O salão luxuoso no coração de Paris ainda ressoava com o som discreto de taças brindando e risos contidos. A celebração da posse de Domênico como o novo Dom daquela estrutura velada — mais que uma festa, era um marco silencioso na história das famílias envolvidas. Tudo ali tinha peso: o vinho servido, as palavras ditas, os olhares trocados. A partir daquela noite, Domênico não era mais apenas o caçula da Sicília — era o rosto da nova ordem no submundo francês.
Domênico, de terno preto impecável, recebia os convidados com uma postura que misturava elegância e sobriedade. À sua esquerda, Arthur, o irmão mais velho e líder absoluto da LME, lhe estendia um copo de whisky.
— Ao nosso novo Dom. A Sicília agora tem voz firme em Paris. — Arthur brindou, olhando nos olhos do irmão.
— Você sempre disse que um dia eu teria que ocupar meu lugar. — Domênico sorriu de lado. — Aconteceu mais rápido do que eu imaginava.
— Nem sempre escolhemos o tempo, irmão. Às vezes é o tempo que escolhe a gente. — completou Arthur, firme.
Luiggi se aproximou logo depois, com o charme típico de um homem que comandava a máfia Debois com o toque de um rei moderno. Ele abraçou Domênico forte, como se fosse mais velho, embora fossem da mesma geração.
— Paris é sua agora, Domenico. Mas nunca se esqueça: ela tem suas armadilhas. — falou com um sussurro carregado de significado.
— Eu sei. Mas o que é meu, ninguém vai tomar.
— Assim que se fala. — disse Luiggi, orgulhoso.
Mais afastado, Jean observava os irmãos em silêncio, o olhar atento, o rosto mais fechado. Desde que assumira a máfia Macron — outrora liderada por François, seu antigo algoz — Jean se tornara um homem difícil de decifrar.
— Jean... — Domênico o cumprimentou com um aperto de mão firme.
— Desejo sorte. Você vai precisar. A França é mais traiçoeira do que parece. — respondeu Jean, e embora o tom fosse ríspido, Domênico notou ali um resquício de cuidado fraternal.
— E você, vai continuar sumido?
— Sumido, não. Apenas fora dos holofotes. Mas se precisar de mim, saberá como me encontrar.
O reencontro dos irmãos, mesmo com silêncios e palavras duras, era carregado de significado. Eles vinham de histórias entrelaçadas por sangue e máfias, perdas e vitórias. A presença de todos ali selava o início de uma nova era.
Mateus e Luciana observavam tudo à distância. Luciana segurava o braço do marido com orgulho visível nos olhos.
— Nosso menino... — sussurrou ela. — Virou um Dom.
— Mas continua sendo nosso filho. Que nunca se esqueça disso. — respondeu Mateus com firmeza.
Amélia e René Debois se aproximaram em seguida. René, com a calma e austeridade de um lorde francês, entregou um envelope a Domênico discretamente.
— Amanhã você será oficialmente o novo CEO da empresa. Os papéis estão aqui. E os desafios também.
— Estou pronto, René. — respondeu Domênico, confiante.
— Veremos. A empresa é uma fachada... mas uma fachada exige jogo de cintura, controle e visão. É nela que lavamos milhões por ano. E nos últimos meses, os negócios estagnaram. Quero ver do que você é feito.
Amélia tocou o ombro de Domênico com carinho.
— Seja firme. E justo. A França vai te testar. Mas você é um Castellazzo. Está no sangue.
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A manhã seguinte – A primeira reunião
O prédio de fachada espelhada no 16º arrondissement de Paris refletia o sol de primavera. Domênico chegou cedo, vestindo um terno cinza escuro. René o esperava na recepção da empresa, acompanhando-o até a sala principal.
— Bem-vindo ao seu novo império. — disse, abrindo a porta da sala do CEO.
Ao entrar, Domênico foi imediatamente tomado por uma atmosfera corporativa que escondia muito mais do que gráficos e planilhas. Painéis digitais mostravam relatórios financeiros, exportações, contratos fictícios. Mas René o guiou até um painel lateral escondido.
— Aqui estão os números reais. — revelou, tocando uma senha em um biométrico escondido. — Os contratos verdadeiros. Os fluxos de dinheiro sujo. Tudo o que circula pelas mãos da máfia.
Domênico analisou os dados com atenção. Percebeu rapidamente que metade dos contratos estavam suspensos. Os fluxos estavam abaixo do normal. A máquina estava emperrada.
— Por que pararam?
— Depois da queda de François, houve medo. Alguns parceiros sumiram, outros aguardam o novo Dom. — explicou René. — Cabe a você trazer de volta a confiança... ou substituí-los por novos aliados.
Domênico respirou fundo.
— Preciso conhecer cada operação. Cada nome, cada canto escuro dessa estrutura. E depois, preciso limpá-la. Não de sujeira... mas de fraquezas.
— Boa resposta. A empresa está nas suas mãos agora. A máfia... também.
René deixou a sala, e Domênico permaneceu ali por longos minutos, observando Paris pela janela. Lá embaixo, vidas comuns passavam sem imaginar o império silencioso que operava acima de suas cabeças.
Ele se virou para a mesa, abriu o primeiro relatório e começou a anotar.
Estava na hora de trabalhar. De provar que era mais do que o último filho a deixar o lar.
Era hora de mostrar que podia ser Dom de Paris.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Dulce Gama
lindo coragem Domenico sua força é o seu poder/Rose//Rose//Rose//Rose//Rose//Heart//Heart//Heart//Heart//Heart//Heart//Gift//Gift//Gift//Gift//Gift//Gift//Gift//Good//Good//Good//Good//Good/
2025-05-09
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Abreu Ana
Kell, depois vai vir a história d Jean??
2025-05-10
0
Marcia Gomes muchny
tou com tigo e não abra mão domenico
2025-05-05
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