Pistas

Tomamos nosso desjejum, conversando e lembrando de várias situações de quando eu era menor. Lembramos da Anna também. Com carinho minha mãe segurou minha mão.

- Eu sempre achei que vocês iriam passar por essa transformação juntos. Espero que ela esteja bem...

- Vamos encontrá-la. Eu sinto isso. Você sabe que meu instinto não erra. – Meu pai falou com firmeza.

Mas no fundo eu senti uma enorme tristeza por não ter ela do meu lado nessa transformação e porque provavelmente eu não estarei presente na dela.

O dia correu normalmente. Fui à escola pela manhã, meus amigos me parabenizaram. Depois fui ao meu primeiro treino com os outros lobos. Esse treino em grupo sempre iniciava no aniversário de 16 anos de um lobo ou loba.

O treino foi pesado, mas eu estava me sentindo mais forte, e os treinos do meu pai me ajudaram muito. Então não foi nada que eu não conseguiria superar.

Saí do treino e decidi caminhar um pouco pela floresta, como eu fazia antes com a Anna. Segui pelos caminhos que nós sempre seguíamos. Até que vi uma ponta de uma pedra diferente. Fazia anos que eu não mexia na terra.

“Pelos velhos tempos...”

Puxei um pedaço de galho que estava no chão e comecei a cavar ao redor da pedra. Era muito diferente. Parecia um cristal, ou até mesmo um bloco de vidro. Assim que consegui desenterrar, corri para lavar, pois estava muito suja de terra e barro. E me surpreendi quando vi a pedra limpa. Dentro dela, como se fosse um enfeite, tinha uma borboleta de tecido. Eu já tinha visto essa borboleta. Na verdade, várias delas. No vestido da Anna.

Senti um grito subindo pela garganta.

Logo em seguida meu pai e minha mãe já estavam ao meu lado.

Mostrei o pedaço de vidro com a borboleta, enquanto meu pai me olhava confuso. Foi minha mãe que percebeu.

- Era do vestido dela\, não é?

- Sim...

- O que era do vestido de quem? – Meu pai perguntou aflito.

- Da Anna...

Então o rosto dele mudou, da dúvida para o desespero.

- O que isso significa?

- Eu não sei\, Alex\, mas precisamos levar isso para a Carina.

Os dois se transformaram em lobos. Eu ainda não tinha o meu, então montei nas costas do meu pai, segurando o objeto com cuidado. Chegamos na sede muito rápido, e logo haviam alguns homens com roupas para meus pais que já estavam novamente em suas formas humanas. Subimos direto para o escritório do Alfa. Era o mesmo lugar e entrar na sala me trouxe uma sensação de aperto e solidão.

Carina e Kaleb já estavam conosco, quando minha mãe começou a falar.

- Alexis encontrou alguma coisa...

Todos me olhavam esperando alguma informação. Respirei fundo e depositei o bloco bem no meio da mesa do Alfa.

- Eu estava andando pela orla da floresta\, como costumava fazer com a Anna. Eu vi uma ponta dessa pedra diferente e decidi desenterrá-la. Estava toda suja de barro e lama\, mas quando lavei\, percebi isso. – Apontei para a borboleta.

Carina começou a chorar, e Marcos, ficou paralisado com a boca aberta. Foi Kaleb quem quebrou o silêncio.

- Era do vestido dela\, da minha pulguinha... – (era o apelido pelo qual ele chamava a Anna). – Pai\, o que isso significa?

- É estranho... por que estaria presa em um bloco de vidro? Chamem uma das bruxas\, agora! – o Alfa deu sua voz de comando com urgência\, e ouvi seus guardas correndo para cumprir a tarefa.

Logo uma mulher que aparentava ser muito mais velha do que a própria terra, apareceu no escritório do Alfa.

- Senhor\, mandou chamar?

- Por favor\, examine esse objeto\, Maria... Alexis encontrou enterrado na orla da floresta. Essa borboleta\, ela era do vestido da Anna.

- Entendi... Ela estava totalmente enterrada?

- Não... havia uma ponta para fora. Foi assim que eu encontrei.

- Era um lugar que vocês dois conheciam?

- Sim. Sempre íamos nesse lugar procurar pedras para nossa coleção... Mas não entendo o que isso quer dizer.

A velha então virou para o bloco e recitou algumas palavras mágicas. E a pedra brilhou. Arco-íris foram refletidos por todo o escritório. A bruxa virou o objeto na mesa e as cores sumiram, deixando apenas um reflexo azulado. Ela franziu o cenho e virou o objeto mais uma vez, e então toda a luz do ambiente apagou. O escuro parecia frio e pude sentir um arrepio subindo pela minha espinha. Ouvimos o objeto sendo virado novamente na mesa e tudo voltou ao normal.

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