O som ritmado de golpes ecoava no campo de treino, o corpo de Lucas se movia com precisão e força, cada soco no tronco de madeira refletindo anos de preparo como alfa em ascensão, ele treinava mais que qualquer outro exigia de si mesmo o máximo nunca baixava a guarda, nunca se permitia falhar.
Mas naquela manhã, no auge de sua concentração, algo o desestabilizou.
Um cheiro doce, intenso, quente como o sol, suave como pétalas ao vento, ele parou por um segundo, o punho suspenso no ar inspirou novamente seu lobo se agitou, rugindo por dentro como se quisesse sair.
"Não agora, calma Klaus"
Ele afastou o pensamento, afastou o cheiro e precisava focar, não queria se distrair ainda mais com o que aquilo poderia significar não podia ser...
Ao longo do dia, fez de tudo para ignorar, foi para a floresta correr, praticou estratégias com os anciãos, até se isolou no alto da colina para meditar mas o cheiro voltava persistente como um sussurro que não podia ser calado.
Quando o sol se pôs, Lucas já estava inquieto.
A noite caiu com uma lua cheia de prata brilhante e então tudo mudou.
O cheiro ficou mais forte, mais próximo, mais... insuportavelmente necessário.
Seu lobo rugiu dentro dele, exigindo que fosse atrás seu corpo agiu sozinho ele correu pela floresta como se os próprios ventos o guiassem cada passo o levava mais perto e quando sentiu que estava a metros de distância, parou.
Escondeu-se atrás de árvores altas, onde a clareira podia ser vista parcialmente.
E então a viu.
Uma loba branca enorme, tão brilhante quanto a lua ao lado dela, uma loba mesclada surgia em sua primeira transformação e entre elas, rostos conhecidos, betas jovens da linhagem média da alcateia gente boa mas comuns.
E ali estava ela a fonte daquele cheiro que o enlouquecia a loba branca tão simples tão serena.
Ele soube na hora.
Sua companheira.
Seu lobo gemeu de desejo e pertencimento, mas Lucas cerrou os punhos.
— Não... — murmurou para si mesmo, com raiva.
Ele era o próximo alfa alguém destinado a liderar, a carregar o peso da alcateia nos ombros sua companheira deveria ser forte, de sangue nobre uma fêmea alfa não uma loba de linhagem beta, por mais bela que fosse.
E ainda assim… ali estava ele, escondido nas sombras, como um lobo faminto, incapaz de desviar o olhar.
Observou enquanto ela conversava com outros jovens, rindo seu coração apertou não por desejo, mas por algo maior.
Vínculo.
Não suportando mais, virou as costas e partiu silencioso sem que ninguém notasse sua presença.
Mas sua mente ainda ecoava com a lembrança daquela loba daquela luz daquele cheiro.
Seu destino acabava de se revelar.
E ele não estava preparado para aceitá-lo.
Lucas correu pela floresta até não aguentar mais o vento batia contra seu rosto, as árvores se tornavam borrões, mas nada conseguia apagar o que ele sentia quando finalmente parou, arfando no topo de uma colina isolada, caiu de joelhos ali, cercado pela noite silenciosa, ele finalmente enfrentou aquilo que evitava.
— Você viu, Klaus... — murmurou, de olhos fechados. — Você sabe o que ela é.
Seu lobo, normalmente contido, rosnou dentro dele a presença de Klaus era intensa agora, tão viva que quase parecia que ele podia vê-lo uma grande figura lupina, de olhos brilhantes e postura imponente, caminhando dentro de sua mente.
"Ela é nossa."
A voz de Klaus soava profunda, firme como a própria terra, "É nossa companheira o vínculo está feito não há como negar."
Lucas se levantou, cerrando os punhos.
— Ela é da linhagem beta como pode esperar que eu aceite isso? Eu sou o próximo alfa! Preciso de alguém forte, alguém que inspire respeito ao meu lado.
"Ela é forte."
Klaus rosnou, os olhos flamejando.
"Você a viu a luz da lua a escolheu senti o poder nela, ela será mais do que você espera mais do que você merece, talvez."
