhos, mas havia firmeza neles tinha se despedido dos pais, deixando um bilhete com tudo que precisava explicar aquela era a decisão certa ela não abandonaria seu companheiro, e muito menos a amiga que era como uma irmã.
Com as malas prontas, ela entrou na sala e olhou para Eliza, quis abraçá-la, dizer algo que a confortasse, mas a dor da garota era densa demais tudo o que conseguiu fazer foi se aproximar e segurar sua mão, Eliza não reagiu nem um piscar.
— Estamos prontos — disse Mary, suavemente.
Caio respirou fundo e pegou a última mochila ao passar pela irmã, ajoelhou-se diante dela e tocou em sua mão.
— A deusa pode conceder outro companheiro a você, Eliza, eu sei que agora parece impossível, mas... basta ter fé. — Ele engoliu em seco. — Você é forte mais do que pensa e vamos superar isso juntos, como sempre fizemos.
Nada, nenhuma reação.
Ele se levantou, apertando os punhos, Eliza se levantou por conta própria, as malas já ao lado da porta caminhou como se estivesse em transe, mas seus olhos brilhavam com dor e mágoa.
Do lado de fora, o carro os esperava.
Mary foi no banco de trás com Eliza, que manteve o olhar fixo pela janela o tempo todo, não chorava, não falava, apenas existia como se estivesse à deriva.
Caio dirigia em silêncio, os olhos atentos à estrada e à irmã pelo retrovisor seus pensamentos estavam firmes: precisavam chegar à Alcatéia do Norte antes da próxima lua Dante, o alfa de lá, devia favores a ele, e era hora de cobrá-los, Caio sabia que Dante jamais negaria abrigo a alguém leal especialmente se fosse por justiça.
As árvores se tornavam sombras ao longo da estrada um novo caminho se abria diante deles, incerto, desconhecido… mas carregado da promessa de um recomeço.
E mesmo que Eliza não soubesse ainda… o destino tinha planos maiores do que qualquer um ali podia imaginar.
A Alcatéia do Norte se erguia imponente no meio das montanhas, cercada por florestas densas e um silêncio respeitoso que só os territórios antigos conseguiam manter o portão se abriu assim que o carro foi reconhecido, e Caio não precisou nem explicar quem era o nome dele ainda carregava peso por ali.
Dante aguardava na entrada da casa principal, alto, expressão firme, barba por fazer e olhos escuros como a noite sem lua ele exalava autoridade, mas o que poucos sabiam era que, por trás da postura rígida, havia um lobo extremamente sensível às emoções alheias.
Quando os três desceram do carro, seus olhos se prenderam imediatamente à figura feminina, entre eles, Eliza, seu coração bateu mais forte, de um jeito que nunca havia acontecido antes um calor estranho percorreu seu corpo, e seu lobo, inquieto, se manifestou com uma frase clara:
“ É Ela...”
Dante franziu o cenho não podia ser ela não o olhou, não reagiu à presença dele, sequer pareceu percebê-lo apenas caminhou ao lado do irmão, com os ombros caídos e o olhar baixo havia algo quebrado nela e ele sentiu aquilo como uma fisgada em sua alma e seu lobo por mais que tentasse não conseguia contato com a loba dela, era um sinal de tristeza.
Cumprimentou Caio com um aperto de mão firme.
— Você chegou em boa hora sempre terá abrigo aqui principalmente para um soldado leal e destemido como você.— disse, olhando de relance para Eliza, que sequer piscou.
— Obrigado, Dante, precisamos de um novo começo, essas aqui são minha recém companheira Mary e minha irmã Eliza.
— E terão, vamos para dentro, vou mostrar os quartos para se acomodarem, deves estar cansados da viagem.
Ele os guiou pela grande casa de madeira escura, com corredores longos e janelas que davam vista para a floresta, parou em frente a uma porta dupla e sorriu para Mary e Caio.
— Casais não ficam separados em minha alcatéia, vocês sabem o que fazer. — O sorriso foi discreto, mas verdadeiro. — Este é o quarto de vocês.
Mary corou, e Caio assentiu com respeito.
Logo depois, caminhou até a porta ao lado e abriu.
— Aqui é o seu quarto Eliza — disse, virando-se lentamente para ela.
Foi nesse instante que ele a encarou de verdade.
Ela levantou os olhos, mas apenas por um segundo e naquele breve momento, Dante viu tudo: a dor, a rejeição, a alma ferida e silenciosa, seu lobo deu um passo à frente dentro dele, como se quisesse sair, tocar, curar.
“Ela está machucada… precisamos ir devagar.”
Dante não disse nada apenas assentiu com a cabeça, respeitoso.
— Se precisar de qualquer coisa… — disse ele, a voz mais suave do que normalmente usava — meu quarto é no final do corredor.
Eliza apenas entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, sem uma palavra.
Dante ficou parado por um momento, o coração ainda acelerado algo dentro dele havia mudado mas seria possível um vínculo nascer de uma alma ferida? Uma loba rejeitada?
Ele não sabia.
Mas sabia que faria o possível para não deixá-la desmoronar.
Alfa Dante, 28 anos
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Lourdes Antonelli
Eu quero q o lobo do Luca vai embora deixe o Luca sozinho q ele sofra muito até se arrepender amargamente até morrer de sofrimento
2025-05-23
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Nélida Cardoso
tomará que o lobo do Lucas deixe ele sozinho aí eu quero ver o que ele vai fazer kkkkkkkkk
2025-05-21
1
Família Soares
quero q o Lucas sofra ao ver o vínculo dela com o Dante. e fico só e seco.
2025-05-14
1