Lorenzo só retornou para casa à noite. Passei o dia inteiro ajudando as empregadas com as obrigações da mansão, tentando me distrair e não pensar na vida que havia escolhido — ou melhor, na vida que me forçaram a aceitar.
Ele chegou em silêncio, tirou o terno com desdém e sentou-se à mesa. Começou a jantar sem sequer olhar na minha direção. Então, de repente, estendeu um cartão premium em minha direção.
Lorenzo: “Preciso que compre roupas novas de grife, joias, bolsas... todos os acessórios necessários.”
Priscila: “Muito obrigada, mas eu não quero nada vindo de você.”
Lorenzo: “Não te perguntei. Estou mandando. Entendeu? Você precisa! Temos eventos a comparecer, e eu não vou levar você vestida... disso!”
Olhei para o meu vestido simples e, pela primeira vez, senti vergonha do que usava. Sua atitude me feriu profundamente. O apetite sumiu. Levantei-me em silêncio e saí da sala de jantar, deixando-o sozinho com seu orgulho.
Na manhã seguinte, me arrumei cedo. Coloquei a bolsa no ombro, decidida a visitar minha mãe no hospital. Lorenzo estava no escritório, então bati à porta antes de entrar.
Priscila: “Vou visitar minha mãe no hospital. Passei só para avisar.”
Lorenzo: “Sabe dirigir?”
Priscila: “Sei. Por quê?”
💭 "Iria comprar um carro para ela... mas se fizer isso, tenho certeza de que vai fugir." 💭
Lorenzo: “Nada. Vou pedir ao motorista para levá-la.”
Mais uma vez, ele me entregou o cartão, insistindo para que comprasse as tais roupas. Saí. Visitei minha mãe, que sorriu ao me ver — aquele sorriso foi o único alívio em dias tão cinzentos.
Ao sair do hospital, segui até o shopping. Gastei mais do que achei que conseguiria gastar um dia. Vestidos caríssimos, sapatos de grife, joias reluzentes, bolsas assinadas, lingeries sensuais... me vesti de ouro, tentando esconder as feridas invisíveis.
Voltei para a mansão. Lorenzo já estava em casa. Pouco depois, Gilda e Helena chegaram. Sentei ao lado dele para recepcioná-las.
Gilda: “E então, como vai a vida de casados?”
Eu abri a boca para responder, mas Lorenzo foi mais rápido.
Lorenzo: “Normal, vó. Como achou que seria?”
Gilda: “Estou ansiosa pela chegada do meu bisneto. Precisamos que essa família cresça. Quero um herdeiro.”
Helena: “Não há necessidade de tanta pressa, minha sogra. Eles acabaram de se casar.”
Priscila: “A senhora tem razão, dona Gilda. Ainda estamos nos conhecendo.”
Helena: “Eu não falei com você, garota! Nunca concordei com esse casamento estúpido. Você não passa de uma interesseira!”
Senti meu rosto arder. O coração apertou no peito. Agora entendia melhor de onde Lorenzo herdou sua frieza.
Gilda: “Espero que trate a esposa do seu filho com o mesmo respeito que exijo. Não vou tolerar grosseria com a Priscila.”
Helena: “Mas é a verdade, minha sogra!”
Lorenzo: “Minha mãe tem razão. Isso tudo é uma grande palhaçada!”
Gilda: “Assunto encerrado! Espero que, antes de eu morrer, você tenha dado um herdeiro a essa família, Lorenzo. E trate sua esposa como ela merece!”
Agradeci a Gilda com um olhar emocionado. Me retirei da sala ouvindo, ainda, os cochichos maldosos de Helena sobre minhas roupas. Subi para o quarto, tentando conter as lágrimas. Meu celular tocou. Era Ethan.
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📱 Ethan: “Oi, Priscila... me diga que isso é mentira. O João falou que você se casou!”
📱 Priscila: “É verdade. Estou casada. E por favor... não me ligue mais.”
📱 Ethan: “Você estava comigo e com outro ao mesmo tempo? E ainda vem me pedir algo? Fala sério!”
📱 Priscila: “Não sou esse tipo de mulher! Conheci ele depois que terminamos. E nos casamos. Adeus, Ethan.”
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Desliguei. As lágrimas finalmente desceram. Ele continuava mandando mensagens, ligando... ignorei tudo. Estava presa em uma armadilha que eu mesma aceitei. E agora... agora esperavam que eu desse um herdeiro a um homem que nem ao menos dividia o quarto comigo.
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Na manhã seguinte, acordei decidida. Tomei banho, coloquei uma das roupas novas, arrumei meu cabelo, fiz uma maquiagem leve, mas com elegância. Olhei no espelho e respirei fundo.
Se é isso que querem, é isso que terão. Mas do meu jeito.
Desci. Lorenzo estava na sala de estar, ao telefone. Me olhou de cima a baixo, mas não disse nada. Continuei até a sala de café. Após comer, sentei à sua frente e fui direta:
Priscila: “Precisamos fazer o que sua avó quer. Nem você nem eu queremos continuar nesse casamento horrível, então vamos resolver isso logo.”
Lorenzo: “Quem você acha que é para vir até aqui e ditar algo? Eu não vou tocar em você. Quando chegar a hora, faremos uma inseminação. Ponto final.”
Priscila: “Se é isso que precisa, então posso voltar para minha antiga vida. Você segue com a sua. Posso ser apenas sua barriga de aluguel.”
Lorenzo: “Nem em sonho! Não vou decepcionar minha avó. Vai continuar nesta casa. Me entendeu bem?”
Priscila: “Quero trabalhar na sua empresa. Não vou ficar 24 horas por dia trancada aqui, entendeu?”
Lorenzo: “Aproveita que nunca teve uma vida de luxo e vai curtir. Me deixe em paz. Preciso trabalhar.”
Ele se levantou e saiu, deixando o vazio ecoar pela mansão... mais uma vez.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
marluce afleite
cara babaca
2025-08-03
0
Dulce Gama
Lorenzo quando saber que Priscila é Lara vai se arrepender 🌟🌟🌟🌟🌟❤️❤️❤️❤️❤️🎁🎁🎁🎁🎁🌹🌹🌹🌹🌹👍👍👍👍👍
2025-07-11
0
Ana Geraldina
Quanta grosseria pra que isso?
2025-06-23
1