Lucas se afastou, frustrado seus passos marcavam o solo como os de um animal preso, ele sabia que o vínculo era verdadeiro, sabia o que sentia ao vê-la mas recusava-se a aceitar que a deusa da lua, caprichosa como sempre, o uniria a uma loba que não atendia suas exigências.
— Eu não posso, não quero, não vou!
Klaus ficou em silêncio por um instante, um silêncio pesado triste.
"Se fizer isso..." ele disse finalmente, "vai nos destruir."
Lucas fechou os olhos, deixando o ar escapar lentamente.
— Se é o que for preciso para seguir meu caminho, que assim seja.
Ele ergueu o rosto para a lua, agora quase no centro do céu, e com um sussurro firme, declarou:
— Eu, Lucas, alfa em ascensão da Alcateia da névoa dourada, rejeito minha companheira que o vínculo seja quebrado que a deusa leve embora o que jamais deveria ter sido dado.
Por um momento, tudo ficou em silêncio.
E então, um som rasgou a noite.
Um uivo.
Não vindo da floresta, não vindo de outro lobo.
Era de dentro.
Klaus.
Seu uivo era dor pura, um lamento que ecoou pela alma de Lucas, como uma corrente partindo seu espírito em dois.
Lucas caiu de joelhos novamente, sentindo uma dor que nenhuma ferida física jamais causara, mas não chorou não falou mais nada.
A decisão estava tomada.
Mesmo que custasse sua alma.
alfa Lucas 25 anos
...----------------...
Eliza caminhava pela clareira com um sorriso tranquilo no rosto, ainda se acostumando com a presença de Aura, sua loba interior sentia-se diferente… mais forte, mais viva e havia algo mais um cheiro.
Doce, amadeirado e marcante.
Seu coração acelerou sem explicação.
Ela inspirou profundamente, tentando localizar a origem o aroma a preenchia por dentro, fazendo seu corpo vibrar de antecipação era como se sua alma clamasse por algo ou alguém Aura ronronou em sua mente.
“Você sentiu, não é?”
— O quê? — sussurrou Eliza, confusa.
“Ele, nosso companheiro.”
O mundo pareceu parar por um segundo.
Mas… quem? Onde?
Ela olhou ao redor, mas a floresta estava silenciosa aquele cheiro… era intenso, familiar sem nunca ter sido sentido antes e, ainda assim, nenhum rosto novo à vista.
— Vamos? — Caio chamou, colocando o braço ao redor de Mary, que agora também carregava um novo brilho nos olhos. — Hora de voltar pra casa com as mulheres da minha vida.
Eliza assentiu, o coração ainda inquieto.
Durante todo o caminho, aquele cheiro a acompanhava quente, pulsante, como se alguém a observasse Aura permanecia em silêncio, mas atenta, como se esperasse algo grandioso acontecer.
Chegaram em casa pouco depois Mary foi direto para o quarto de hóspedes, e Caio se dirigiu à cozinha, enquanto Eliza parou perto da porta, ainda distraída pelo que sentia foi então que a campainha tocou.
Três batidas secas.
Seu coração disparou.
“É ele.”
— Não… não pode ser… — murmurou ela, com os olhos arregalados.
Caio apareceu, confuso, e abriu a porta a expressão dele congelou.
— Alfa Lucas?
Eliza prendeu a respiração.
Lá estava ele alto, imponente, com os olhos intensos como fogo e a impafia de alfa parecia preencher o ar ao redor e, ainda assim, seu olhar estava... frio.
Lucas encarou Caio apenas por um instante, mas logo seus olhos caíram sobre Eliza.
E quando os dois se encontraram, o mundo silenciou.
Aura se agitou, e Eliza sentiu o vínculo se firmar como uma corrente invisível, entre eles seu coração gritou seu corpo, soube aquele era ele seu companheiro seu destino.
Mas algo em Lucas não se moveu nenhuma emoção em seu olhar.
— Vou direto ao assunto — disse ele, com a voz firme, quase impessoal.
Eliza sentiu o chão balançar sob seus pés.
Algo estava errado.
Muito errado.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Grety alian
só espero que no fim desta história este Lucas ser lasque e que ela arume um comentário que a ame
2025-05-04
3
Nélida Cardoso
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣 há Lucas não sabe o que está perdendo /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2025-05-21
1