cap 5 histórias de vidas

" Não fale sobre o que não viu

e não condene o que você não sentiu

cada um sabe a dor que carrega, o peso que leva, os problemas que enfrenta, todos temos histórias de vida que não deveria ser julgada por quem não viveu e nem se quer a sentiu."

__@frases.paixõeseamor__

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MARIBEL

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DAMA: _ porr4! que história em!... que bando de filho da püt4, nojentos, cretinos, larvas de gengiva apodrecida de defunto desovado na vala mais podre do mundo...

SANTINHA: _ que nojo DAMA, eca!! mas concordo com você só não encontro adjetivos tão nojentos assim para os definir.

elas exclamam enraivecidas após eu contar a minha história, de como fui parar na cadeia.

MARIBEL: _ gengiva apodrecida!?

pergunto pois mesmo eu sendo nerd nunca pensei em coisa mais nojenta para xingar alguém,

Ja imaginou tal coisa?!

me vem em mente um filme de zumbi daqueles bem realista com os zumbis caindo os pedaços com o rosto

desfigurado e metade dos dentes a mostra, faço uma careta de nojo com a cena formada em detalhes na minha mente, jamais vou esquecer isso agora.

DAMA: _ uma vez eu li no Google que a coisa mais nojenta do mundo é gengiva apodrecida de defunto...

SANTINHA: _ mas é claro que se está apodrecida tem que está morto ou seja defunto né, o cérebro de porco cotó.

não me aguento e começo a rir,

MARIBEL: _ não seria espírito de porco?!.

falo entre risos não é momento para rir mas essas duas são engraç as o jeito delas falarem sussurrando e gesticulando as mãos e cabeça.

MARIBEL: _ e vocês como vieram para aqui?

pergunto após para de rir elas ficam sérias e SANTINHA começa.

SANTINHA: _ será uma longa noite... vamos lá, eu trabalhava num restaurante da tarde até a noite, durante a manhã eu fazia um cursinho, ia a missa todos os domingos, ajudava no sopão que a igreja oferecia aos moradores de rua, ajudava sempre que podia na associação do morro, sou daqui mesmo de São Paulo...

quando ela fala são Paulo arregalo os olhos pela surpresa, vi que estava saindo do Rio de Janeiro, mas não sabia para onde é que estava indo, me dou conta o tão longe de casa estou e não escondo a surpresa.

MARIBEL: _ SÃO PAULO!!

SANTINHA: _ Sim, não sabia!?

maneio a cabeça em negativo

SANTINHA: _ bem é uma prisão federal de São Paulo onde estamos... bem resumindo vivia a minha vida sempre de modo certinho respeitando o próximo, ajudando quando podia, cresci na comunidade de HELIOPOLIS, perdi a minha mãe quando eu tinha dez anos minha tia quem me criou, a contra gosto, so fez tal ato de caridade pelos recursos financeiros do governo, ela não gosta de mim nunca gostou, e isso ficou claro quando ela testemunhou contra mim por dinheiro... trinta mil, é o preço que ela cobrou para me caluniar e eu ser sentenciada a pena de trinta anos, mil para cada ano de cadeia... eu trabalhava num restaurante e o meu chefe sempre vinha com cantadas baratas com brincadeiras bobas que eu sempre cortava, não dava lhe confiança, mas muitos ricos acham que pobre não tem caráter não tem princípios nos julgam pelo valor das nossas roupas.

SANTINHA: __ julgam pelo que temos no bolso, onde moramos, cor da pele, eu sempre saia do restaurante antes dele fechar nunca ficava sozinha pois tinha medo dos assédios do meu chefe, mas naquela noite não tive escapatória e um evento de coisas aconteceu e eu tive que ficar para fechar o restaurante, após eu está terminando de limpar a cozinha...

