"Entre Livros e Silêncios" (BakuDeku & DekuBaku)
Capítulo 5: “O Chefe”
A cidade parecia respirar fumaça e tensão naquela tarde abafada. As ruas estavam agitadas, mas nenhuma tão silenciosa quanto o beco onde o carro preto finalmente parou, diante de um galpão antigo com portas de ferro e pichações por todos os lados.
Assim que o carro freou, a porta se abriu com violência.
A expressão calma que ele carregava na escola estava completamente apagada. Em seu lugar, havia algo sombrio, autoritário… quase assustador.
Ele chutou a porta de entrada com tanta força que os ecos ressoaram por todo o galpão.
Izuku
— QUAL PARTE DE “NÃO ME LIGAR DURANTE A AULA” VOCÊ NÃO ENTENDEU?!
Dentro, vários membros da gangue estavam reunidos, alguns mexendo em motos, outros jogando cartas, e um grupo observando dados de uma próxima corrida. Todos pararam no instante em que ouviram a voz do chefe. Um silêncio mortal caiu sobre o lugar.
Izuku caminhou firme, os olhos flamejando. Seus passos reverberavam como trovões. Quando passou pelo grupo, ninguém teve coragem de encará-lo. O respeitavam. Mas, mais que isso, temiam o garoto que, por trás da aparência frágil e inocente, era um dos chefes mais perigosos do submundo juvenil: o "Dark green", conhecido por sua frieza nas corridas e sua mente estratégica nas ruas.
Dabi estava no segundo andar, sentado de qualquer jeito numa cadeira giratória quebrada, mascando chiclete e rindo de alguma piada que só ele entendia.
Mas quando ouviu os passos subindo... ele engoliu seco.
Izuku entrou chutando a porta de novo, que bateu na parede com um estalo seco.
Izuku
— Você sabe o que custou eu entrar naquela escola, né?
Disse, se aproximando dele.
Dabi deu um sorriso nervoso, mas o olhar dele estava fixo nos punhos cerrados de Izuku.
Dabi
— Relaxa, chefe... era só um alerta. Achei que você queria saber que o Time Oni tava rondando nosso território.
Dabi
Achei que ia gostar de saber que eles tão de olho em você...
Izuku deu um soco na mesa que fez a madeira rachar.
Izuku
— EU DISSE PRA NÃO ME CHAMAR DURANTE O HORÁRIO ESCOLAR, CARALHO!
Dabi se encolheu um pouco, rindo sem graça, mas não ousou levantar. Mesmo sendo debochado, sabia o perigo de cutucar o chefe quando ele estava nesse estado.
Dabi
— Tá... tá bom. Foi mal. Não se repete. Prometo.
Izuku respirou fundo. Virou de costas, os olhos focando nas motos ao longe.
Izuku
— O Time Oni é problema meu. Mas aquele colégio... é meu disfarce. E se você estraga isso, Dabi, nem você vai sair inteiro.
Dabi assentiu em silêncio.
Izuku saiu da sala sem dizer mais nada.
Lá embaixo, os membros da gangue voltaram aos poucos ao que estavam fazendo, mas os olhares que lançavam ao chefe eram cheios de respeito e temor.
Porque agora todos sabiam: ele podia ser gentil na escola… mas no galpão, Izuku Midoriya era o demônio que ninguém queria enfrentar.
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