Capítulo 2 – Primeiras Fissuras

Os dias seguintes passaram em um misto de ansiedade e desconforto para Laura. Pietro continuava cada vez mais ausente, sempre cheio de desculpas: reuniões, trabalhos, cansaço. As mensagens que antes eram constantes agora eram respostas secas e espaçadas.

O que Laura não sabia era que enquanto ela esperava notícias, ele se divertia com Camila.

Naquela sexta-feira, Enzo ligou, convidando Laura para jantar com a família. Pietro estaria ausente — segundo ele, viajando a trabalho.

— Você será muito bem-vinda, Laura. — a voz de Enzo soava acolhedora do outro lado da linha. — Será bom para todos nós.

Ela hesitou por alguns segundos, mas acabou aceitando.

À noite, Laura chegou à casa dos Bianchi usando um vestido azul claro que realçava seus olhos. Seu coração acelerou ao ver Enzo abrir a porta para ela, sorrindo daquele jeito firme e caloroso.

— Você está deslumbrante. — ele disse, e o modo como seus olhos desceram lentamente por seu corpo não passou despercebido.

Laura sorriu tímida, corando intensamente.

— Obrigada, Enzo.

Durante o jantar, a conversa fluía fácil entre eles. Enzo fazia questão de perguntar sobre seus estudos, seus sonhos, seus hobbies. Cada palavra trocada entre eles parecia criar um fio invisível, ligando-os de forma perigosa.

Quando o jantar acabou, Enzo sugeriu que fossem para a varanda tomar vinho.

A noite estava fresca, o céu estrelado. A luz baixa da varanda criava um clima íntimo, quase cúmplice.

— Laura... — ele disse, segurando sua taça, seus olhos fixos nela. — Você é uma jovem extraordinária. Inteligente, doce... rara.

Laura sentiu a garganta secar.

— Eu... obrigada, Enzo. Você sempre foi muito gentil comigo.

Ele riu de leve, mas havia uma sombra de algo mais sério em seu olhar.

— Não é questão de gentileza. É... reconhecimento. — sua voz soava mais rouca agora, como se tivesse dificuldade em conter o que sentia.

Laura baixou os olhos, o coração disparado. Sabia que havia algo errado naquela aproximação. Mas, ao mesmo tempo, não queria fugir. Não queria perder a sensação de ser vista, admirada, protegida.

Quando seus olhares se encontraram novamente, a tensão ficou quase palpável no ar.

Por um instante, o mundo ao redor pareceu desaparecer.

Enzo se inclinou levemente para frente, como se fosse tocá-la, mas parou, respirando fundo.

Respeitando aquele limite tênue que, por mais que ambos desejassem cruzar, ainda os mantinha afastados.

— Laura... — ele murmurou, com um olhar cheio de desejo e carinho. — Quando você precisar... de qualquer coisa... saiba que pode contar comigo.

Ela assentiu, sem conseguir falar nada. Seu peito arfava suavemente, traindo a onda de emoções que a dominava.

Pouco depois, Enzo a levou até o carro. Sua mão roçou nas costas dela de forma protetora, enviando calafrios pela sua pele.

Dentro do carro, enquanto dirigia de volta para casa, Laura mordeu o lábio, tentando controlar o turbilhão dentro dela.

"Eu estou ficando louca...", pensava, com o coração acelerado.

Mas, no fundo, ela sabia que era só o começo.

O começo de algo que não poderia mais ser controlado.

até o próximo capítulo

até o próximo capítulo

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Comments

Anonymous

Anonymous

história maravilhosa, do jeitinho que eu gosto kkk

2025-05-08

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