Priscila
Assim que saí do banco, a única saída que me restava queimava como brasa em minha mente. Respirei fundo, engoli o orgulho e disquei o número.
📱 — Alô, senhora Gilda?
📱 — Sim, Priscila. Pensou melhor sobre minha proposta?
📱 — Eu aceito. Aceito me casar com seu neto.
📱 — Ótimo, querida. Estou mandando um carro agora mesmo.
Desliguei o telefone com a sensação de que estava vendendo minha alma em troca da vida da minha mãe. Mas que mãe não sacrificaria tudo por um filho?
Lorenzo
Desde o instante em que vi aquela mulher, algo nela me pareceu familiar... intrigante. Mas não me deixarei enganar. Não passo de mais um peão no joguinho da minha avó. Que seja — se é isso que ela quer, vou assinar esse contrato. Mas que fique claro: meu coração pertence a outra. E esse casamento será apenas uma fachada. Ela não terá nada de mim... além do meu desprezo.
Fui levada à mansão da senhora Gilda, onde ela me explicou todos os termos do contrato: minha mãe teria todo o suporte médico necessário, uma vida confortável e digna. Em troca, eu me casaria com Lorenzo... em dois dias. Sem tempo para arrependimentos.
Voltei para o hospital. Minha mãe já havia sido transferida para um quarto de luxo, com enfermeira particular. Alice, como sempre, estava ao meu lado. Ela cuidaria de tudo. Minha mãe perguntou como consegui aquilo, mas menti. Ela estava frágil demais para ouvir a verdade. Quando mencionou o nome de Ethan, mudei de assunto.
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O Dia do Casamento
Arrumei minhas poucas coisas numa mala. Nada muito caro, tudo simples, como sempre vivi. Um carro me aguardava na porta de casa. Assim que cheguei à mansão, fui preparada para a cerimônia no jardim.
Vesti o vestido branco com o coração apertado. O horário chegou. Caminhei até o altar, sozinha, sentindo os olhares. Olhei em volta… ele não estava lá.
Vinte minutos se passaram. Eu já pensava em ir embora, quando Lorenzo apareceu — com a mãe ao lado. Seu olhar era puro ódio. O cheiro de álcool exalava dele. Caminhou até mim com desprezo.
A cerimônia começou. Quando chegou a hora da aliança, ele mal encostou os lábios nos meus e murmurou ao meu ouvido:
Lorenzo: — Espero que saiba a merda em que está se metendo.
Fingi um sorriso. Disfarcei. Mas dentro de mim, uma revolta silenciosa começou a crescer.
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Após a cerimônia, seguimos para a mansão. No carro, ele sequer olhou na minha direção. Assim que chegamos, subiu direto para o escritório. A empregada, Lana, me conduziu até o quarto principal. Minha mala já estava lá.
Sentei na cama, esperando. Minutos depois, ele entrou, arrancando a gravata com raiva.
Lorenzo: — Quem te deu permissão para entrar no meu quarto? Esse casamento não significa absolutamente nada pra mim.
— Se não fosse por minha avó, estaria solteiro e livre. Fiquei sabendo que você só aceitou por causa da sua mãe doente. Me poupe. É só mais uma interesseira tentando subir na vida.
Priscila: — A empregada me trouxe até aqui. E fique tranquilo... eu também não queria me casar com você.
Lorenzo (ríspido): — Aqui tem regras. Se vai viver nesta casa, obedeça.
— Primeira: nunca entre no meu quarto sem permissão.
— Segunda: não teremos filhos. Não vou dividir minha cama com você.
— Terceira: nunca me diga “não”. Jamais.
Lorenzo: — Agora saia da porra do meu quarto.
Engoli o choro, peguei minhas coisas e fui para o quarto ao lado. Assim que fechei a porta, as lágrimas vieram com força. Chorei baixinho, engolindo minha dor. Nunca imaginei viver assim: presa em um casamento de mentira, humilhada por um homem que nem me conhece.
Guardei meu colar no porta-joias, tomei banho e fui dormir.
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No Dia Seguinte
Acordei cedo. Precisava ir ao trabalho. Desci para o café da manhã. Lorenzo já estava à mesa, com seu ar arrogante. Olhou para mim, mas não disse nada.
Tomei um gole de café e me levantei.
Lorenzo: — Aonde pensa que vai? Não pode sair sem minha autorização.
Priscila: — Vou trabalhar. Em uma empresa do outro lado da cidade. Preciso pagar minha dívida com sua família e retomar minha vida.
Lorenzo (batendo na mesa): — Você não vai trabalhar. A partir de hoje, é minha esposa. Vai se comportar como tal.
Priscila (fria): — Somos casados só no papel. E eu vou continuar lutando pela minha liberdade, custe o que custar.
Ele se irritou. Ordenou que eu ligasse e pedisse demissão.
Ignorei. Fui até a porta, mas o segurança a bloqueou. Pouco depois, Lorenzo apareceu de carro e parou diante de mim.
Lorenzo (cru e direto): — Entenda uma coisa: aqui quem manda sou eu. Volte para dentro. Os jornalistas vão cercar você. Se quer evitar escândalo, me obedeça.
Voltei para dentro, impotente. Liguei para a empresa tentando falar com o RH, mas já havia antecipado a minha demissão. A carta estava no meu e-mail. Lorenzo já tinha se adiantado… me calado sem que eu dissesse uma palavra.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Dulce Gama
Talvez ele só descubra quando vê o colar 👍✋✋👍👍🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁❤️❤️❤️❤️❤️🌟🌟🌟🌟🌟
2025-07-11
1
Valeria Grossi de Almeida
Priscila vai ter que engolir o orgulho de Lourenço.
2025-06-17
2
Gigliolla Maria
uma luta ardua pela frente priscila
2025-06-10
1