Capítulo 5 – Desejos Proibidos

Laura caminhava pelos corredores da casa como se estivesse em um sonho. Desde aquela noite, algo dentro dela havia mudado para sempre.

Era como se, finalmente, ela soubesse quem era.

E quem ela queria ser.

Deitada nos braços de Enzo, sentira um tipo de amor que jamais imaginara possível. Não o amor inseguro e imaturo que tivera com Pietro... mas um amor forte, profundo, inabalável.

Enzo a fazia se sentir desejada, protegida, adorada.

E isso era viciante.

Naquela manhã, Laura desceu para o café, tentando disfarçar o sorriso que teimava em brincar nos seus lábios.

Enzo já a esperava à mesa. Camisa social branca, mangas dobradas, o cabelo castanho ainda um pouco bagunçado. Ele parecia absurdamente lindo.

Quando seus olhos se encontraram, uma corrente elétrica passou entre eles.

— Bom dia, princesa — disse Enzo, a voz grave, como um afago.

Laura corou, lembrando-se da noite passada.

— Bom dia, Enzo — respondeu, mordendo discretamente o lábio.

Ele puxou a cadeira para ela, fazendo questão de tratá-la como uma verdadeira dama.

Laura se sentou, aceitando o café que ele serviu em sua xícara.

Estavam trocando olhares cúmplices quando ouviram a porta se abrir.

Pietro.

Ele parou no batente, observando a cena com os olhos estreitados.

Laura sentiu o estômago revirar de culpa. Não queria machucar Pietro. Mas ao mesmo tempo... já não pertencia mais a ele.

Pertencia a Enzo.

— Bom dia — disse Pietro, a voz carregada de desconfiança.

— Bom dia, filho — respondeu Enzo, com uma calma quase calculada.

Pietro se sentou à mesa, os olhos variando entre Laura e o pai.

O silêncio que se instalou era espesso, desconfortável.

— Laura... podemos conversar depois? — perguntou Pietro, sem conseguir disfarçar a ansiedade.

Laura trocou um olhar rápido com Enzo, que a encorajou com um leve aceno de cabeça.

— Podemos — disse ela, forçando um pequeno sorriso.

Pietro pareceu relaxar, mas Enzo manteve o rosto impassível, observando tudo.

Depois do café, Laura e Pietro caminharam até o jardim.

— Laura, eu sei que errei — começou Pietro, passando as mãos pelos cabelos. — Mas eu te amo. Eu não consigo imaginar minha vida sem você.

Laura abaixou o olhar, sentindo o peso da culpa.

— Pietro... eu também achei que te amava. — Ela levantou a cabeça, encarando-o. — Mas o que você fez com a Camila... abriu meus olhos. Eu não posso mais confiar em você.

Pietro se aproximou, desesperado.

— Eu posso mudar! Me dá uma chance!

Laura recuou instintivamente.

Pietro notou. E algo mudou na expressão dele.

Ele estreitou os olhos.

— Tem outra pessoa?

O coração de Laura disparou.

— Não... — mentiu, a voz tremendo.

Pietro a encarou por longos segundos, desconfiado. Mas, no fim, apenas assentiu, derrotado.

— Eu vou me afastar — disse, a voz quebrada. — Mas saiba que eu ainda te amo.

Ele se virou e foi embora, sem olhar para trás.

Laura ficou ali, sozinha, lutando contra as lágrimas.

Mas quando sentiu os braços fortes de Enzo envolvendo sua cintura por trás, soube que tinha feito a escolha certa.

— Eu estou aqui, meu amor — sussurrou ele em seu ouvido.

E Laura sorriu, permitindo-se, pela primeira vez, ser feliz.

Naquela noite, Enzo preparou uma surpresa para ela.

Laura foi chamada ao salão principal, onde encontrou uma mesa lindamente posta para dois. Velas acesas, vinho, uma trilha sonora suave preenchendo o ambiente.

Ela levou a mão à boca, emocionada.

— Você fez tudo isso pra mim? — sussurrou.

Enzo se aproximou, segurando sua mão com reverência.

— Você merece o mundo, princesa. E eu pretendo te dar cada pedaço dele.

Laura sorriu, os olhos brilhando.

Ele puxou a cadeira para ela, serviu-lhe vinho, e sentou-se de frente para ela.

O jantar foi delicioso. Conversaram, riram, se provocaram com olhares e toques discretos sob a mesa.

A tensão entre eles era palpável.

Quando a sobremesa chegou — morangos com chantilly — Enzo passou um morango nos lábios de Laura, e ela mordeu a fruta de seus dedos, sem desviar o olhar.

Foi erótico, íntimo, arrebatador.

Enzo rosnou baixinho, os olhos escurecendo de desejo.

— Você está brincando com fogo, princesa — murmurou, a voz rouca.

Laura apenas sorriu inocentemente, inclinando-se para frente para beijá-lo.

O beijo começou doce, mas rapidamente se incendiou.

Enzo a pegou no colo, carregando-a para o quarto como um homem faminto.

Dessa vez, o sexo foi ainda mais intenso.

Laura se entregou completamente, confiando a ele seu corpo e sua alma.

Enzo explorou cada centímetro dela com mãos e boca, levando-a ao limite várias vezes antes de finalmente se unirem.

Laura gritou o nome dele enquanto o prazer a despedaçava, e Enzo enterrou o rosto no pescoço dela, sussurrando palavras de amor e promessas de eternidade.

Quando caíram exaustos, Laura se aninhou no peito dele, ouvindo o som forte do coração de Enzo.

— Eu te amo — murmurou ela, quase sem perceber.

Enzo ficou rígido por um momento, depois apertou-a contra si.

— E eu amo você, Laura. Mais do que a minha própria vida.

Ela sorriu, adormecendo com essas palavras embalando seus sonhos.

Dois meses depois foram pura felicidade.

Laura e Enzo viviam como dois amantes secretos, roubando beijos nos corredores, trocando olhares incendiários durante o dia, se amando intensamente à noite.

Mas, uma semana depois, Laura começou a perceber algo estranho.

Estava mais sensível. Chorava por qualquer coisa.

E sentia um leve enjoo pela manhã.

No início, pensou que fosse apenas nervosismo.

Mas quando percebeu que sua menstruação estava atrasada, o pânico começou a se instalar.

Sentada no banheiro, Laura olhava para o calendário com o coração disparado.

Não podia ser.

Ou podia?

A ideia de carregar um filho de Enzo em seu ventre era assustadora... e maravilhosa ao mesmo tempo.

Ela passou as mãos pela barriga, emocionada.

Um filho dele.

Fruto daquele amor proibido e avassalador.