SANTINHA: _ o meu chefe entrou lá e já com aquela conversa fiada de sempre quando dei por mim ele estava me agarrando e eu para me defender o empurrei ele se desequilibrou e ao cair bateu com a cabeça e umas duas facas que estava sobre a bancada caiu encima dele acertou o abdómen perfurando alguns órgãos

SANTINHA: _ fiquei desesperada e chamei ajuda, disse que era um acidente que ele tentou me estuprar eu o empurrei e o pior aconteceu, era para eles verem nas câmeras a minha verdade a minha inocência, só que a desgraçada da mãe dele comprou o juiz e o delegado, comprou a minha tia e o que era legítima defesa se tornou homicídio doloso e aqui estou a quatro anos já.

ela acaba de relatar a sua vida entre lágrimas, e eu acabo chorando junto.

DAMA: __ a sua tia é uma gengiva apodrecida cheia de larvas, assim como essa véia escrota que não soube educar o filho que teve o mesmo vale para a mulher nojenta cretina carniça de urubu que me colocou aqui são duas bocas de bueiro.

diz DAMA com ódio exalando por cada poros.

DAMA: _ eu era garota de programa... não me tornei prostituta por que quis e sim por que não tive escolha, a minha mãe morreu de cirrose era uma cachaceira de mão cheia rsrsrs,( sorri sem vontade) __ mas ela era feliz do jeito dela... quando ela morreu meu padrasto me expulsou de casa alegando que não ia me sustentar de graça...

DAMA: _ eu tinha dezesseis anos, sem ninguém por mim fui morar nas ruas, depois de um mês vivendo na rua comendo sobras das latas de lixo, uma moça que era pouco mais velha do que eu me acolheu na casa dela, ela disse que passou exatamente pelo o que eu passei ela não tinha muito, mas dividiu comigo o pouco que tinha, ela era garota de programa, sem estudos sem condições boas de vida eu seguir os passos dela,

DAMA: _ comecei a me vender, nem todos os clientes eram bons alguns eram violentos, alguns fedorentos, outros nem fedia nem cheirava, uns feios que doía, outros tanto faz... três anos depois de começar nesse vida JULIETA o nome dela, se foi, um cliente bêbado espancou ela e foi grave ela não resistiu.

DAMA: _ três meses depois eu tinha acabado de fazer um programa com um riquinho mimado ele me usou como quis e não queria pagar, eu disse que ia chamar a polícia, ele disse tanto faz que ele tinha dinheiro e não ia acontecer nada, ele falou que não gostou do programa e não ia pagar, fiquei indignada como ele ousou cuspir no prato que tinha acabado de se lambuzar, poxa era para completar o aluguel que aquele programa ia pagar, ameacei que iria expor ele nas redes sociais aí é que a coisa ficou feia...

DAMA : _ ele ficou furioso me humilhou ainda mais com palavras, me bateu e me estuprou tanto que eu já estava perdendo as forças de tanto gritar por socorro e ninguém me ajudou, as pessoas do motel se fizeram de surdas para a minha agressão, mas não se fizeram de mudas quando em legítima defesa atingi a cabeça do filho da püt4 com um abaju.

DAMA:__ só que o abaju ao quebrar um pedaço do vidro cortou uma veia na cabeça dele e ele sangrou até morrer em poucos minutos, parece que ele tinha um problema que sangrava muito com qualquer corte e não deu tempo do socorro chegar, fiz corpo de delito dei o depoimento...

DAMA: _ mas o cretino alem de rico mimado era casado, e a corna pagou para que eu fosse condenada e a minha condição de vida não me dava nenhum crédito e eu peguei também trinta anos de cadeia já cumpri cinco anos da minha pena.

Entre lágrimas igual a elas ao me relatar as suas vidas, ouvi atentamente as histórias de vida delas, é terrível, mas a realidade,

 os seres humanos são cruéis uns com os outros com os animais, a

ganância

 maldade

inveja

não tem nome

 não tem base

para tanta ruindade.

Não as julgo nunca julguei ninguém, não cabe a mim, todos temos histórias e escolhas, e só nós cabe respeitar.

ficamos conversando mais um pouco nós conhecendo elas me aconselhou como viver ali e disseram sempre me ajudar

 após muita conversa em quase que sussurros para não incomodar as outras selas fomos dormir pois tínhamos que acordar cedo para evitar confrontos com as valentonas na hora do banho que é na primeira hora da manhã antes do café.

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