Layla Mancini 🥀 ✒️
Caminhei até minha casa. Era pequena, humilde, e as paredes já precisavam de uma boa pintura. Assim que entrei, deslizei encostada na porta até cair no chão.
Puxei os joelhos contra o peito, e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Onde, merda, eu tinha me metido?
Meus soluços ficaram mais intensos. Meus ombros tremiam a cada choramingo, e, por um momento, achei que ia morrer de tanta dor e medo. Mas então, uma voz me tirou daquele estado.
— Lala!
Era Lucas, meu irmão mais novo, de apenas cinco anos. Ele correu até mim e se jogou contra meu peito, me abraçando com força. — Você tá aqui! — ele exclamou, feliz, sem a menor ideia do que estava acontecendo.
Forcei um sorriso ao olhar para ele. — Pois é... voltei mais cedo do trabalho, maninho — respondi, acariciando seus cabelos castanhos, cacheados.
Ele se afastou um pouco, franzindo a testa. — Lala, por que você tá chorando? Tá com saudade do papai de novo? — perguntou com uma expressão triste.
Rapidamente limpei as lágrimas das minhas bochechas e neguei com a cabeça.
— Não, não, Lucas. Só... foi um dia difícil hoje. Mas que tal a gente fazer batata frita? Prometo que te darei as mais crocantes. — Vi seus olhos brilharam, e ele pulou de empolgação. Meu coração se aqueceu um pouco ao ver a felicidade dele.
Levantei-me do chão e segurei sua mão. — O que acha de ter refrigerante também? Acho que seria uma boa janta, não acha? — sugeri com um pequeno sorriso enquanto caminhávamos até a cozinha.
— Sim! Refri e batata! — Lucas gritou animado, e eu não consegui segurar uma risada. Ele me fazia feliz... tão feliz, apesar da merda de vida que levávamos.
Depois do jantar, brinquei um pouco com ele. Lucas adorava brincar comigo, e, nesses momentos, eu conseguia esquecer meus problemas. Mas, quando o relógio marcou nove horas, levei-o para a cama.
— Como foi lá na creche? — perguntei enquanto o cobria com os lençóis.
— Foi muito legal! Fizemos desenhos e brincamos bastante! — ele respondeu com o sorriso puro de uma criança.
Acariciei seu cabelo e lhe dei um beijo na testa. — Que bom que você gostou, meu amor. A Lala te ama muito, tá? — Sorri e me levantei da cama.
Quando cheguei à porta, me virei para olhá-lo mais uma vez. Ele sorriu para mim, doce e inocente, e aquilo foi suficiente para fazer meu coração doer.
— Boa noite, maninho... — murmurei, antes de apagar a luz e fechar a porta. Caminhei pelo corredor até meu quarto, entrei e me joguei na cama, encarando o teto.
Será que ele me deixaria em paz? Será que continuaria me procurando? Eu era só mais uma funcionária. Ele poderia contratar outra. Qual era o problema? Merda, eu só tinha 19 anos e já estava enfiada nessa confusão. Por que aceitei isso desde o começo? Por que fui tão burra ao concordar em fazer trabalhos ilegais? Ah, sim. Grana. Sempre pela maldita grana.
Virei-me de lado, encolhendo o corpo. Fechei os olhos, tentando dormir, mas a imagem de Lucas invadiu minha mente. Ele não sabia de nada. Não fazia ideia de que a irmã que tanto admirava era uma transportadora de armas ilegais... e que talvez fosse morta a qualquer momento.
As lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto. Morrer? Isso não me importava tanto. Mas... e se algo acontecesse com ele? Será que eu suportaria a dor de perdê-lo? Soltei um suspiro e enfiei o rosto na almofada, tentando afastar aqueles pensamentos. Talvez tudo isso fosse só mais um pesadelo.
Mas, nos meus sonhos, só via ele. Gustavo Miller. O homem que provavelmente faria de tudo para me encontrar. E que, ao mesmo tempo... faria da minha vida um inferno.
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Atualizado até capítulo 86
Comments
Maria Andrade
eita já estou envolvida na história
2025-04-11
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