Suas Regras
Lutei para fechar a porta com o pé, já que meus braços estavam cheios de compras, tentando ao máximo ficar em silêncio.
Uma risadinha quase escapou dos meus lábios. Ele estava em casa, a televisão ligada na sala. Ele estava sempre assistindo a algum programa de esportes.
Era o aniversário do meu namorado e eu tinha decidido surpreendê-lo preparando o jantar. A tarefa era algo que eu não fazia há muito tempo. Na verdade, eu não conseguia me lembrar de quando havia tirado um tempo para isso. Ele estava reclamando que eu estava
sempre muito ocupada. Ele estava certo. Eu tinha me esforçado muito para conseguir uma promoção, que deveria ser decidida na segunda-feira.
Eu estava animada e nervosa ao mesmo tempo. Se eu conseguisse, meu salário seria aumentado em cinquenta por cento. Talvez então eu pudesse me mudar daquele
apartamentozinho de merda.
Tomando passos cautelosos, fui para a cozinha. Eu só podia esperar encontrar
um tão grande e lindo na minha próxima casa. Nathan ganhava dinheiro, era um empreendedor na firma do pai dele. A mesma firma em que eu trabalhei por quase três anos. Eu estava hesitante em sair com ele, mas ele me convenceu a concordar.
Tinha sido incrível desde então. Nosso aniversário de um ano estava chegando e até tínhamos conversado sobre casamento. Eu estava nas nuvens. Tudo o que eu sempre
quisera estava prestes a se tornar realidade.
Coloquei as sacolas no balcão e notei que uma garrafa de vinho já estava aberta.
Nathan não era muito fã de vinho. Talvez tivesse antecipado minha chegada. Peguei uma taça da adega e me servi de uma boa quantidade antes de ir na ponta dos pés
em direção à sala de estar.
O que diabos ele estava assistindo? Parecia um bando de porcos fuçando por aí. Contive o riso. Seus gostos musicais e cinematográficos eram
muito variados, então não me surpreenderia nem um pouco. Assim que me aproximei da porta, notei um movimento. A única luz vinha da
televisão, mas não podia ser o som que eu estava ouvindo.
Sem chance, já que parecia que ele estava assistindo a algum filme da Hallmark.
Que diabos? Ele odiava filmes melosos. Ou, como gostava de chamá-los, a desculpa de uma mulher para implorar por romance.
Tanto faz.
Tomei um gole de vinho e entrei no quarto.
Ninguém jamais me acusaria de ser uma mulher estúpida. Eu me formei com honras na Universidade de Columbia aqui em Nova York. Eu tinha passado de estagiária para o pai de Nathan para contadora sênior, apoiando o chefe do departamento. Esse foi um trampolim para um dia me tornar CFO.
No entanto, naquele momento, eu sentia como se tivesse perdido uma parte de mim para um alienígena desconhecido que havia roubado partes do meu cérebro. Como eu pude ser tão estúpida, tão cega?
Eu queria gritar a plenos pulmões, xingando-o de todos os nomes repugnantes e repreensíveis que existiam. Isso anunciaria minha chegada com bom senso.
Mas ela chegou antes de mim.
Ela, referindo-se à magnífica sósia da boneca Barbie com peitos enormes e empinados
e uma cintura fina. O nome dela era Cherry, mas o que ela estava fazendo era mais como a cereja do bolo amargo para mim. Sua cabeça balançava perfeitamente no momento em que entrei, mas minha entrada deve ter chamado sua atenção.
Seu grito agudo, sua boca aberta num grande e perfeito "O", que trouxe pensamentos vis à minha mente. Ela jogou seus longos cabelos loiros para trás
Querida, querida? Eu ia vomitar mais do que só um pouquinho.
O medo de cair no choro me assombrava profundamente, mas minha curiosidade sobre o que ela queria dizer era pior.
Girei tão rápido que quase tropecei nos meus próprios pés. "O quê? O que, por favor, você poderia estar comemorando além de fazer o seu melhor para me fazer parecer um idiota? Bem, você falhou, amigo. Você é o idiota. E eu vou garantir que seu pai saiba exatamente o que você fez."
Ah, ótimo. Agora eu ia ser um fofoqueiro? Não, eu manteria minha cabeça erguida quando
voltasse para o escritório e agiria como se não desse a mínima.
Ele estreitou os olhos e inchou como um grande machão. "Meu pai entregou a promoção esta tarde."
"Ah, é?" Espera. Sério?
"Parabéns para mim", Cherry ronronou e riu baixinho. "Sinto muito que você não tenha
conseguido o emprego. Sabe, você fica meio bonitinha quando fica vermelha."
Como aquele homem pôde dar a ela, logo ela, uma garota que mal conseguia contar até
dez, quanto mais equilibrar o talão de cheques, a minha promoção? Eu não tinha certeza se ficava furiosa ou ria histericamente.
"Ah, é? Bem, você é meio feia com esses peitos de plástico." Com isso, me virei e caminhei devagar, suplicantemente devagar, em direção à porta da frente dele.
Foda-se a comida.
Foda-se o homem.
Foda-se a minha vida.
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Atualizado até capítulo 31
Comments
Maito
Estou louca para saber o que acontece depois! 🤯
2025-04-17
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