04

Se for preciso, eu imploro.

Com o coração acelerado, atravesso o santuário. Meus calcanhares ressoam como tiros na igreja vazia. Reprimindo o medo, deixo Frankie em um banco e entro no confessionário.

O Padre Costa se levanta. Seus olhos estão semicerrados, a expressão indecifrável — provavelmente por aborrecimento por eu ter chegado tão tarde.

Ao fechar a porta, meu pedido de desculpas morre em meus lábios. Sinto-me tão pequena perto dele. A diferença entre nossos tamanhos sempre me tranquilizou, mas esta noite estou assustada.

Mas não é o corpo dele que eu temo, é o meu.

Com as mãos trêmulas, desabotoei o casaco, e seus olhos escureceram. Meus mamilos endureceram. Com o pulso acelerado, pendurei o casaco, com medo de que ele me repreendesse pelo vestido.

Ainda sem falar, ele atravessa a sala e fica atrás de mim, com as mãos no meu corpo. Seus dedos envolvem a pele nua do meu braço enquanto a outra mão envolve meu quadril possessivamente.

Respiro fundo, trêmula.

“Relaxe, princesa, está tudo bem”, ele diz, com a voz tensa desmentindo as palavras.

Sem confiança em mim mesma para falar, balanço a cabeça. Nada está bem. Estou prestes a explodir.

Uma estranha tensão se forma entre nós. Estou dividida entre exigir uma explicação e implorar para que ele nunca me deixe ir. Mas então ele me leva até o sofá e dá um passo para trás, me soltando.

Afundando no sofá, luto para controlar meu corpo traiçoeiro. Mas então ele se senta ao meu lado, e minha calcinha está encharcada. A vergonha me inunda, mas tão perto dele, é impossível não pecar.

“Bianca, por que você está aqui?”

Há um tom de calma e autoridade em sua voz — frustração também, mesmo que seu tom seja neutro. É uma pergunta simples, mas não consigo responder. Estou com muita vergonha.

Tenho vergonha deste vestido. Tenho vergonha de querer implorar para que ele cometa um pecado mortal. Tenho vergonha de que um gesto tão casual da parte dele tenha me abalado profundamente.

O que há de errado com meu corpo? O que há de errado comigo?

Quero implorar para que ele queime comigo, mas também quero correr. Só que correr não é uma opção. E não só porque eu não precisava mais da ajuda dele. Respiro fundo e me preparo para confessar tudo: minha vergonha, meus pecados, meu desespero absoluto.

Sem olhar para cima, começo. "Abençoe-me, Pai, pois pequei. Foi..."

Dedos firmes agarram meu queixo, me fazendo ficar em silêncio. Ele me segura ali, me forçando a olhar para ele, a realmente vê-lo. Não. Isso está errado. Ele não está forçando, ele está permitindo. Ele está me permitindo vislumbrar por trás de defesas que eu nem sabia que existiam.

Soltando meu queixo, ele afasta uma mecha de cabelo do meu rosto. "Só vou pedir mais uma vez, então faça um favor a nós dois e pare com essa bobagem", diz ele, com um leve toque de desespero na voz. "Por que você está aqui, meu anjo? Porque com certeza não é para confessar."

...Salvatore ...

Tocá-la foi loucura, impulsivo, completamente irrefletido. Mas é isso, eu não pensei. Mal consigo pensar direito agora, não com ela usando aquele vestido. Seda branca e transparente, mal escondendo o pouco que cobre, revelando mais do que esconde. Os pontos escuros dos seus mamilos. A curva suave da sua barriga...

Eu não deveria pressioná-la, mas o silêncio está me matando. "Onde você estava?"

"O Nonno não me deixou sair de casa. Ele tem medo que eu fuja... como a mamãe." Ela morde o lábio.

Bianca nunca fala sobre os pais. Eu sabia que o velho a protegia, mas achei que ela soubesse... "Angel, sua mãe não fugiu. Ela..."

"Se matou." Ela me interrompe. "Eu sei. Eu a encontrei."

Porra. Agora que eu não sabia. Meu Deus. Ela devia ter o quê? Cinco? Seis? Pego a mão dela, a vontade de confortá-la dominando meu senso de autopreservação. Porque mesmo que o tom de Bianca fosse neutro, sua expressão cuidadosamente inexpressiva, eu me identifico muito bem com a dor por trás daquela declaração. E, no entanto, dizer isso a ela me faria questionar coisas que não estou pronto para responder. Nem agora, nem nunca.

Perplexo, aperto a mão dela. Seus dedos são tão pequenos, tão frágeis, um lembrete de por que eu deveria resistir a isso, resistir a ela.

Com a voz menos firme, ela encara nossas mãos entrelaçadas. "Não se preocupe. Eu não sou suicida. Mas mamãe fugiu uma vez. Antes de eu nascer... para ficar com o papai."

Não esqueçam de deixar seus comentários e seu votos, vão me falando o que estão achando da história, e façam uma boa leitura 😉.

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