Os aposentos de Aria pareciam ter saído de um palácio de conto de fadas... com uma leve pitada de prisão de luxo.
Colunas de mármore, janelas altas com vista para jardins impecáveis, e uma cama digna de uma rainha. Mas havia dois guardas do lado de fora e, ao que tudo indicava, nenhuma porta funcionava por dentro sem autorização.
— Isso aqui não é um quarto — disse, chutando uma almofada. — É uma cela disfarçada de suíte.
Ela se jogou na cama e cobriu o rosto com as mãos.
— Eu só queria dormir lendo um mangá. Agora tenho um imperador assassino me chamando de “minha prometida” e um bracelete amaldiçoado que brilha sozinho…
Como se para zombá-la, a pulseira brilhou novamente. Breve. Como um pulso de energia.
— Que que você quer de mim?! — gritou para o bracelete, como se fosse um ser vivo.
Nesse momento, a porta se abriu. Uma criada baixinha e de expressão animada entrou com uma bandeja de comida.
— Lady Aria! Que bom que está acordada! Eu sou Lyna, sua nova criada pessoal. O Imperador disse pra garantir que você esteja... confortável.
Aria arregalou os olhos.
— Espera… você disse Imperador?
— Claro! Ele está tão aliviado com seu retorno. Já estavam achando que você não sobreviveria à invocação.
— Invocação? Como assim, invocação?
Lyna piscou, como se Aria estivesse brincando.
— Ué, o feitiço antigo da Linhagem Carmesim? Que conecta o sangue real à alma de seu elo? Você é a prometida do Imperador Ryker. Ele é o herdeiro do pacto, e você... é a escolhida.
Aria engasgou.
— Não. Nananão. Eu sou só uma leitora! Eu nem gosto tanto assim desse cara! Ele é literalmente o personagem mais frio da história!
— Frio? — Lyna riu baixinho. — O Imperador só tem dificuldade em... demonstrar. Mas dizem que ele nunca olhou duas vezes para nenhuma pretendente. Até agora.
Aria caiu sentada na cama, em choque.
— Eu preciso sair daqui. Preciso descobrir como voltar pro meu mundo.
Lyna se aproximou, abaixando o tom.
— Se você quer respostas... talvez a bibliotecária real possa te ajudar. Dizem que ela entende de magia antiga e contratos proibidos. Mas cuidado… a biblioteca é território vigiado.
Aria apertou os punhos.
Ok. Novo plano: sobreviver, descobrir esse feitiço idiota e dar o fora daqui. Antes que vire uma estatística nesse mundo louco.
Mas do lado de fora, em uma varanda sombreada, Ryker observava a janela de Aria com olhos pensativos.
— Ela não se lembra de nada… — murmurou para si mesmo. — Então por que... a pulseira reagiu?
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Atualizado até capítulo 60
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